Reencontro com o título
O ceará retoma a hegemonia do futebol cearense. E a retoma de forma incontestável, solene, plena de mérito, porque oriunda de um planejamento sério, calculado nos mínimos detalhes. A superioridade está retratada nos números do campeonato. O Ceará somou 65 pontos (20 pontos a mais que o vice-campeão, o Guarani/J). O alvinegro teve também o incrível saldo de 42 gols. E, acima de tudo isso, a apoteose de um título arrastão. Um dos segredos da conquista foi a manutenção de quase todo o elenco que fizera bonito na Série A nacional e obtivera inclusive a vaga na Sul-Americana. Some-se a isso a utilização de um time B que deu substancial colaboração, quando o grupo titular teve de ser poupado. O Ceará confirmou seu favoritismo. Foi melhor, mais competente, mais ousado em todas as circunstâncias. Notável campeão.
Novas conquistas
O presidente Evandro Leitão jamais escondeu que a perda do título estadual de 2010 o incomodara bastante. Virou compromisso de honra ganhar 2011. Ganhou. Em 2009, subira o Ceará para a Série A 2010. Nesta garantiu vaga para a Sul-Americana 2011. Mas, mesmo com o sucesso no plano nacional, havia algo amargurando o coração do presidente: o jejum no "estadual" desde 2006. Agora Evandro está de peito lavado: campeão. E parte confiante rumo a novas conquistas.
Alvinegro arrasador
O jogo pode ser resumido em poucas palavras: o Ceará se impôs como força maior. E o Guarani aceitou, não sabendo sair da situação. Resultado: um bombardeio irresistível. Com 34 minutos, o Ceará já vencia por 3 a 0 (Thiago Humberto e Nicácio (duas vezes). As chances do Guarani ficaram com Zé Augusto e Netinho, que obrigou Fernando Henrique a fazer espetacular defesa. Na fase final, logo no início Thiago Humberto marcou 4 a 0. A partir daí, virou partida definida: o Ceará senhor de si; o Guarani irremediavelmente batido. Osvaldo fechou o placar (5 a 0). Louve-se o comportamento esportivo do Guarani, que soube com dignidade compreender o revés. Ontem, ninguém seguraria o Ceará.
Coração, compromisso, fé
Geraldo, exemplo de jogador que, aproveitando a vasta experiência adquirida ao longo de sua carreira, assumiu com extrema competência a liderança alvinegro dentro de campo. Nesse caso, o "vestir a camisa" não se limitou ao trocar de roupa. Foi muito além porque envolveu sentimento, coração, compromisso, fé. Geraldo mostrou tudo isso. E por isso, campeão.
Bela campanha
O Guarani/J, vice-campeão, merece elogios. Montou bom elenco, sob o comando de Júlio Araújo. Jerson fez um campeonato irrepreensível. Niel, Netinho, Zé Augusto e Marcinho Guerreiro também pontificaram com alta qualidade. Valdo, Airton Júnior, Alan, Emerson, Peter, Roberto Baiano, Jefferson e Tarrafa deram igualmente boa contribuição. Valeu o esforço do presidente José Moura. Questão é que a estrutura do Ceará era e é muito superior.
Destaques
Nicácio, artilheiro com méritos; Fernando Henrique, segurança total; Michel, o combatente; Thiago Humberto, solto e fazendo gols; Fabrício e Erivelton, zaga perfeita; Boiadeiro e Vicente, apoio firme pelos lados; Osvaldo goleador das decisões; João Marcos, incrível regularidade; Iarley, consciência; Diego Macedo, personalidade. Este título é também de Dimas Filgueiras, que ganhou um turno e abriu caminho para Vágner Mancini ser campeão.
Recordando
Foto batida na década de 40. Eu já a publiquei, dizendo tratar-se do PV. Entretanto, o colecionador de fotos antigas, Nonato Holanda, questionou. Entende ele que aí era o Campo do Prado. Fiquei na dúvida, razão pela qual repito a publicação, visando a pedir a opinião de pessoas que, como o pesquisador Airton Fontenele, conheceram o velho Campo do Prado. Afinal, Prado ou PV? Aguardo resposta.