O melhor, bem acima dos demais
Mais uma vez o Ceará vira a fase classificatória com desempenho superior ao dos concorrentes. Foi o primeiro a garantir vaga na semifinal (até usou time misto no jogo derradeiro) e fez também sua parte na Copa do Brasil. Ingressa com o moral elevado nesta reta em que busca o título arrastão. E observem que experimentou instabilidade, fato que o levou até a mudar de treinador. Na classificação geral, o alvinegro dá um banho: são 59 pontos, 17 a mais que Fortaleza e Guarani/J, segundo e terceiro colocados, que estão com 42. Mas a semifinal muda o curso da avaliação. O modelo mata-mata, em única partida, permite que, se o dia da zebra acontecer, de nada adiantarão as vantagens. Cada fase, porém, a seu tempo. Verdade é que, do início do certame até aqui, o Ceará há mostrado melhor organização, planejamento e resultados. Isso é incontestável.
Técnico
O melhor técnico da fase classificatória, que ontem terminou, foi Roberto Carlos, do Horizonte. Herdou uma boa formação de seu antecessor, Filinto Holanda, e conseguiu melhorar o time ainda mais. Trabalhando em duas frentes, vai bem nas duas: tem a vantagem do jogo de volta diante do Flamengo e garantiu a vaga na semifinal do Campeonato Cearense. Procurou fazer sem invencionice o seu trabalho. E obteve os resultados que o credenciaram muito bem.
Classificados
O Ceará, ao ser derrotado de virada pelo Guarany de Sobral, trouxe para si um adversário mais tradicional e difícil. Se o Itapipoca, teoricamente as coisas seriam mais fáceis. /// Guarani tem a vantagem de enfrentar em casa, no Romeirão, o Horizonte, que ainda terá o desgaste da disputa de vaga com o Flamengo pela Copa do Brasil na quarta e a viagem até Juazeiro do Norte um dia depois. /// Crato salvo na reta final. Reação de última hora. Já o Quixinha pagou alto o preço de ter começado sem estádio o certame. Como itinerante, padeceu em praças alheiras. /// Dos finalistas do primeiro turno (Ceará, Fortaleza, Guarani/J e Horizonte), agora só o Fortaleza, com campanha medíocre, ficou fora.
Sem união não dá
O ex-presidente Renan Vieira deu o tetra ao Fortaleza. Depois, porque desceu para a Série C, não suportou a pressão. O novo comando assumiu a bandeira da retomada com o projeto do penta e subida para a Série B. Fracassou na primeira parte. Agora ascender para a "B" virou questão de honra. Renan já dizia: "Sem união, é difícil comandar o Fortaleza". É verdade.
Queda feia
O Fortaleza, no primeiro turno, foi segundo colocado na fase classificatória (24 pontos e uma derrota). Vice do turno (perdeu a final para o Ceará nos minutos finais. No lugar de crescer no returno, afundou (15 pontos e seis derrotas). O mais incrível: no cômputo geral, o Leão é o time de melhor campanha depois do Ceará. Tem 42 pontos e uma vitória a mais que o Guarani/J. Como o certame não é de pontos corridos, dançou pelo fracasso no returno.
Notas & notas
Times de quem muito esperei, mas em campo a resposta ficou longe do esperado: Ferroviário e Icasa. O Ferrão contrastou com vontade de Luiz Neto que entusiasmado assumiu a presidência do clube. A parceria não deu certo e o time também não. Lamentável. /// O Icasa chegou com status de time respeitado na Série B nacional. Mas em nenhum momento lembrou o os bons tempos de Flávio Araújo. Zacarias Silva terá de mudar muita coisa.
Recordando
Esta foto já foi publicada, mas vale vê-la outra vez. Representa uma época de êxito do futebol de nossa terra. Seleção Cearense, campeã do Norte em 1954, após bater no Pará em Belém (2 x 0, gols de Pipiu). A partir da esquerda: Ivan Roriz, Geroldo, Nozinho, Dico, Merci, Cosmo, Moésio Gomes, Aloísio, Pipiu, Vicente Trajano e Canhoteiro, que depois brilhou no São Paulo e na Seleção Brasileira.