Recomeça o futebol
Folia de lado. Passou. Ressaca para alguns, alívio para outros. Arrependimento para quem se excedeu; tranquilidade para quem soube brincar sem exageros. Máscaras tiradas. Fantasia guardadas. Vida que segue. O mundo real voltou. Águas de março. Futebol recomeça. Guarani/J x Horizonte, justo os dois que chegaram tão perto da decisão, mas sobraram nas semifinais. Ordem: superar a frustração. Bons times. Precisam, porém, superar a timidez demonstrada quando, nas semifinais, pouco jogaram diante de Ceará e Fortaleza. Há, portanto, novos caminhos e novos compromissos. O Guarani teve momentos excelentes no primeiro turno. Horizonte, igualmente, atingiu respeitável perfil. Certamente, com os ajustes e correção de rumo, poderão apresentar muito mais qualidade neste returno que agora começa.
É raça
Jogador que encarna o sentimento de garra, nas melhores tradições tricolores, é Gilmak. Ele sempre foi assim, desde os tempos em que atuava pelo Horizonte. Apesar da perda do primeiro turno, o compromisso com o pentacampeonato é foco obrigatório para quem busca tão pomposa conquista. O objetivo é inteiriço. Não se reparte em turnos, pois forma o todo de um ideal. Um turno não é nada para quem, como Gilmak, tem compromisso maior, ou seja, o título estadual.
Inexplicável
O Tiradentes, que enfrenta o Fortaleza, chegou a ser sensação do campeonato. A meia-cancha, então formada por Dedé, Garrinchinha e Ribinha, mostrou-se tão envolvente que arrancou da crônica fartos elogios. Mas, de repente, implodiu. Caiu treinador. Desonerou. Aliás, inexplicável, no meu entendimento, a queda de produção experimentada pelo Tiradentes. Tudo começou após a derrota para o Guarany de Sobral por 1 a 0. Depois daquela partida, nada mais deu certo para o time da Polícia Militar. Como houve tempo de sobra para recomposição e o elenco é basicamente o mesmo, espera-se a retomada do Tigre. Isso será importante para o padrão a ser apresentado a partir de agora.
Mais severidade ainda
Depois da conquista do primeiro turno, não pensem que o Ceará vai afrouxar. Se o presidente Evandro Leitão já exigia doação pela causa, mais ainda agora, apesar de garantido na final do certame. Assim será diante do Limoeiro nesta estreia no returno. Além disso, ele quer manter a mesma severidade nos desafios da Copa do Brasil e Copa Sul-Americana.
Notas & notas
O Limoeiro, adversário do Ceará, enfrentou turbulências fortes na reta final do primeiro turno. Houve mudança de treinador (saiu Mastrilo, entrou Daniel Frasson). Pior mesmo foi a greve dos jogadores, fato mostrado pelo Diário do Nordeste. O presidente do clube, Ivan Nobre, explicou as providências tomadas para recompor a situação. Mas é imprevisível a postura a ser assumida pela equipe no returno, máxime pegando logo de cara o Ceará.
Oscilação
Pelo exposto, alguns clubes variaram entre momentos brilhantes e momentos de apagão. Não foi só a Coelce que se viu em apuros com repentino corte de energia elétrica. Limoeiro e Tiradentes experimentaram também um curto-circuito que deixou às escuras os treinadores das duas equipes. Já Guarani de Juazeiro e Horizonte chegaram bem às semifinais, quando, aí sim, padeceram inexplicável embotamento. Hora de retomada geral, pois.
Recordando
Década de 1970. Três jogadores do Ceará que tiveram boa passagem pelo futebol cearense. A partir da esquerda: Nicácio, Jorge Luiz Cocota e Mozart (não confundir com o ídolo Mozart Gomes). Detalhes: Nicácio brilhou em vários clubes nordestinos e foi campeão pelo Ceará. Jorge Luiz, também campeão pelo alvinegro, voltou para o Pará. Não sei o destino de Mozart. (Colaboração de Elcias Ferreira).