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Timidez dos times médios

Mais uma vez ficou provada a inquietação que toma parte dos times médios quando chamados a decidir turnos ou campeonatos. O Guarani de Juazeiro, por exemplo, tão brilhante em outras jornadas, simplesmente deixou de lado seu alegre modelo ofensivo, adotando postura prudente diante do Fortaleza. Resultado: foi engolido pelo Leão do Pici. Por que Júlio saiu da coragem agressiva para a pusilanimidade de quem joga atrás? Da mesma forma, o Horizonte somente resolveu sair em busca de melhor resultado depois que sofreu o primeiro gol do Ceará. Antes, fechado, admitiu o Ceará em cima e somente em poucas ocasiões arriscou com Siloé, Lúcio Maranhão e Elanardo. Assim, cada vez fica mais difícil um time médio ganhar pelo menos um turno. No ano passado, o Guarany de Sobral decidiu dois turnos. Perdeu os dois.

Concorrente

Há algumas jornadas, Niel, do Guarani/J, corria sozinho nas indicações para revelação do ano. O jovem valor, além da artilharia, passou também a imagem de superação que poucos atletas novos conseguem quando não acertam num time grande. Niel não foi bem no Fortaleza. Isso poderia ter se transformado numa terrível frustração. Mas ele retomou a vida no Guarani/J onde há feito convincente trabalho. Agora, para revelação 2011, tem a concorrência de Reginaldo.

Participantes

Na decisão de amanhã, estarão em ação vários jogadores que participaram da decisção do título estadual de 2010, quando o Fortaleza sagrou-se tetra. Lá estarão pelo Ceará Fabrício, Michel, João Marcos e Geraldo; pelo Fortaleza estarão em ação Fabiano, Guto, Gilmak, Bismarck e Tatu. Eles conhecem os segredos dos grandes clássicos. Há também outro detalhe: jogadores que estavam no Fortaleza e que agora estão no Ceará. Caso de Eusébio, que foi tetra pelo Leão, mas agora veste camisa alvinegra. Detalhe: também Osvaldo e Marcelo Nicácio, que ganharam títulos pelo Fortaleza (não o do ano passado), agora estão em Porangabuçu. Tipo do jogo em que não há segredo, pois todos se conhecem.

Candidato a revelação do ano

Reginaldo Júnior consolidou seu valor como jovem talento no Pici. E caiu nas graças da torcida. Nos jogos recentes, ele se soltou de vez. Desenvoltura passou a ser comum nas iniciativas de Reginaldo, que se enquadrou definitivamente no esquema adotado pelo tricolor. Sua prova maior será quarta-feira na decisão diante do Ceará.

Notas & notas

Michel esteve no programa A Grande Jogada (TV Diário). Fez questão de colocar as dificuldades que um clássico como o de amanhã apresenta, independente da diferença de força e de elenco. Lembrou as dificuldades que o Ceará teve para ganhar do Fortaleza na fase de classificação (2 x 1). Tudo isso é válido na avaliação antecipada que cada contendor faz do antagonista. Há recíproco respeito. E não poderia ser de outra forma.

Sensibilidade

O livro "Vivências e Convivências", escrito por Nadja Bezerra Frota, tem a magia de nos conduzir ao passado, sem sair do presente. Nele me deparo com os tempos das imitações que eu fazia na esperança de ser locutor. Também traz à lembrança os pecados capitais (gula, avareza, ira...) ensinados nas aulas de religião. A Gentilândia, nosso cenário de infância e juventude. E chega aos fatos presentes com a mesma inspiração e acuidade. Parabéns, Nadja.

Recordando

Década de 1970. A partir da esquerda: o goleiro Lulinha e o atacante Marciano, quando atuaram pelo Ceará. Foto batida no Estádio Carlos de Alencar Pinto em Porangabuçu. Hoje, Lulinha é empresário no setor de confecções. Marciano atua como empresário de atletas profissionais. Lulinha e Marciano ganharam muitos títulos por Ceará e Fortaleza. (Colaboração de Elcias Ferreira).