Supremacia do talento
O Ceará provou sua infinita superioridade. Estabeleceu-se de forma gradual. E foi impondo o ritmo que bem entendeu diante de um Horizonte que apenas tentou resistir. Segurou o empate até 30 minutos. Mas, a partir do gol de Júnior, acabou quedando ante o poderio de um adversário melhor. O alvinegro trabalhou no campo adversário, máxime com o apoio de Vicente e participações Geraldo, João Marcos e Iarley. Júnior mais na frente um pouco. O Horizonte ficou nas raras incursões de Lúcio e Siloé; e no lance em que Elanardo, pelo preciosismo, perdeu o grande momento do empate. Na fase final, quando o Horizonte tentou subir, deu espaços por onde o Ceará se impôs de vez. Dai o golaço de Iarley (2 x 0) e os demais que se seguiram. Virou jogo de um time só. Michel e Nicácio deixaram o placar em 4 x 0. O elenco do Ceará é formidável.
Missão do técnico
Flávio Araújo, mesmo sem ser unanimidade, vai alcançando no Fortaleza resultados que o credenciam até junto aos que lhe fazem restrições. Está na decisão do turno e na fase seguinte da Copa do Brasil. Vem cumprindo sua missão. Há quem diga que cabe ao técnico levar o time à partida final, porquanto ganhar o título já não depende só dele. Afinal, numa única partida entram fatores alheios à vontade do treinador. Mesmo assim, a cobrança não deixa de existir.
Observações
Regulamento esdrúxulo. Ceará, melhor em tudo. Na fase classificatória, cinco pontos a mais que o Fortaleza, segundo colocado (29 a 25). Na semifinal, goleou o Horizonte, 4 a 0. O Fortaleza aplicou 2 a 0 no Guarani/J. Mas o Ceará não terá nenhuma vantagem na decisão do turno. O mando de campo, que seria a única vantagem, diluiu-se, pois o adversário é também da capital. /// Bonita a honestidade de Elanardo, do Horizonte. Esclareceu que não houve pênalti de Fernando Henrique. Disse que escorregou e perdeu o gol. O árbitro errou entendendo simulação e aplicando amarelo em Elanardo. /// Jefferson continua pegador de pênalti. Júnior esqueceu isso. /// Michel, belo gol.
Diferença de bicampeão mundial
Iarley mostrou a razão por que conquistou tantos títulos, inclusive mundiais, pelos gramados do mundo. O passe, de cabeça, para Júnior marcar o primeiro gol, tirou de tempo toda a defesa do Horizonte. E o gol que ele, Iarley, marcou foi obra prima do talento de quem sabe abrir caminho mesmo na frente de quatro defensores contrários. Iarley, o melhor.
Na reta final
No Leão há jogadores que cresceram de produção justo nesta reta final. Reginaldo Júnior, por exemplo, estabeleceu-se definitivamente. E até os que não acompanharam o ritmo, na medida pedida pelo treinador, têm tido melhor participação. É o caso de Luciano Henrique, não ainda no ponto, mas chegando perto. Léo Andrade, embora perdendo chances incríveis, tem feito gols fundamentais. Assim o Leão está na final. Merecidamente.
Em 2010
O Fortaleza conquistou o 1º turno 2010, num dramático jogo. Estava perdendo do Guarany de Sobral por 4 a 1, mas nos minutos finais empatou. Foi para os pênaltis e ganhou o título. Lá estavam Fabiano; Peter, Gilmak, André Turatto e Guto; Leandro, Coquinho (Rinaldo), Alex Gaibu (Bismarck) e Paulo Isidoro; Jonhes e Tatu (Eusébio). Técnico: Luiz Müller. Permanecem seis jogadores daquele time: Fabiano, Gilmak, Guto, Leandro, Bismarck e Tatu.
Recordando
Placa no Estádio Centenário de Montevidéu: "1930 - Montevideo - 1º Campeonato Mundial de Football - Uruguay Campeon". O consultor Ernesto Antunes esteve lá e mandou-me esta foto. Ele disse que os uruguaios em 1930 consideraram sua seleção tri mundial, pois antes a Celeste havia conquistado o bi olímpico. As duas taças olímpicas e a réplica da Jules Rimet estão no museu do Estádio Centenário.