Bastou o segundo tempo
O Crato esteve melhor na fase inicial. Criou chances de marcar dois gols em conclusões de Carlos Alberto e Marconi. Controlou a situação com Jailson apoiando e Djalma melhor na distribuição. Mas tudo resultou em nada porque no último minuto Tatu fez Leão 1 a 0. Conclusão: na fase inicial, o Crato jogou melhor; o Fortaleza venceu. No retorno do intervalo, o Leão trouxe futebol; o Crato, nada. O tricolor tomou conta do jogo. Bismarck assumiu o espetáculo. Marcos Paulo, Luciano Henrique, Guto e Reginaldo Júnior também cresceram de produção e colocaram o Crato na roda. Os gols traduziram a superioridade tricolor: Luciano Henrique, 2 x 0; Marco Paulo (um golaço, desmontou três marcadores), 3 x 0; Guto, 4 x 0; Guto, 5 x 0. Reginaldo mandou bola na trave. O Fortaleza do segundo tempo deu confiança; o do primeiro tempo é para esquecer.
O destaque
Bismarck. Apagado no primeiro tempo, ele se transformou na peça fundamental da arrancada do Fortaleza rumo à goleada sobre o Crato (5 x 0). No gol de Tatu, foi Bismarck quem criou a situação pela direita e efetuou o lançamento para a área. A bola bateu em Tatu e entrou (1 x 0). Porteira aberta. No segundo gol, marcado por Luciano Henrique, o lançamento de Bismarck teve precisão milimétrica. Bismarck jogou na meia, jogou na lateral, fez de tudo. Primoroso segundo tempo.
Ceará, na medida
Vitória alvinegra sobre o Tiradentes veio natural como consequência da enorme diferença estrutural favorável ao Ceará. O placar de 2 a 0 refletiu a medida certa estabelecida pelo alvinegro na administração da superioridade que tem sobre os concorrentes. O esboço de reação do Tigre morreu quando Fernando Henrique pegou o pênalti cobrado por Garrinchinha. Quando vi no banco do Ceará jogadores como Heleno, Juninho, Washington e Marcelo Nicácio compreendi a razão porque há tanta confiança no time de Dimas Filgueiras. E compreendi também a razão por que há tanta preocupação no sentido de não permitir que se instale qualquer sentimento de "já ganhou" em Porangabuçu.
Sem medo de sombras
Nada de temores, mesmo tendo o Ferrão perdido ontem por 1 a 0 para o Guarani (J). O técnico Filinto Holanda, um dos melhores da nova geração, assumiu sem medo o Ferroviário. Para ele não existem sombras ou assombrações. Confia na sua experiência nacional e internacional para levar os corais à retomada no segundo turno, apesar das enormes dificuldades.
Aquecimento
A disputa pelas duas últimas vagas na semifinal aquece a reta final. /// O Guarani/J tem todas as vantagens, pois pega no Romeirão um Itapipoca sem chances. /// O Icasa está na luta, pois pode chegar aos 19 pontos, haja vista ter um jogo a menos. /// O Guarany/S faz seus dois últimos jogos em casa, mas o último é diante do poderoso Ceará. /// Daí a esperança do Horizonte que enfrenta o Ferroviário e aposta em derrotas do Guarany. Tudo é possível.
Curiosidade
Poucos sabiam que um jogador inglês, Sidney Pullen, já havia atuado pela Seleção Brasileira, conforme o pesquisador Airton Fontenele descobriu e divulgou aqui na semana passada. Pullen foi mais além: quando extinto o seu time, o Paysandu, formado só por ingleses, ele se transferiu para o Flamengo, onde jogou de 1915 a 1925. Atuou em 116 jogos, fez 40 gols, campeão em 1915, 1920 e 1921 como jogador e campeão em 1925 como técnico.