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Contraste com o modelo nacional

Os regulamentos dos campeonatos realizados no Brasil passaram por fases distintas. O Campeonato Brasileiro, por exemplo, só adotou o sistema de pontos corridos em 2003. Antes, predominava o modelo com duas fases: a classificatória e a final. Houve polêmica quando quiseram implantar o modelo de "pontos corridos" adotado da Europa. Embora mais justo, porque sempre premia o melhor, esse modelo, segundo os críticos, poderia provocar desinteresse caso um time disparasse na liderança, acabando com a apoteose de uma grande final. Mas o "pontos corridos" fixou-se e está aí firme porque mais justo. Os certames estaduais preferem o modelo com fases distintas. O regulamento do Campeonato Cearense dá apenas de vantagem aos vencedores das fases classificatórias o mando de campo. E só. Um contraste com o modelo nacional.

Repensar

Verdade que os clubes decidem, via conselho arbitral, o modelo de disputa dos certames. Não cabe ao presidente da FCF, Mauro Carmélio, estabelecer o tipo de disputa a ser adotado. Mas ele pode, pela importância do cargo e pelo prestígio pessoal, exercitar influência junto aos clubes no sentido de sugerir um modelo de disputa mais coerente com o adotado no Campeonato Nacional, ou seja, um princípio de justiça que privilegie mais o time que melhor se houver em campo.

Injustiças

Faltou critério de justiça no regulamento do Campeonato Cearense. Alegam mil coisas que entendo improcedentes. Resumir a um mando de campo a vantagem é pequenez inaceitável. É justo o modelo nacional; injusta a decisão estadual. Quer dizer então que o time ganha a fase classificatória e tem como vantagem apenas o mando de campo? Ridículo. Deveria, sim, ter pelo menos o direito a um empate para ficar com o título do turno. Pior ainda a decisão do campeonato, caso haja dois vencedores de turno. Como a decisão será em duas partidas, o ganhador da primeira só terá a vantagem do empate, ainda que aplique uma goleada. Nessa parte, o saldo de gols deveria prevalecer. Outra injustiça, pois.

Mascarado é o Batman

Gostei da colocação feita pelo meia Bismarck, do Fortaleza, quando tentaram passar a ideia de que ele é mascarado. A resposta do jogador foi irônica: "Mascarado é o Batman", disse. Aí ele soltou aquele sorrido. Bismarck é simples e talentoso. Errou quem inventou essa de mascarado.

A hora de parar

O astro de futebol tem de zelar por sua imagem, quando observa que se aproxima o fim da carreira. A viagem de volta é muitas vezes dolorosa. O ídolo, antes aplaudido, pode ser surpreendido por situações vexatórias como as vividas recentemente por Ronaldo Fenômeno e Roberto Carlos. Quem soube a hora de parar com dignidade foi Pelé. Este, sim, calculou até o momento ideal de aposentar-se da Seleção Brasileira. Garrincha não teve a mesma sorte.

Notas & notas

Agradeço ao médico Otho Leal Nogueira duas preciosas coletâneas de futebol que me mandou. Uma delas, sobre a história do Maracanã. Valeu /// Recebo convite para o lançamento do livro "Vivências e Convivências", de Nadja Bezerra Frota. Será no dia 17 de fevereiro, quinta-feira próxima, às 19 horas, no Ideal Club. Nadja é mãe do ex-presidente do Ceará, Alexandre Frota, e esposa do querido conselheiro alvinegro, Jorge Parente Frota Júnior. Vou lá!

Recordando

Estádio Presidente Vargas. Festa de entrega das faixas ao Fortaleza, campeão cearense de 1973. A partir da esquerda (em pé): Cícero, Wilkson Saraiva, Zé Carlos (falecido), Pedro Basílio (falecido), ? , Louro (falecido), ? . Na mesma ordem (agachados): Ubiratan, Alísio, Chinesinho (falecido), Beijoca, ? , Geraldino (maior artilheiro da história do Castelão), ? . (Colaboração de Flávio Rocha (Bairro Serrinha).