Ceará sabe o momento de ganhar
Primeiro tempo sem emoções. O Ceará melhor nas ações, mas barrado pela forte marcação coral, que começava na linha divisória. A rigor, poucos momentos de definição. Sérgio Mota e Júnior num só lance desperdiçaram ótima chance; Teles respondeu com perigo; e Pipoca mandou bola na trave de Ari. Ficou nisso. Na fase final, um espetáculo. Jogo aberto, bonito. Júnior fez 1 a 0 logo no início. Ferrão reagiu e assombrou: Leandro Silva mandou bola na trave; o mesmo Silva empatou (1 x 1); e Rômulo mandou outra bola na trave. Mas a frieza dos jogadores alvinegros prevaleceu na hora de "matar" o jogo. Aproveitando a ausência de Lúcio, que estava sendo atendido fora, Sérgio Mota desempatou (2 x 1) e, lance seguinte, Júnior ampliou (3 x 1). Quebrou qualquer poder de reação coral. O Ceará soube, com competência, ganhar mais uma.
Gol salvador
Bismarck tem todos os motivos para sorrir. O golaço da vitória (2 x 1) que marcou diante do Guarany de Sobral, sábado passado, devolve-lhe a confiança de melhores dias no Leão. O gol salvador fez o Fortaleza permanecer no G-4 e, além disso, quebrou a forte pressão que havia sobre o próprio Bismarck, o técnico e o grupo. E mais: a derrota do Tiradentes para o Guarani de Juazeiro permitiu ao Fortaleza seguir como vice-líder do turno. Significativo alívio de tensões no Pici.
Posto de observação
Os melhores: o goleiro Ari e o meia Sérgio Mota. Este, além do gol, bela atuação. /// No momento em que o Ferroviário resolveu subir, criou, sim, embaraços à defesa do Ceará, mas também se expôs e deu espaços. Resultado: impossível conter as ações de habilidosos como Iarley, Sérgio Mota e Geraldo, todos jogadores de alto poder de decisão. /// Destaque também para Leandro Silva e Gladstone. /// Imperdoável desatenção coral: quando Lúcio estava sendo atendido, o time deveria ter fechado a guarda, tal como fizera no primeiro tempo. Com espaço, o Vozão trabalhou a bola e fez dois gols. Ficou a lição. /// Por mais paradoxal que pareça: o Ferrão perdeu o jogo, mas desta vez agradou.
Duas vezes o caminho do gol
Júnior estava devendo. Desde que chegara, parecia travado. E mais: com dificuldades de conclusão. Desencabulou num clássico. E por duas vezes retomou o caminho do gol. Além disso, sua participação coletiva também foi muito boa. Agora, sem a pressão pelos gols, poderá render muito mais. Na comemoração do gol, Júnior fez a festa de aniversário para Geraldo. Merecida homenagem. A propósito, Osvaldo, que substituiu Geraldo, entrou muito bem. Tudo deu certo para o Ceará.
Notas & notas
Em sete minutos, o Ferroviário teve tudo para mudar a história do jogo no segundo tempo: aos quatro minutos, Leandro Silva mandou na trave; aos oito, Leandro Silva fez o gol; aos onze, Rômulo mandou na trave. Um bombardeio relâmpago. /// O Ceará tem a seu favor o conhecimento da hora de dar o bote. Soube definir na hora exata. /// Quem não soube fazer gols foi Marcelo Nicácio. Perdeu duas chances incríveis. Deu pena.
Brasil em campo
Quarta-feira próxima, a Seleção Brasileira principal, comandada por Mano Menezes, atuará no Stade de France, em Saint Dennis. Dos 23 convocados, apenas dois atletas já enfrentaram a França: o zagueiro Luizão (empate 0 x 0, no dia 20 de maio de 2004, quando de um amistoso no mesmo Stade de France) e Robinho (derrota do Brasil por 1 a 0 no dia 1º de julho na Copa de 2006 em Frankfurt, Alemanha). Dados de Airton Fontenele.
Recordando
Década de 1950. Foto batida antes do desmatamento do campo do Calouros do Ar, dentro da Base Aérea de Fortaleza. Voluntários cabos e soldados com enxadas e picaretas. O então major Porto, de boné, camiseta e calção brancos, foi incansável lutador pelo fortalecimento do Calouros. Porto chegou a brigadeiro médico da FAB. O Calouros foi campeão cearense em 1955. (Acervo de Jurandy Neves).