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Retorno de uma geração

O saudoso narrador paulista, Fiori Gigliotti, um dos maiores nomes do rádio brasileiro, dizia uma frase que ficou famosa nas transmissões de futebol: "O tempo passa, torcida brasileira". Dele lembrei hoje ao ver de volta ao cenário nacional uma geração que em 2002 ganhou o penta para a Seleção Brasileira: Ronaldo Nazário (o Fenômeno), Roberto Carlos, Ronaldinho Gaúcho e Rivaldo. Em todos eles, a marca do tempo na face ou nos quilos a mais ou no ritmo mais lento. O fulgor da juventude cedeu lugar as aspecto de senhores a caminho da aposentadoria como atletas de futebol. Digna volta para casa. Dura espera pelo momento em que as luzes da ribalta se apagarão. Depois disso, serão eles respeitados, mas não mais tão cortejados como nas fases de glórias e conquistas. Eis o retorno de uma geração. "O tempo passa, torcida brasileira".

Cuidado especial

Desde o início de sua gestão, o presidente do Ceará, Evandro Leitão, há dedicado atenção às dívidas trabalhistas. E conseguiu feito notável, mediante acordo na Justiça do Trabalho. Isso todo mundo sabe. Mas o foco de meu elogio é exatamente porque nenhum outro dirigente teve a iniciativa de tentar zerar o passivo. Evandro viu mais longe. Olhou para frente e para trás. Sabia que, sem o fim das dívidas, seria difícil avançar. Agora, pelo acordo, ninguém o segura mais.

Notas & notas

Sem contar a rodada de ontem, entendo que Icasa e Guarany de Sobral deveriam ter média de público bem maior do que a que foi alcançada, conforme dados da FCF, ou seja: Icasa, média de 1.553 pagantes; Guarany/S, média de 1.282. Afinal, o Guarany é o campeão brasileiro da Série D e o Icasa é o representante cearense na Série B nacional. /// Exceto Juazeiro e Sobral, os demais municípios que sediam jogos do "estadual" deveriam seguir o exemplo de Horizonte, que, logo após subir para a primeira divisão, construiu um estádio condizente com o novo status. /// Até o município de Fortaleza negligenciou com relação ao PV. E agora corre contra o tempo. Deixam tudo para a última hora.

Cartão amarelo para o árbitro

Luzimar Siqueira deu uma pisada na bola ao tentar esconder que, no dia anterior ao clássico Fortaleza 1 x 2 Ceará, que ele dirigiu, apitara também um jogo pelo campeonato do município de Irapuan Pinheiro, sem ter para isso autorização da comissão de arbitragem. Descumpriu um acordo. Deslize simples, sim. Tudo bem. Um "cartão amarelo" para ele.

O craque

O certame cearense já chegou à sétima rodada sem que haja um jogador especial, ou seja, um craque capaz de chamar para si todas as atenções pela superioridade do seu talento. Há alguns destaques, mas ainda sem o brilho que faz a diferença entre o comum e o atleta consagrado. Da mesma forma ainda não há uma revelação que tenha conquistado a atenção do público e da mídia. Estão vagos, pois, os "cargos" de "craque" e "revelação".

Mensagem

Do leitor Wilson Lima (wilson@integralengenharia.com ], torcedor do Leão: "Tom, faça seus comentários sem paixão pelo time que você torce. Dizer que o Ceará ganhou de 3x1 do Fortaleza é fanatismo grande. Espero faça a correção na sua coluna". Pronto: o Ceará ganhou do Fortaleza por 2 a 1. Valeu, amigo? Wilson acrescenta: "O Fortaleza não tem a menor obrigação de ser penta. Os outros é que têm obrigação de evitar o penta".

Recordando

Década de 1990. Eliézer na época em que jogou no Ferroviário. A melhor fase de Eliézer foi mesmo no Fortaleza. Exatamente nessa época o São Paulo, então comandado pelo técnico Telê Santana, quis levá-lo. Mas, na hora da transação, divergências quanto aos valores da transferência acabaram com o sonho do jogador. Eliezer também jogou no Icasa. (Acervo de Jurandy Neves).