Faltou seriedade nas finalizações
Na técnica, no toque, na qualidade do futebol, não havia como desconhecer a superioridade alvinegra. Daí o técnico do Quixinha, Daniel Frasson, ter optado pela retranca. Ceará dominou do começo ao fim. De certa forma, até abusou do preciosismo. Em momentos, passou a impressão de soberba. E por falta de melhor aplicação, ficou no placar minguado, 1 a 0, gol de Marcelo Nicácio. O Quixadá foi esforçado, valente, mas entrou na roda diante de Michel, Geraldo, Júnior, Nicácio, Iarley. O Ceará perdeu uma carrada de gols. Somente na reta final do jogo o Quixinha teve tênue chance com Danilo, mas a defesa do Ceará neutralizou. Lição tirada da partida: um desconto nos erros do Ceará por ser início de trabalho dos astros. Mas cuidado para o Vozão não subestimar os futuros adversários. Brincadeira nas finalizações tem hora.
Golaços
Um golaço o que Guto marcou pelo Fortaleza. Até então, o Leão senhor absoluto diante do Limoeiro. Menezes já fizera 1 a 0. E Bismarck mandara uma bola na trave. Tudo isso no primeiro tempo. Na fase final, o Leão recuou demais. Mas mais bonito que o gol de Guto foi o golaço de João Paulo (2 a 2) no minuto final do jogo. Antes Paloma diminuíra (2 a 1). A expulsão de Leandro reduzira o poder do Fortaleza, fato que levou o Limoeiro a aproveitar bem e empatar a partida.
Observações gerais
O melhor jogador da rodada foi João Paulo, do Limoeiro. Nos minutos finais do jogo, deu show de garra e de talento. Meteu bola na trave aos 44 e fez o golaço de empate aos 45. /// O goleiro do Ceará, Fernando Henrique, esteve em campo, mas não estreou. O inexistente ataque do Quixadá não deu o mínimo trabalho. /// O Ceará precisa jogar mais sério na hora das conclusões de jogada. /// No meu entendimento, o árbitro Cleuton Lima cometeu vários equívocos de avaliação. Dois deles: deixou de marcar um pênalti de Guto a favor do Limoeiro e errou na expulsão de Leandro do Fortaleza. /// O jovem Sinho, do Ceará, esteve mal. Sentiu. Cedo foi substituído. Cuidado para não queimarem o rapaz.
O recado do Tiradentes
Sem alarde, o técnico Neto Maradona montou boa formação no Tigre. E os resultados estão aí: três vitórias consecutivas. Só perdeu para o Fortaleza no Pici e assim mesmo deu muito trabalho. Bateu nos grandes Ferroviário (4 a 1) e Icasa (0 x 1) em pleno Romeirão. O Time está bem com Neilton, Garrinchinha, Dedé e Ribinha entrosados. E Cleiton fazendo gols.
Revisão
A gestão aplicada no Ferroviário está sendo questionada. O presidente Luís Neto começou a sentir a pressão da torcida. A goleada sofrida diante do Tiradentes abriu uma crise na Barra. Luís prometeu um time para brigar pelo título, mas ficará longe disso se não houver acentuada mudança de rumo. Apenas uma vitória em quatro jogos. Pior é que o time vai perdendo a credibilidade, comprometendo um projeto que teoricamente parecia bom.
Notas & notas
Nada como um grito de Luís Torquato para despertar o Guarany. O Itapipoca pagou o pato: foi goleado por 4 a 0. /// O outro Guarani ganhou com mérito o clássico do Cariri (2 a 1). O Verdão em perigosa crise. Se o Zacarias Silva não cuidar já, afunda. /// A reação fulminante do Horizonte, que nos minutos finais arrancou vitória dramática sobre o Crato (3 x 2), tem a marca do técnico Filinto Holanda. Foi assim também diante do Guarani (J).
Recordando
Década de 1960. A partir da esquerda: Benício, volante do Ceará, e Veras, volante do Fortaleza. Benício foi tricampeão cearense pelo Ceará (1961/62/63) e também jogou pela Seleção Cearense. Luís Veras, um dos grandes ídolos do Fortaleza e do Sport/PE, morreu em 2009. Veras brilhou na Seleção Cearense em várias oportunidades. Dois nomes que marcaram época.