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Novo tropeço

É cansativo repetir a mesma frase: o Ceará não mereceu perder. Sim, mas perdeu. Assim diante do Flamengo; assim diante do Botafogo. Tropeçou na mesma pedra. Imperdoável equívoco de postura: fica atrás, tímido, e somente após sofrer o gol resolve de vez ir ao ataque. Por que tanto medo? O Botafogo logo mostrou suas armas. Apertou pela direita com Antonio Carlos e criou duas situações de gol para Jobson. Este o mais perigoso botafoguense, seguido de perto por Maicosuel. No primeiro tempo, um Bota melhor, mais insinuante. Na fase final, o gol de Jobson (Bota, 1 a 0) deu a impressão de que ampliaria o domínio. Lego engano. O Ceará, com Magno Alves, Geraldo e Ernandes, apertou e assumiu o controle. Teve amplas condições de empatar. Faltou pouco. Mas ganhar fora parece que voltou a ser um problema para o Vozão.

Ajustes

Marcus vinícius, que ficou fora do jogo em Belém, teve sua ausência muito sentida. O técnico Zé Teodoro, que não pôde contar também com Leandro e Cleber Goiano, viu comprometido o modelo que inicialmente queria. Foi obrigado a improvisar. Escalou mal. Mas a experiência que emergencialmente fez para corrigir o engano mostrou ao treinador um outro caminho que acabou dando certo. Agora basta ao Zé promover os ajustes necessários.

Alguns detalhes

O Ceará precisa ser mais ousado desde o início. Não tem cabimento subir somente após em desvantagem no placar. /// O Botafogo ganhou no detalhe: usou a velocidade no contra-ataque, justo o que o Ceará soube fazer no primeiro tempo. /// Magno Alves não pode ficar no banco. É um absurdo desperdiçar o talento desse rapaz, guardando-o para o segundo tempo. /// Não achei correta a saída de Michel, um dos melhores em campo e opção para tiros da entrada da área. Se o objetivo então era subir inteiro o Ceará, Geraldo poderia ter entrado no lugar de Sacoman. /// O lance mais bonito foi de Magno Alves que quase marcou um golaço. /// Correta a entrada de Ernandes no lugar de Camilo.

Dinamismo verde

Assisinho é um dos responsáveis pela boa campanha do Icasa na Série B. O Verdão está à frente de times importantes como Paraná, Sport/PE, Brasiliense, Bragantino e Santo André. Assis está em sintonia fina com Roberto Jacaré e Júnior Xuxa, trio que tem dado ao Verdão permanente dinamismo. É o Cariri consolidado como polo esportivo de expressão.

Futebol demais

São tantas as competições ora em disputa que se torna difícil até o simples ato de acompanhar a programação. Campeonato do Nordeste, Copa Fares Lopes, Série A, B, C e D do Brasileirão. E há também a terceira divisão cearense, onde está o América, clube que já foi campeão cearense duas vezes, mas despencou definitivamente. A propósito, onde está o Calouros do Ar, que foi campeão cearense de 1955? Sumiu sem ser notado. Lamentável.

Notas & Notas

Compreensível o lamento do técnico do Ferroviário, Maurílio. Ele entende que, se tivesse contado com Non, Jr. Qboa e Paulinho, o rendimento do Ferroviário em Itapipoca teria sido melhor. Até procede o argumento dele. Mas o Ita, que nada tinha a ver com isso, fez a parte que lhe cabia: ganhou de virada (2 a 1). /// No Ferrão, um atacante que teve ótima passagem pelo Quixadá e pelo Ceará: Juranilson. É veloz e dribla muito bem.

Recordando

Década de 1980. O ponta-direita Katinha, do Ceará, aí se submetendo a um tratamento. Katinha brilhou no Vasco da Gama do Rio. Depois, veio para o Ceará, onde conquistou vários títulos estaduais. Hoje mora em Santa Catarina. Não faz muito, soube que ele lê a coluna diariamente e acompanha também a TV Diário. Jamais esqueceu as terras cearenses. (Acervo de Elcias Ferreira).