EvoluçãoHá times que conseguem evoluir melhor que outros. Caso do Fluminense, de Muricy Ramalho, hoje líder. Na estreia, no Castelão, perdeu para o Ceará (1 a 0). O Flu naquela ocasião mostrou futebol sem definição. Já agora o Fluminense revela impressionante crescimento de produção. Dizem que a constituição do grupo mudou muito. Sim, mudou, mas não tanto como apregoam. Basta ver a escalação da estreia aqui e a mais recente na vitória sobre o Inter/RS. Aqui o Flu atuou com Rafael; Gum (Leandro Euzébio), Digão e Cássio; Mariano, Diguinho, Júlio César (Wellington Silva), Conca e Marquinho; Willians (Everton) e André Lima. Diante do Inter/RS, atuou com Fernando Henrique; Gum, André Luis e Leandro Euzébio; Mariano, Diogo, Diguinho, Conca (Marquinho) e Julio Cesar; Emerson (Rodriguinho) e Washington. Portanto, quase o mesmo.
Vem aí o FerrãoO técnico Maurílio cumpre esquema de preparação do Ferroviário para estrear na Copa Fares Lopes diante do Itapipoca. Ele tirou lições da época em que treinou o Maranguape. Numa conversa comigo e com o Belmino, Maurílio fez observação sobre as dificuldades do técnico. "Nem sempre o que se planeja pode ser executado na hora do jogo porque circunstâncias inesperadas mudam o rumo da história. E a luta para as correções esbarra na exiguidade de tempo", disse.
EficiênciaO exemplo dado pelo Fluminense leva a uma conclusão: não é preciso contratar muito: é preciso contratar certo. Nesta parte, valeu no Flu o dedo de Muricy Ramalho. Gradualmente definiu o perfil que queria para a equipe. E já agora colhe os frutos. Seu time foi o que melhor evolução apresentou, mormente após a Copa do Mundo. Já o Ceará complicou-se no instante em que o Vasco da Gama fisgou PC Gusmão. Além disso, o modelo tático alvinegro ficou manjado, muito conhecido, o que facilitou a vida dos adversários. A falta de um repertório alternativo fez o Ceará cair na mesmice: ótimo na defesa, pífio no ataque. Agora Mário Sérgio buscará equilíbrio, ou seja, eficiência em todos os compartimentos.
Inter-relaçãoO insucesso do Fortaleza diante do Confiança gerou dúvidas com relação ao êxito que precisa alcançar em Belém. Mas comungo do pensamento do técnico Zé Teodoro. Embora de forma inconsciente, o jogador se preserva na competição menos importante. Quero crer tenha acontecido isso anteontem no Pici. Não tenho dúvida de que em Belém será diferente.
ObservaçõesO Ceará contratou tanta gente que, de uma estocada só, afastou 12 atletas. Pode? /// Por enquanto, a lei do silêncio sempre foi estabelecida de um lado só, ou seja, o lado dos times de futebol. Imaginem quando os repórteres resolverem fazer o mesmo... /// A lei do silêncio varia de acordo com os interesses dos dirigentes. Alguns bobinhos, quando querem aparecer, são os primeiros a quebrar o silêncio, marcando coletivas. Que incoerência!
Notas & notasLembrete: o Internacional, agora campeão da Libertadores, sofreu para ganhar do Ceará (2 a 1) no Beira-Rio. E só conseguiu graças a um pênalti arranjado pela arbitragem. /// Quem largou bem na Copa Fares Lopes foi o Icasa. Apesar de ter usado time bastante modificado, o Verdão, mesmo sem o técnico Flávio Araújo, deu um baile no Boa Viagem. /// Time misto está sendo opção dos que disputam campeonatos paralelos. Esvaziamento total.
RecordandoDécada de 70. Aí o então meia do São Paulo, Muricy Ramalho, que hoje brilha como técnico, considerado um dos melhores do Brasil. Muricy hoje comanda o Fluminense. Como jogador foi campeão paulista (1975) e brasileiro
(1977) pelo São Paulo, onde começou no time "dente-de-leite". Muricy nasceu no dia 30.11.1955 em São Paulo. (Colaboração de Ernesto Antunes).