ApêndiceÉ preciso alguém definir o que representa para os clubes cearenses a atual Copa do Nordeste. A competição, a mim me parece, está sendo vista como apêndice. Assim fico na dúvida se é positiva ou não, benéfica ou danosa. Ora imagino que seus jogos servem para ajustes; ora entendo que são apenas desgastes. Os próprios clubes revelam indecisões diante do certame. Em momentos, usam o time principal; em outros, o reserva. E não raro fazem também composição mista. Os jogadores, que não são bobos, sentem o desinteresse coletivo. Aí certamente se perguntam: por que meter a perna ou morrer de amores por uma competição que sequer empolgou os dirigentes? E tudo vai ficando no faz-de-conta. O torcedor percebe todas essas coisas. Ainda assim, a Copa do Nordeste avança. Questionada, mas avança. Mesmo sem prioridade.
ReencontroRenê Simões foi muito infeliz quando aqui esteve treinando o Ceará. Nada deu certo. Aliás, a primeira pisada na bola aconteceu quando descartou o goleiro Adilson. Depois, os goleiros que ele ungiu danaram-se a tomar frangos. A maldição chegou tão veloz que Renê logo caiu. E deixou desgastada a sua imagem junto à torcida. Virá ele agora, técnico do Atlético/GO, em busca de vindita? Não creio. Só espero que no jogo de domingo, ele faça no Atlético/GO o que aqui fez: nada.
PromoçõesHá quem entenda que várias promoções paralelas confundem o torcedor. Penso assim: se bem definidas e distintas, nada atrapalhará. Se não bem esclarecidas, aí sim poderá trazer embaraços. No caso do Fortaleza, há opções claras: a) "Eu ajudo o Leão a subir de divisão"; b) "Passaporte Série B"; c) Sócio Torcedor. Cada promoção com motivação própria, mas com objetivo comum: ampliar a receita do clube. Cabe ao torcedor escolher a que mais lhe for conveniente, de acordo com seu poder aquisitivo. De certa forma, compreendo os que apontam a inconveniência das ações simultâneas. Mas avalio que, quando o torcedor quer mesmo participar, ele sabe avaliar e escolher a opção mais adequada.
Atos separados
Até que ponto a derrota para o Bahia reduziu a confiança tricolor que tinha reconquistado a autoestima após a vitória sobre o São Raimundo em Santarém/PA? Tudo dependerá da forma como a questão será tratada. O negócio é separar o joio do trigo: o que é da Copa e o que é da Série C. No ato, essencial a liderança de atletas importantes como o zagueiro Gaúcho.
Notas & notasUm dos jogadores mais eficientes do Ceará é João Marcos. Por mais paradoxal que parece, na sua ausência mais a sua presença será lembrada e sentida. Detalhe: João, porque cumpre punição, estará fora do jogo de domingo. /// Nome muito bem lembrado pela galera: Júnior Cearense. Se lhe for oferecida uma sequência de jogos, tenho certeza de que Júnior corresponderá. /// Luís Torquato, incisivo: "Só sabe o que é a Série D quem está nela".
SaláriosNada tenho eu a ver com o salário de técnico, jogador ou seja lá quem. Mas que os valores andam elevados em alguns setores, disso ninguém duvida. Para os padrões brasileiros, pagar a partir de R$ 400.000,00 por mês a um treinador é puro despropósito. Se no Brasil houvesse a receita que tem o futebol europeu, aí seria possível encarar cifras estratosféricas. Mas não é isso o que aqui acontece. Basta ver a situação de penúria da maioria dos clubes.
RecordandoDécada de 1970. Estádio Presidente Vargas. Jogadores do Fortaleza. A partir da esquerda (em pé): o goleiro Cícero e Clodoaldo. Na mesma ordem (agachados): João Cunha e Maromba. Desse grupo, apenas ainda tenho algum contato com Cícero. Não sei que destino tomaram Clodoaldo, João Cunha e Maromba após encerrarem suas carreiras. (Colaboração de Elcias Ferreira).