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Alternância no G-4

Campeonato de longa duração comporta mil variações tanto na parte alta da classificação, quanto na parte baixa. Na medida em que as equipes se reforçam, os resultados vão determinando nova configuração. Muitas vezes, um time lidera a maior parte do certame, mas perde fôlego na reta final. Outros, porém, fazem o caminho inverso: começam mal, reagem e, de repente, aparecem no topo. Não demorará muito o início de alternância no G-4. Observem como Avaí, Cruzeiro, Santos e Flamengo estão chegando. Se a turma de cima não se cuidar, rápido correrá o risco de ser ultrapassada. Nesta parte, um alerta especial ao Ceará que perdeu o pique pela falta de vitórias. A retomada da confiança em Porangabuçu dependerá muito do jogo de domingo. Se vencer, renovará esperanças. Caso contrário, mergulhará num mar de incertezas.

Na berlinda

O técnico Estevam Soares é experiente. Ele sabe que está no limite de uma cobrança que a todos parecia inevitável: a retomada de vitórias do Ceará. O adiamento sucessivo desse reencontro com resultado de três pontos tem colocado na berlinda o treinador. Afinal, o Ceará ainda sabe ganhar? Terá perdido a confiança de outrora? Como, se o elenco é o mesmo? Nas mãos e na inteligência de Estevam Soares a resposta. Data fixada: domingo, às 16 horas, no Castelão.

Sábio

O torcedor não é bobo. Ele faz muito bem a diferença entre as competições que lhes são colocadas à disposição, avaliando-as pelos critérios e objetivos. Se der vaga na Libertadores, ótimo. Se der vaga na Copa do Brasil, idem. Se der vaga na categoria imediatamente superior, ou seja, da Série C para a Série B e desta para a Série A, existirá sempre motivação. Agora, se não der nada ou não levar a nada senão a um troféu ou a um razoável prêmio em dinheiro, o interesse inexistirá. Daí a baixa resposta de público e de audiência quando se trata de um campeonato desprovido de objetivo maior. Longe o tempo em que bastava a bola rolar para a torcida dizer amém. Hoje ela é exigente. E muito.

Empresas e conselheiros

Campanhas de toda ordem: "Eu ajudo o Leão a subir para a primeira divisão", "Passaporte Série B", "Sócio Torcedor" e preço promocional para mulheres (R$ 5,00) no jogo diante do Paysandu, sábado próximo. Todo tipo de opção à disposição dos tricolores. Mas creio que empresas fortes e conselheiros ainda poderiam dar maior ajuda ao presidente Renan Vieira.

Vida de goleiro

Para ser festejado, ao goleiro não basta uma defesa espetacular: terá de protagonizar lances inusitados como fazer no mínimo três defesas seguidas, numa sucessão de conclusões à queima-roupa. No Brasil, há alguns anos apenas um goleiro era lembrado por feito assim: o uruguaio Rodolfo Rodrigues, do Santos. Agora, Fernando Prass, do Vasco, dividirá com ele as honras de ter praticado em sequência três fantásticas defesas, fato muito raro no futebol.

Defesas

No plano local, lembro de defesas parecidas, não digo na mesma dimensão das que foram praticadas por Rodolfo e Prass, mas bem próximas. Na década de 80, Sérgio Monte, então goleiro do Fortaleza, fez milagres também seguidos em São Paulo diante do poderoso ataque do Palmeiras. A TV Diário, anteontem, relembrou esse momento glorioso de Sérgio. Já há quatro anos, o goleiro Bosco, então no Fortaleza, fez algo parecido.

Recordando

Mozart Gomes, notável jogador cearense. Aos 16 anos despontou no Fortaleza, onde foi ídolo. Na década de 50, brilhou tanto que foi contratado pelo Fluminense do Rio, onde atuou ao lado de Telê Santana. Aqui, jogou também pelo Ceará e pelo América. Morreu em setembro de 2009. O escritor Saraiva Júnior está concluindo um livro sobre a vida desse craque inesquecível.