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Nem Missa do Galo

Domingo, 16 horas. Taí horário bom para futebol. Depois passaram para 17 horas. Ainda bom. Torcedores cedinho de volta para casa, na maior segurança. Os tempos mudaram. Inventaram horários maluquetes. Jogos em plena quarta-feira, às 22 horas. Término beirando a madrugada. Até Missa do Galo saiu da meia-noite para mais cedo. Os padres pensaram na segurança dos fiéis. Os dirigentes de futebol, não. Bola para frente. Seja como for, o desportista busca adaptação. Domingo, 18h30. Domingo, 19h30. Opções para todos os gostos. E desgostos. Entendo os noctívagos. Os circos também têm programação noturna aos domingos (20 hs, 21 hs). Assim igualmente cinemas e teatros. Por que então só o futebol não poderia ter horário semelhante? Talvez, de minha parte, apego demais ao passado. Mas nada melhor que domingo, 16 horas.

No limite

O técnico Zé Teodoro queimou sem vitória o primeiro cartucho na Série C. Experiente como é, Teodoro sabe que a pressão contra ele aumentará sobremaneira se houver novo tropeço do Leão. Daí ter crescido a responsabilidade do grupo com relação ao jogo de domingo, às 19h30, no Acre, diante do Rio Branco. E mais: a transmissão ao vivo, exclusiva, da TV Diário, permitirá à torcida tricolor avaliar o desempenho do time. Tudo está no limite. O Zé sabe disso muito bem.

Sequência

Os cronistas estão separando as duas fases da Série A, ou seja, a de antes e a de depois da Copa do Mundo. Que influência produziu a paralisação de mais de um mês? No retorno, o Ceará ainda não ganhou. Um empate com o Corinthians e uma derrota para o Internacional. Não sei se uma coisa tem a ver com a outra. O jogo de quinta-feira, diante do Guarani, dará oportunidade a novas avaliações. Se o Ceará vencer, desabará o argumento dos que dizem ter o recesso quebrado o ritmo alvinegro. Se o Ceará perder, terá de lutar contra os fantasmas que serão criados, a partir mesmo do número de jogos sem triunfo (três). Aí, não se deixar abater para o jogo com o Palmeiras será questão de honra.

Motivação coral a perigo

É inaceitável o atual momento por que passa o Ferroviário. Tento, mas não consigo descobrir os fatores que levaram o time coral a tantos problemas. Pela abnegação de seus dirigentes no passado, o clube ganhou status de grande na estrutura (Vila Olímpica Elzir Cabral), na proposta e nos objetivos. Mas, de certa época para cá, tudo complicou. Lamentável.

Tradição

É triste ver um time de tanta tradição como Ferroviário enfrentar delicada dificuldade financeira. Depois de Ceará e Fortaleza, é o Tubarão quem tem o maior número de títulos da história do futebol cearense. Sagrou-se campeão em 1945, 1950, 1952, 1968, 1970, 1972, 1988, 1994, 1995. São nove títulos estaduais. Apesar de ter boa estrutura na Barra do Ceará, já faz 15 anos que o Ferrão não conquista um título estadual profissional.

Notas & notas

Ó Ferroviário já foi cinco vezes seguidas finalista do Campeonato Cearense: 1979, Ferrão campeão; 1980, vice (Ceará campeão); 1981, vice (Ceará bi); 1982, vice (Fortaleza campeão); 1983, vice (Fortaleza bi). Década de 40, finalista 3 vezes seguidas: 1945, campeão; 1946, vice (Fortaleza campeão); 1947, vice (Fortaleza bi). Década de 90, Ferrão finalista três vezes seguidas: 1994, campeão; 1995, bicampeão; 1996, vice (Ceará campeão).

Recordando

28 de novembro de 1985. Faz 25 anos que essa foto foi batida. O jogador Denô aí aparece na época em que defendeu o Ferroviário Atlético Clube. Observem a publicidade do BEC (Banco do Estado do Ceará) que foi extinto há alguns anos. Em 1985 o Ferroviário fez campanha apenas razoável. Não sei o destino de Denô, após encerra a carreira. (Colaboração de Jurandy Neves).