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Festas e obrigações

Hoje, o Ceará chega aos 96 anos de existência. E chega num momento de grande euforia em razão da ótima campanha que faz na Série A do Campeonato Brasileiro. Festas matutinas. Orações. À noite, a hora da responsabilidade. Separação entre o que é de solenidade e o que é de desafio. À torcida, comemorações; aos jogadores, obrigações. Foco no primeiro lugar. Se ganhar do Avaí, dorme líder isolado da Série A. Não lembro algum dia ter vista um time cearense na liderança do maior e mais importante certame nacional. Quanto ao jogo, não existe nada fácil. A campanha do Avaí é boa. O time não tem o mesmo brilho que alcançou na época do técnico Silas, mas manteve um padrão condizente com a elite nacional. Portanto, o alvinegro não espera nada diferente do que aqui pegou diante de Fluminense ou Vitória. Série A é assim mesmo.

Vacância

O atacante Washington tornou-se a esperança de afirmação de um atleta no comando de ataque do Ceará. Ele começou bem, inclusive assinalando gols importantes. Vislumbra-se, pois, a possibilidade de finalmente o Vozão ter encontrado alguém que ali se estabeleça de vez. Perde-se no tempo o desfile de gente que por Porangabuçu passou e não conseguiu êxito na missão de ocupar a vaga deixada pelo ídolo Sérgio Alves. Até o momento a vacância ainda continua.

Padrão

Torna-se quase impossível alguém acompanhar todos os jogos da Série. Até agora, com maior atenção, vi Fluminense, Santos, Vitória, Cruzeiro, Vasco, Botafogo, Flamengo, São Paulo, Goiás, Internacional. Apenas um time revelou plástica superior pela maneira bonita de jogar: o Santos. Encantou e encanta o malabarismo dos meninos da Vila. Mas isso não é tudo, haja vista a própria colocação do Santos (8º). A rigor, o padrão está bom. Creio, porém, que, na medida em que o certame avançar, a qualidade do padrão tenderá a subir. E quem não acompanhar o ritmo, certamente sofrerá as naturais consequências daí decorrentes. Acumular pontos é o melhor negócio. Exatamente isso que o Ceará faz.

Objetivo definido

O técnico Zé Teodoro e a torcida sabem que o principal objetivo do Fortaleza agora é voltar à Série B. O Campeonato do Nordeste, que já começa no dia 09 de junho, entra como adicional, embora ideal para aprimorar o Leão, visando à Série C. Quem trabalha em duas competições, se não priorizar uma, não raro termina se dando mal nas duas. Todo cuidado, então.

Duas frentes

Em plena Copa do Mundo, acontecerá o Campeonato do Nordeste. Enquanto o Campeonato Brasileiro estiver paralisado, não haverá problemas. Mas, após a Copa, os dois certames correrão paralelamente. No caso do Ceará, cuidado com o desgaste que trabalhar em duas frentes pode provocar. Além disso, ainda haverá a Copa Fares Lopes, competição de âmbito local que reserva uma vaga para a Copa do Brasil 2011. Haja elenco, irmão!

Nomes e ídolos

Qual o mais carismático presidente do Ceará? Resposta simples: Franzé Morais. Antes dele, Elias Bachá. /// E qual o maior ídolo do alvinegro de Porangabuçu? Resposta igualmente simples: Gildo. Depois dele, Sérgio Alves. /// Qual a torcedora que mais simboliza o trabalho junto às massas alvinegras? No passado, Dona Chaguinha. Depois dela, Tia Roma. No momento, a imbatível Inês Cabral. /// Ídolo da década de 50? O ponta-esquerda Mitotônio.

Recordando

1955. Fortaleza Esporte Clube. A partir da esquerda (em pé): Peixe, Antoni, Valdeci, Charuto, Piabussu e Mundico (técnico). Na mesma ordem (agachados): Gera, Sapenha, Hélio, Wilton Viana (veio do América do Rio de Janeiro), Sanatiel e Calixto (irmão do famoso zagueiro Mauro Calixto). Detalhe: em 1955, o Calouros do Ar foi o campeão cearense. (Colaboração de Nonato Holanda).