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Valeu a experiência

O Fortaleza ganhou com mérito. Muito mérito. O Ferroviário começou melhor. Teve início incisivo e dominador. Fez um gol aos quatro minutos (Pereira, 1 a 0) e teve chance de ampliar aos 13 (bomba de Pereira que Fabiano defendeu). Saulo e Zada bem no apoio. Somente aos 16 começou a reação do Fortaleza. Betinho cresceu no jogo. Fez a diferença. Mandou recados que a defesa coral não entendeu. Aí Betinho empatou. Gaibu o seguiu de perto. O Leão foi gradualmente impondo seu domínio. Na fase final, o Fortaleza voltou melhor. Paulo Isidoro, Gaibu, Peter e Betinho foram engolindo o time coral. Resultado: a virada do Leão com golaço de Gaibu. Ao jovem time da barra faltou liderança em campo. Esboçou pequena reação e teve a única chance do empate com Rafael, que mandou bola no travessão. Leão soube gastar o tempo e vencer.

O melhor

Peter. O Ala do Fortaleza teve desempenho notável na vitória de ontem. Eu poderia ter escolhido Betinho, que fez primoroso primeiro tempo, ou Gaibu, que atuou bem e assinalou um golaço, mas optei por Peter por sua participação no jogo todo. Aliás, no gol da vitória do Leão, louvável o passe de Peter para Alex Gaibu. Desde que aqui chegou, ele deu ao Fortaleza dinâmica de jogo pela direita. Incansável. Preparo físico no ponto ideal para a decisão que vem aí.

Observações

No lance em que Paulo Isidoro mandou bola na trave coral, o passe de Betinho foi genial, um toque sutil, de alta categoria. /// No Guarany, quatro jogadores campeões pelo Fortaleza: Jefferson, Mazinho Lima, Clodoaldo e Wanderley. /// Se o Guarany quiser o título do turno, terá de jogar como o fez no segundo tempo diante do Horizonte. No primeiro tempo mais pareceu um time aparvalhado. /// De nada adiantou ao Ferroviário ser o primeiro da fase classificatória. Nenhuma vantagem ou proveito tirou disso. /// Melhor foi ser o segundo como o Guarany, que teve a vantagem de jogar em casa no Junco. /// Faltou maturidade ao Horizonte e ao Ferroviário. Não tiveram força mental na hora da definição.

O recado do ídolo

Clodoaldo, defronte à torcida, nas comemorações após ser o herói da classificação do Guarany para a decisão do turno, mandou pela TV Diário mensagens bem definidas: a primeira aos que achavam que o seu futebol havia sumido; a segunda, plena de amor à família. Ótimo. Equilíbrio em casa, sinônimo de sucesso em campo. Arma do Bugre na final.

De olho no futuro

PC Gusmão tem novos desafios: Copa do Brasil e o título do segundo turno. Ele anda fazendo experiências que fogem ao trivial. PC parece querer algo novo, mas ainda tateia. Passou a dar atenção a atletas que não tiveram oportunidade. Isso leva à seguinte leitura: ou modelo de antes esgotou ou PC quer fundi-lo com peças n ão devidamente aproveitadas. Uma coisa está clara: há por parte do treinador nítida insatisfação com a atual produção do grupo.

Apenas um vídeo

Acompanho o futebol cearense desde 1957. Eu tinha dez anos de idade. Poucos estrangeiros vi, vestindo a camisa de times cearenses. O uruguaio Ramirez jogou pelo Ferroviário. Houve um africano no Ceará. Mathias Vidangossy seria o primeiro chileno no Ceará. Mas não deu certo. O desfecho final foi tão pífio quanto o início da história; tão misterioso quanto a Cordilheira dos Andes. E Vidangossy não passou de um vídeo na vida alvinegra.

Recordando

1997. Russas Atlético Clube então na primeira divisão cearense. A partir da esquerda (em pé) Valter(ex-Ferrão), Marcos Durango, Biel(ex-Leão) Luciano Portela. Dalmir(ex-Ceará) e Doval(ex-Leão). Agachados: Gilson(ex-Ceará), Carimbó, Marcio Sales(ex-Ferrão), David e Coquinho(ambos ex-Ceará). O técnico do time foi o saudoso Pedro Basilio. (Acervo de Ricardo Torres).