Negligência coletiva
É inacreditável o que acontece no futebol cearense com relação aos estádios. A desídia tornou-se visível, escandalosa. Quem é o culpado? Quanto tempo houve para que os trabalhos de preparação dos estádios fossem executados? Tempo de sobra, responsabilidade de menos. Estádio é para ser cuidado como alguém zeloso cuida de sua própria casa: da sala à cozinha, do quarto ao banheiro, da calçada à área de serviço. Tudo limpo, areado. Mas em quase todos os estádios cearenses nada disso aconteceu. Os responsáveis pela manutenção e limpeza das praças esportivas deixaram tudo para a última hora. No lugar do planejamento, a improvisação. Em dezembro do ano passado todos os estádios já deveriam estar prontos e liberados. Não há desculpa. Imperdoável, pois, o desleixo dessa gente.
HorizonteO técnico Erasmo Forte, do Horizonte, terá duplo desafio este ano: ganhar do Ceará na estreia e depois mostrar que é capaz de fazer um Horizonte tão ou mais competitivo do que aquele que marcou época nas mãos de Argeu dos Santos. Após encerrar a carreira de jogador, Erasmo abraçou a de técnico de futebol. Tem comandado equipes médias. Ele sabe que, para alcançar voos mais altos, terá de levar o Horizonte a posições de destaque. Seu projeto é bom. Resta saber na prática.
DescompassoOs caminhos no futebol cearense em 2009 foram opostos. Justo quando o Ceará ganhou vaga na elite do futebol brasileiro, acontece a incerteza quanto a ter uma praça pronta para garantir grandes arrecadações. As promessas estão no ar. Mas promessas nem sempre são cumpridas à risca, máxime quando se trata de construção e reforma, quer em obra pública, quer em obra privada. Exemplo de manutenção vi no futebol italiano. Estive no Estádio San Siro em Milão em 1990. Dez anos depois, no ano 2000, lá retornei. Encontrei o estádio pronto como se nunca tivesse sido utilizado. A manutenção é permanente e as obras de recuperação e reforma são realizadas no recesso. Daí a diferença.
Papel importanteO meia Jorge Henrique tem tido participação convincente no Ceará desde o ano passado. Não raro, ele substituiu com eficiência o ala Fábio Vidal. Ainda assim, Jorge Henrique não se firmou como titular no time de PC Gusmão. Agora, haja vista a saída de Geraldo, abre-se ótima oportunidade para Jorge buscar sua inclusão como titular do time de Renê Simões.
Notas & notasNo jantar festivo do Ferroviário, o otimismo do presidente Ribamar Soares. O diretor Paulo Quezado empolgado lembrou seus tempos de disputa pela presidência da OAB-CE. /// Impressionante o apoio da torcida do Fortaleza ao time logo no primeiro jogo-treino. O torcedor do Leão retoma o elã, deixa para trás 2009 e projeta-se para lutar pelo primeiro tetra de sua história. Na mira também o retorno à Série B. Torcedor fiel não abandona o time.
MensagensDo leitor Antonio Mateus (nsmantonio@yahoo.com.br): "A foto do Ceará no Recordando de ontem é de 1984 e não foi batida no fim dos anos 80. Lembro desse time todo, pois foi o primeiro ano em que o vi o Vozão campeão. /// De Bruno Marques (brunomarques.midia@gmail): "Sou publicitário, torcedor do Ceará, ouvinte do Gomes Farias e leitor assíduo. Lembro-lhe outro ídolo alvinegro que caiu nas graças da torcida: Tiquinho".
Recordando
Década de 60. Jogadores do Fortaleza. A partir da esquerda: Carneiro, Evandro, César Morais e Baíbe. Detalhes: Carneiro ainda bate seus rachas. César Morais, após encerrar a carreira, foi técnico vitorioso. Ganhou título em vários estados. César, também chamado de Guri, foi o primeiro cearense a jogar em Moscou, onde atuou contra o famoso Yashin, Aranha Negra. (Acervo de Jurandy Neves).