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Desrespeito e ingratidão

Repercute ainda a situação vivida por Adilson, o Paredão, que tantas glórias deu ao Ceará. De herói a defenestrado, uma história sem feliz capítulo final. A vida continua. Este ano não foi bom para o goleiro. Experimentou fase difícil e ainda padeceu problemas de contusão. É forçoso reconhecer isso. Entretanto, tinha tudo para gradualmente retomar a elevada qualidade de suas atuações. De repente, a intolerância se estabeleceu contra Adilson. Negada lhe foi a chance de possível e total recuperação. Tudo muito estranho. Não é assim que se trata um ídolo, máxime quando em condições de novamente dar alegrias ao Ceará. A torcida mostra-se atônita. Há um jogo de palavras e de interesses sem a devida explicação. De uma coisa não tenho dúvida: Adilson foi vítima de terrível desrespeito e ingratidão. Lamentavelmente futebol tem dessas coisas.

Atacante

O atacante Cleiton, novamente no seu ninho, o Pici, nutre esperança de desta vez dar certo no tricolor. Há alguns anos, no momento em que foi chamado para definitiva afirmação, Cleiton sentiu a pressão interna e, igualmente, a pressão da torcida. Na ocasião, não teve amadurecimento nem força mental para superar as dificuldades. Agora, mais experiente, quero crer que uma nova chance lhe será benéfica, desde que não haja resistência ao seu nome no próprio grupo.

Motivo

Qual terá sido o motivo da resistência dos treinadores à pessoa de Adilson? Dizem que a idade do goleiro (35 anos) foi levada em conta. Argumento inaceitável. O pesquisador Airton Fontenele lembra-me que o goleiro italiano, Dino Zoff, estava com 40 anos (quarenta anos e quatro meses para ser mais preciso) quando se sagrou campeão mundial pela Azzurra, inclusive sendo campeão do time na Copa de 1982 na Espanha. Airton lembra mais a idade dos seguintes goleiros: "Dida (Milan), 36 anos; Rogério Ceni (São Paulo), 36 anos; Marcos (Palmeiras), 36 anos; Martini (Avaí), 35 anos; Harlei (Goiás), 37 anos". Portanto, o pretexto para a dispensa de Adilson deve ser um outro que não a idade.

Estádio Elzir Cabral

O Ferroviário terá o privilégio de fazer alguns jogos seus na Barra do Ceará. Aliás, os supersticiosos insistem na tese de que o Ferrão não leva sorte ali. Bobagem pura. Se ajustar a equipe, o time ganha em qualquer lugar. O Estádio Elzir Cabral é agradável. E a torcida coral recebe muito bem os visitantes. Boa opção para jogos médios.56

Observações

A iniciativa de Evandro Leitão, que quer renovar o contrato de Adilson e depois emprestá-lo, revela o apreço do presidente para com o jogador, mas não desfaz a humilhação sofrida pelo atleta. /// Apenas um lembrete: os humilhados serão exaltados. Está na Bíblia. /// De forma muito discreta o técnico do Ferroviário, Armando Desessards, vem trabalhando a melhor formação coral. Segundo o advogado Paulo Quezado, o Ferrão vai surpreender.

Notas & notas

A volta da Regata Dragão do Mar por iniciativa da TV Diário tem sido alvo de elogios, máxime pelos que lutam para preservar as tradições cearenses. Será domingo, pela manhã, com transmissão ao vivo pelo Canal 22. /// Sérgio Maia Saboya comunica que o acervo do saudoso Enciclopédia, Alfredo Sampaio, encontra-se em poder da Prefeitura de Maracanaú, sendo bem conservado e atualizado pelo desportista Francisco Nobre de Oliveira (Tico).

Recordando

Início da década de 70. A partir da esquerda: Zé Carlos, Dimas Filgueiras e Pedro Basílio no Fortaleza. Tempos depois, Dimas transferiu-se para o Ceará, onde permaneceu até encerrar a carreira de jogador. Depois, no próprio alvinegro, Dimas foi técnico vitorioso e supervisor competente. Zé Carlos morreu há alguns anos. Pedro Basílio morreu no ano passado. (Colaboração de Elcias Ferreira).