Retomada do ritmoO ceará tem hoje dupla missão: retomar o ritmo e garantir mais três pontos para solidificar mais ainda sua permanência no G-4. Não apenas no jogo passado, mas já há algumas partidas o alvinegro arrefeceu a produção. Sinal preocupante. Pode ser um declínio transitório, mas pode ser o a demonstração de que o grupo começou a sentir o desgaste da longa temporada. Se for o primeiro caso, logo a preocupação será desfeita; se for o segundo caso, aí a inquietação será maior, pois o time ainda tem cinco jogos a cumprir. Prefiro entender que o retrocesso é passageiro. PC Gusmão, competente como é, certamente detectou o problema e traçou caminhos para a superação. Sei que dificilmente um time mantém ritmo constante durante todo o certame. Mas oscilar na reta final requer sempre cuidados especiais e rápida solução. Advertência oportuna, creio.
Fôlego de gatoBoiadeiro é verdadeiramente pulmão de aço. Tem saúde de vaca premiada, como diz o comentarista, meu querido amigo, Sérgio Pinheiro. Mas, se tem força de boi capaz de arrastar um carro, tem também fôlego de gato. Não obstante a questionada queda de produção do Ceará em alguns setores, Boiadeiro mantém firme o seu desempenho, apoiando pela direita. Ele cria chances e muitas vezes, entrando pela diagonal, também se apresenta para conclusões. Ótimo.
O momentoJogadores pedindo substituição.
"É incrível. É o emocional pesando"
Roberto Fernandes
Técnico do Fortaleza
Arbitragens
Tenho alertado e sigo batendo na mesma tecla: na reta final, cuidado com os árbitros pusilânimes, ou seja, os que cedem às pressões dos jogadores dos times de Estados de maior prestígio. Não são desonestos, mas frouxos, fracos, covardes. Há árbitros que, de forma inconsciente, têm propensão a agradar equipes do Sul e Sudeste. E não percebem sua natureza bajulatória. Os dois últimos pênaltis inexistentes marcados contra o Ceará foram consequência desse desvio de conduta.
Modelo conhecidoVários Leitores levantam a hipótese de o possível declínio alvinegro decorrer do modelo tático empregado, já do amplo conhecimento de todos. Exemplo: basta marcação forte sobre Geraldo para o time sentir dificuldade na articulação. Bem conhecidas também as subidas de Boiadeiro e Vidal. As substituições com a entrada de Misael e Jorge Henrique também são costumeiras. Mas essa hipótese não procede. PC também sabe de cor todos os sistema dos adversários. E poderá igualmente neutralizá-los.
Até o fimO técnico Roberto Fernandes tocou num assunto interessante. Além das naturais dificuldades do grupo tricolor de aço, há ainda a inquietação psicológica que se torna mais forte na medida em que aumenta a obrigação de ganhar. E citou dois casos concretos: Dedé e Bismarck pediram para sair no jogo contra o Vasco. Ora, num clássico assim, com visibilidade nacional, ninguém pede para sair. Fernandes entende isso como fragilidade emocional. Terá, portanto, mais uma dificuldade a contornar.
"Apesar dos erros das arbitragens, nós vamos assim mesmo subir para a Série A"
PC Gusmão
Técnico do Ceará
Recordando
Ceará, bicampeão cearense 1961/1962. A partir da esquerda (em pé): William Pontes, Alexandre Nepomuceno, Aloísio Linhares, Mauro Calixto, Benício e Ruberbval. Na mesma ordem (agachados): Carlito, Ivan Carioca, Gildo, Charuto e Expedito Chibata. Detalhe: Ruberval era o reserva de Carneiro e entrou na festa das faixas. (Colaboração de Elcias Ferreira).