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Drama tricolor

Interminável inferno astral. Para muitos, esse período acontece um mês antes do aniversário de alguém. Época em que principalmente os supersticiosos atribuem a alguma configuração dos astros todas as causas de fracassos e turbulências. No caso do Fortaleza, o aniversário já passou, mas segue a cadeia de problemas, angústias, incertezas e insucessos. Não creio na influência dos astros. A rigor, o Leão está pagando caro erros estratégicos cometidos desde que apostou no modelo gaúcho de Casimiro Mior e deixou de lado o modelo cearense que o levara à Série A em 2002. O modelo que teve maioria prata de casa, a partir de Jefferson, Chiquinho, Ronaldo Angelim, Dude, Clodoaldo e companhia. Corrigir tudo de última hora está difícil. Vem junto o desespero. E o jeito é seguir com os que aí estão. Todo cuidado é pouco na hora de tomar decisões. Muitas vezes a pressa leva a precipitações.

Outros

Há de qualquer maneira uma esperança tricolor: os concorrentes também estão no bagaço. Basta ver que os demais da zona de rebaixamento perderam seus jogos. América (17º) perdeu para o Juventude (2 a 1), ABC (18º) perdeu para o Vasco (2 x 3) e o Campinense perdeu para o Bahia (3 x 0).

Zebras

Assim, pelo andar da carruagem, ainda muita troca de posição vai acontecer na zona maldita. Importante analisar os adversários de cada um, embora, na reta final, os últimos colocados, de praxe, preparem zebras monumentais.

Incrível

A maré de azar do Fortaleza há de ter um fim. Na derrota para o Atlético-GO, a falta de sorte foi tão grande que não apenas Everaldo contribuiu com o gol contra. Pouca gente notou que Marcelo de Faria tirou um gol do Leão justo quando a bola ia entrando. A TV Diário mostrou o lance ontem e tirou a dúvida. Na verdade a bola não entrou porque batera na trava, mas sim porque batera na chuteira do atacante tricolor e voltou.

Não subiu ninguém

Dos quatro times que desceram para a terceira divisão no ano passado, nenhum conseguiu voltar para a Série B este ano. Marília, Gama, Criciúma e CRB desceram para a Série C e lá permaneceram para a próxima temporada. Prova de que a Série C também é difícil. Quem descer terá de investir alto se quiser voltar para a "B" logo no ano seguinte.

Reintegrado

Gerou muitos questionamentos a reintegração de Luiz Carlos. Mas foi correta a decisão. O Fortaleza precisa de gols e ele sabe fazê-los. Quanto ao convívio pacífico, é possível sim, desde que todos sejam capazes de não guardar rancores. Bola pra frente, Leão.

Erro grave

Fiquei na dúvida com relação ao pênalti marcado contra o Ceará. Mas ontem na TV Diário, analisando o lance ao lado de Dacildo Mourão, tirei minha dúvida. O árbitro Jailson de Freitas errou. O atacante Zé Carlos jogou-se. Heleno não fez nada. Mais um erro da arbitragem contra o Ceará.

Semelhante

Dacildo mostrou também na TV que em 2007 o mesmo Jailson de Freitas marcou pênalti inexistente contra o Fortaleza a favor da mesma Portuguesa em São Paulo. Lance semelhante, onde o zagueiro tricolor sofreu falta e Jailson inverteu. É coincidência demais. E beneficiada sempre a Portuguesa.

Detalhes

São lances assim que vão definindo situações. E geralmente a favor dos times do Sul/Sudeste. O Ceará deve ficar muito atento porque ainda terá pela frente Bragantino, Guarani e Ponte Preta. Nos subterrâneos do futebol há muita coisa não devidamente esclarecida. É o segundo erro grave que leva este ano o Ceará à derrota: um gol de mão e um pênalti inexistente. Isso pesará na reta final.

Retorno

O Ceará precisa acelerar o retorno de Mota. Com ele, adotar modelo de contra-ataque é eficiente tanto pela velocidade que tem quanto pelo elevado poder de finalização. Sua ausência foi muito sentida em São Paulo. Com Mota em campo, certamente a Portuguesa não teria se mandado toda ao ataque.

"Saudade Morena"

Hoje, um ano da morte de Maria de Fatima Filgueiras Carneiro, filha do saudoso Walter Filgueiras, fundador da "Morena", primeira torcida organizada do Ceará (década de 60). Ela era torcedora fanática. Para Fátima, o Ceara nunca perdia: sempre o juiz era o culpado.

Recordando

Para matar a saudade. A partir da esquerda: Narcélio Karam, o colunista, Fares Lopes, Paulo Karam, Gilvan Dias e Hélio Rocha Lima. Detalhes: Gilvan brilhou como goleiro e treinador. Fares presidiu o Fortaleza, presidiu a FCF e durante anos comandou a Fadec. (Acervo de Jurandy Neves).

"Está tudo difícil. Até um jogador bom como Everaldo caiu nessa".
Roberto Fernandes, analisando o infeliz lance do gol contra
Técnico do Fortaleza