Efeitos da vitóriaAinda cabe análise sobre a repercussão do clássico no ânimo de Ceará e Fortaleza após o resultado de sábado, ou seja, vitória do time alvinegro por 1 a 0. No Fortaleza, a quebra da sequencia de triunfos sob o comando de Roberto Fernandes não pode esmorecer o grupo, apesar de ter complicado um pouco mais o objetivo de salvação. O resultado foi normal. E o tricolor provou que evoluiu em pontos fundamentais. Problema é que do lado oposto estava exatamente uma das equipes mais competitivas da Série B. Além disso, o Leão teve na contusão de Nicácio o comprometimento de tudo o que se esperava de um dos melhores ataques do competição. No jogo, houve momentos de equilíbrio, não obstante maior predominância do Ceará. Este apresentou modelo definido com variadas propostas, máxime quando tentou armar o bote nos contra-ataques. O Fortaleza perdeu, mas sua produção melhorou muito.
AdversáriosMais do que nunca terá de haver a ajuda recíproca entre os maiores rivais. Se o Ceará ganhar do ABC na sexta-feira, no dia seguinte, sábado, uma retribuição tricolor com vitória sobre o Figueirense será bem-vinda em Porangabuçu. Uma mão lava a outra com perfeição.
Interdependência
O Fortaleza, para sair da zona de rebaixamento, também fica de olha no resultado de Bahia x América/RN, jogo que igualmente acontecerá na sexta-feira. Síntese: o Fortaleza já entrará em campo no sábado sabendo se lhe foram ou não favoráveis os jogos do dia anterior. Independente disso, o Leão terá de buscar a vitória em todos jogos futuros.
MarcaçãoO técnico Roberto Fernandes terá de buscar variações para o Fortaleza continuar produzindo bem, quando novamente padecer marcação forte em cima de Elton, tal como aconteceu na derrota para o Ceará. Durante bom tempo o Leão tentou sair do bloqueio. Isso retardou sobremaneira o trabalho de reação.
No pontoO potencial de ataque do Fortaleza tem tudo a ver com Marcelo Nicácio em forma. Foi notório o seu sacrifício para jogar sábado. Ele está com problema. Quis jogar, mas logo sentiu para valer a contusão. Sem Nicácio, a missão de Luiz Carlos ficou e fica sobrecarregada.
PreocupaçãoSimples de entender o drama tricolor. Sem Marcelo Nicácio o poder de finalização sofre forte redução. Por melhor que seja o substituto, nenhum provoca nos marcadores contrários tanto respeito quanto Nicácio. A tarefa dividida com Luiz Carlos não dá folga às defesas adversárias. Está difícil no momento um homem com as características de Nicácio.
Administração
Ao Ceará cabe evitar o otimismo além da metida, sentimento perigoso e traiçoeiro que não informa quando entra ou sai na mente humana. Administrar o momento favorável, sem se deixar levar pelos arroubos da torcida, é missão delicada de PC Gusmão. Há ainda muita coisa a ser cumprida.
SemelhançaA exemplo do que houve com Elton, do Fortaleza, o meia Geraldo do Ceará também sofreu marcação especial. E não conseguiu produzir bem, dificultando a conexão com o ataque. PC Gusmão tem de trabalhar alternativas, pois os próximos adversários certamente pegarão o mesmo mote.
AdversáriosA propósito de times que estão pela ordem no caminho alvinegro (ABC, Brasiliense, Portuguesa, Duque de Caxias, Ipatinga, Bragantino, Atlético-GO, Guarani-SP, Ponte Preta e América), teoricamente os mais difíceis serão Portuguesa, Atlético-Go, Guarani-SP e Ponte Preta. Observem que, exceto o Atlético-GO, o Vozão pegará um verdadeiro "campeonato paulista".
InteresseCom relação aos adversários paulistas, será importante ficar atento aos nomes das arbitragens. Depois do que o Ceará já passou, é importante colocar as barbas de molho. "Árbitro caseiro" não é desonesto, mas é frouxo. É danado para complicar. Aí é que reside o perigo.
ForaNão custa nada lembrar que, dos três times paulistas que estão na fila, dois deles o Ceará pegará em São Paulo (Portuguesa e Ponte Preta). Aqui no Castelão apenas o Guarani. Jogos que acontecerão exatamente na reta final, ou seja, na definição do campeonato, justo quando as assombrações aparecem.
Recordando
Década de 50. A partir da esquerda: o famoso goleiro Ivan Roriz, o meia-esquerda Zeca e o centro-médio Mercy. Eles foram integrantes da Seleção Cearense, campeã do Norte em 1954. Ivan, goleiro do Ceará, foi um dos melhores que conheci. Tornei-me seu fã incondicional. (Acervo de Jurandy Neves).
"Nosso time está determinado. Nós vamos lutar para subir".
Geraldo, após a vitória sobre o Fortaleza
Meia do Ceará