Grupo Fechado
No jargão do futebol grupo fechado é aquele que assume compromisso de alcançar um objetivo, estando preparado para enfrentar e vencer todas as adversidades, sejam elas em campo ou fora de campo. Grupo fechado tem força interior, espiritual, moral, profissional, capaz de romper até mesmo barreiras consideradas intransponíveis. Na maioria das vezes, a habilidade do treinador no trato com os atletas é que determina o fechamento do grupo em torno de um ideal projetado. No Ceará, o responsável por isso está sendo PC Gusmão. Com serenidade suportou as primeiras e naturais críticas. Foi moldando o time e, ao mesmo tempo, promovendo a compreensão entre titulares e suplentes. O convencimento aconteceu mediante conversa franca sobre a razão de ora mandar alguém para o banco, ora tirar da relação, ora voltar ao time principal. E assim, pela lealdade, obteve o apoio de todos. Fechou.
Exemplos
Caso típico aconteceu com Sérgio Alves. O Ceará padecia problemas de goleador. A imprensa cobrou a escalação do "Carrasco". Gusmão protelou e somente escalou Sérgio quando este apresentou condições ideais. E mais: PC fez questão de elogiar o comportamento profissional de Sérgio, já pela aplicação nos treinos e vontade de participar. Sérgio entendeu quando teve de novamente sair do time.
Modelo
Assim o técnico do Ceará foi conquistando a simpatia dos subordinados, inclusive dos que não faziam parte do time titular. Vejam agora mesmo a situação do atacante Preto. Ele deveria ser o substituto imediato de Mota. Entretanto, pelas circunstâncias do jogo de amanhã em Santa Catarina, Gusmão optou por Rômulo, exatamente por este se adequar melhor à necessidade de marcar e sair para o jogo. Preto tem característica para jogar mais na frente, enfiado.
EntendimentoPreto entendeu a situação e assim aceitou a condição de não substituir Mota. O time em primeiro lugar. Depois, vaidades pessoais em segundo plano. Claro que Preto fica como primeira opção no transcorrer do jogo caso haja necessidade de um homem de frente insinuante, mais incisivo.
RetornoMichel está de volta. Fato normal por tudo o que foi exposto. O mesmo se poderá dizer quando Fabrício estiver recuperado da contusão. Os processos padecerão poucas alterações, a não ser quando as circunstâncias do jogo exigirem como o citado caso de Preto.
GoleiroQuando Adilson estiver recuperado, começará uma nova disputa pela condição de titular. Aí será uma outra história.
TreinosNão adianta se questionar agora o modelo adotado pelo técnico, do Fortaleza, Márcio Fernandes. Ele tem recebido reforços simultâneos para utilização imediata. Há quem diga que ele somente poderia avaliar melhor os atletas chegados, se em exercícios coletivos no modelo de antigamente.
ExperiênciasHá também quem entenda como totalmente ultrapassada a avaliação em coletivos no modelo antigo, pois os mesmos não retratam a realidade de um jogo senão arremedo do que possa acontecer, levando o técnico à formação de um falso juízo. As experiências de Márcio Fernandes, a seu modo, devem ser respeitadas. Entretanto, admitirão cobranças se não resultarem em rápido sucesso.
Em jogo
Pelo visto, o Fortaleza terá mesmo de "treinar" em jogos oficias. Por mais paradoxal que pareça, isso acontece quando um time passa a ser montado em pleno transcorrer de uma competição. Como é impossível conciliar o pouco tempo disponível com a ampla necessidade de exercícios continuados, a solução é mesmo partir para experiências dentro dos próprios jogos.
AdaptaçãoNo caso de "treinos" nos próprios jogos, as adaptações vão sendo processadas gradualmente. Serão mantidas as que forem dando certo. E, claro, banidas as que não apresentarem resposta imediata. Tudo na velocidade que a emergência exige.
Diferença
Uma coisa é a preparação de uma equipe com pré-temporada e tempo disponível para exaustivas tarefas de repetição; outra coisa, bem diferente, é saber que o amanhã é ontem para quem tem de tirar o atraso do que não foi feito.
Recordando1958. Mais uma foto do Calouros do Ar, na época uma das equipes mais importantes da primeira divisão cearense. A partir da esquerda (em pé): Zezinho, Evilásio, Beto, Everton e Edilson Araújo. Na mesma ordem (agachados): Coité, Jairo, Pedrinho, Luciano, Jandir e Linha-Fina. (Colaboração: Jurandy Neves).
"Só espero que o PV não seja mais um na desgraça e rol das obras inacabadas".
Marcos Rocha Lima Xenofonte
Morador da Gentilândia