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Um concerto de Mozart

Felizes os que nas décadas 50/ 60 viram em ação o ídolo Mozart Gomes. Aos 16 anos, menino ainda, a todos encantou pela arte refinada de seu futebol. E assim chegou ao Fluminense e ao Maracanã. O Mozart do Fortaleza. O Mozart de dribles curtos, passes perfeitos, bicicletas monumentais, leitura de jogo acima dos comuns mortais, goleador implacável. O mais perfeito jogador cearense que vi em ação. O Mozart do América/CE na Taça Brasil de 1966. Mozart, artista da bola na famosa Seleção Cearense de 1962, terceira colocada Campeonato Brasileiro. Tantas vezes campeão. Também foi vice-campeão da Taça Brasil de 1960 pelo Fortaleza. Embora de família tricolor, brilhou no Ceará em 1967. Talvez inspirado pelo mesmo nome do genial compositor austríaco, Mozart jogava por música. Tive sorte: não vi apenas um concerto de Mozart, senão incontáveis dentre tantos que ele deu pelos gramados do mundo. Saudade.

Adversário

Vem aí o ABC de Natal, que está numa situação ainda pior que a do Fortaleza.

Nos últimos cinco jogos, o ABC sofreu três derrotas. Verdade que, no jogo passado, ganhou do Juventude e deixou o Campinense na lanterna. Mas isso ainda é quase nada diante das circunstâncias.

Reação

O ABC, a exemplo do Fortaleza, há muito ensaia uma reação continuada. Entretanto, tal como o Leão, vem esbarrando na irregularidade de produção. Ganhou bem da Ponte Preta (2 a 1) e do Juventude (2 a 1), mas nada jogou diante do Bragantino (perdeu por 3 a 0), e do Figueirense (perdeu por 1 a 0). Oscilação semelhante à do tricolor cearense.

O nome

Júnior Negrão é no momento o jogador mais festejado no ABC. Em cinco jogos fez três belos gols. É tido e havido como o homem certo para consolidar a retomada ainda em fase embrionária. Mas vale uma observação: esse mesmo Negrão já esteve aqui no Ceará, mas não foi feliz. Futebol é assim: às vezes um jogador não acerta numa praça, mas acerta em cheio numa outra.

Repetição

Creio que o técnico Márcio Fernandes, em meio a tantas dificuldades, deve procurar manter uma base. A formação do primeiro tempo em Brasília seria a opção inicial para ajustes graduais. A partir daí, só as mudança necessárias. Se houver muitas mexidas mais difícil será alcançar um mínimo de entrosamento.

Obrigação

Pelas circunstâncias, tornou-se imperioso um triunfo do Fortaleza sobre o ABC. Primeiro pela necessidade que o Leão tem de pontuar; segundo porque o ABC é concorrente direto para sair da zona maldita.

Ascensão

O presidente do Ceará, Evandro Leitão, esteve no Debate Bola. Muito sereno, pediu que as comemorações pelo sucesso do momento não tirassem o foco da missão que o Ceará ainda terá de cumprir. Evandro disse que, se PC Gusmão ainda entender necessário, o Ceará fará novas contratações.

Prazo

Até o dia 21 de setembro, pelo regulamento da Série B nacional, ainda será possível contratar reforços. Não creio que PC Gusmão ainda vá solicitar novas contratações. Há um consenso entre todos de que o grupo está na medida certa, mesmo porque há jogadores que sequer estrearam.

E o time vem correspondendo bem, inclusive quando tem acionado os suplentes.

Visita

No Debate Bola também recebi com satisfação o meia Rone Dias, contratado pelo Ceará por recomendação do próprio Gusmão. Rone contou-me que não permaneceu em Portugal porque quando lá chegou houve um desencontro sobre o que antes havia sido acordado. Rone é de Mato Grosso, mas nunca atuou em nenhum time de lá. Sua formação foi no futebol paulista. Boa sorte, Rone.

Rival

O Figueirense será tão (ou mais) difícil quanto foi o Bahia diante do Ceará. A previsão do presidente Evandro Leitão foi corroborada pelos companheiros que participaram do Debate Bola. O Figueirense tem sonhos de G-4. O técnico Márcio Araújo chamou de volta Anderson Pico e Kássio. Mas tem problemas com Clodoaldo, que está contundido.

Tropeço

Nos dois recentes jogos em casa o Figueirense ganhou do ABC (1 a 0), mas tropeçou diante do São Caetano ao perder por 2 a 0.

Recordando

Faz oito anos que essa foto foi batida. Aí está o atacante Mota, quando de sua primeira passagem pelo Ceará. Crianças, torcedoras do Vozão, cercavam Mota em busca de autógrafos. O menino com caneta na mão, ao lado de Mota, é Ricardinho, neto do torcedor Carlos Roberto, antigo morador da Gentilândia.

"Agora é a reta final, não tem mais tempo para derrota, lamentações e desculpas".
Fernandes
Meia do Figueirense, próximo adversário do Ceará