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Reforços

O Fortaleza está certo ao contratar reforços. Ouvi algumas críticas de gente que não admite a montagem da equipe em pleno transcorrer do campeonato. Ora, amigos, não há outra alternativa. Se continuasse apenas com o grupo que vinha perdendo, certamente a diretoria seria acusada de omissão. A tentativa é válida. Já que o sistema defensivo está sendo citado como vulnerável, aí estão Paulo Paraíba, Dedé, Ticão, João Leonardo e Everaldo. Luta contra o tempo. Impossível dizer se dará certo. Em situações emergenciais, a operação de montagem é de alto risco. Nem sempre o jogador que chega às pressas consegue adaptação. Mas há casos de atletas que estreiam e logo se adaptam como se ali estivessem desde a pré-temporada. Ontem, a manchete do "Jogada" citava "cinco decisões pela frente". Acrescento: além das decisões em campo, as decisões internas serão também fundamentais.

Internas

As articulações feitas por Renan Vieira, sempre com o aval de Lúcio Bonfim, são prova inequívoca do esforço de última instância no sentido de evitar o rebaixamento do Leão. Nesta parte, não cabe prejulgamento. O resultado do esforço concentrado só poderá ter avaliação definitiva nas próximas rodadas. Expectativa, pois.

Reencontro

Rômulo, de volta ao Ceará, tem tido ótimos desempenhos sempre que retoma suas atividades no futebol cearense. Foi assim no Fortaleza, foi assim no Ceará. Rômulo será novamente ótima opção. Poucos fazem com tanta perfeição o papel de pivô como Rômulo faz. Caberá a PC Gusmão avaliar o momento mais adequado para utilizá-lo, de acordo com as necessidades do time.

Fora da zona

O Fortaleza poderá deixar a zona de rebaixamento já nesta rodada. A derrota do Duque de Caxias para o Bragantino abriu a possibilidade. Se o Leão ganhar do Brasiliense e o Juventude empatar com o ABC em Natal, o Fortaleza ficará com o mesmo número de pontos do Juventude (25), mas terá uma vitória a mais (7 a 6). Mãos à obra, pois. O time se livrará desse terrível pesadelo.

Substitutos

Foi importante observar que Anderson nada deixou a dever quando substituiu Fabrício na zaga do Ceará. Dá inclusive tranqüilidade ao técnico PC Gusmão. Mas é indiscutível que a força do conjunto está mesmo com a presença de Fabrício e Michel, já pelo tempo de formação no time titular. Explicação simples: Michel dá mais força na marcação (Marcos Denner jamais teria "desfilado" livre) e Fabrício é zagueiro-goleador.

Vitória

Tirando dúvidas: em 2008 a garantia de permanência do Fortaleza na "B" aconteceu na última rodada, pelo número de vitórias.

Ficou com o mesmo número de pontos do Marília (45), mas com uma vitória a mais que o time paulista (12 a 11).

Coincidência

O último jogo do Leão em 2008 foi exatamente contra o Brasiliense, que será o próximo adversário tricolor no sábado. O jogo em 2008 foi aqui em Fortaleza e o Leão aplicou uma goleada por 3 a 0, garantindo a permanência na B. A torcida espera que tamanho sofrimento não aconteça este ano.

Respeito

Manda a tradição que o time do Bahia seja muito respeitado. A rigor, fica no rol das exceções jogo fácil ou goleada, quando se enfrentam cearenses e baianos. A partir da Taça Brasil de 1959 começou maior equilíbrio. O Bahia só eliminou o Ceará no último minuto do segundo tempo da prorrogação em Salvador (1 a 0).

Reação

O técnico Sérgio Guedes conseguiu dar ao Bahia a consistência de que o time precisava para alcançar três vitórias seguidas (2 a 1 no Atlético/GO, 2 a 1 no Paraná e 3 a 1 no São Caetano). Alerta em Porangabuçu.

Nos passos

Márcio Fernandes deve seguir os passos de Sérgio Guedes, que dirige o tricolor de aço da Boa Terra.

Sérgio também pegou o Bahia numa situação delicada. A partir de ajustes, melhorou a equipe, já agora colhe os devidos frutos e até mira o G-4. O Fortaleza precisa superar os problemas psicológicos. Vitória em Brasília será o primeiro passo.

Recordando

O rádio brasileiro perdeu há alguns dias um de seus mais brilhantes narradores esportivos: Doalcei Benedito Bueno de Camargo, que morreu aos 79 anos de idade. Ingressou na Rádio Tupi em 1947. Trabalhou também na Globo, Tamoio, Nacional, Difusora e Guanabara. Retornou à Tupi, onde permaneceu até o fim da vida. Aposentou-se das narrações na Copa de 1998 na França, mas participava do "Bola em Jogo" na Tupi. Foram 63 anos de rádio. Atuou ao lado de nomes famosos como Jorge Curi, Waldir Amaral e Oduvaldo Cozzi. Eu o conheci em Caracas, Venezuela. Um ser humano simples, simpático, atencioso.

"Quando eu não estiver mais satisfeito jogando bola, vou parar".
Petkovic
Jogador do Flamengo