Vitória da zaga
O Ceará finalmente espantou o fantasma. Taí a primeira vitória. Desta vez a zaga, tão criticada no jogo passado, terminou sendo o destaque. Não pelo que defendeu, mas pelo que atacou. Erivelton, autor do primeiro gol e do passe do gol da vitória, marcado por Fabrício (2 a 1), virou artífice do triunfo. Desde o início o Ceará esteve melhor. O São Caetano limitou-se aos chutes de fora da área com Ademir Sopa. Até quando no segundo tempo o visitante empatou (1 a 1), o gol olímpico de Vandinho foi contribuição alvinegra. No mais, observações simples: árbitro João Alberto errou feio aos dois minutos do primeiro tempo, anulando legítimo gol de Preto; Ciel fora de ritmo; Amorim driblou até o goleiro, mas perdeu gol incrível; Ceará pecou por não matar cedo um jogo que tinha na mão. E quase estragou tudo; São Caetano tem de bom Roger, Sopa e Vandinho. Mas é limitado. Justa a vitória do Ceará. Finalmente...
TolerânciaNão acho correto a torcida ´queimar´ um atleta simplesmente porque este não esteve bem ou cometeu erro grave em alguma partida. Jogador como Guto, do Fortaleza, já apresentou qualidade suficiente para merecer consideração. A torcida tem de ter com os jogadores da terra a mesma tolerância que tem com os de fora.
VersátilIrismar França, de volta à Verdinha-810, tem dado show de narração esportiva. Está cada vez melhor. É ´o moço que veio de Crateús´, como diria o saudoso Fiori Gigliotti. Irismar é versátil e também retomou seus trabalhos como repórter na TV Diário. Na cobertura do ´GP Unifor-Caixa de Atletismo´, ele revelou sua rápida adaptação a qualquer tipo de transmissão.
Sem pressão
Vejo jogador de fora que aqui chega e leva tempo para se adaptar. E a torcida espera, espera, sem pressionar como pressiona os atletas formados em casa. Vejam o caso de Bambam. Verdade que tem seus defeitos. Dizem que é fominha. Tudo bem. Mas não raro é Bambam quem entra e resolve.
Outros encantosNão por outro motivo, muitas vezes os jovens jogadores perdem o apego ao clube e à torcida. Não vou longe. Cito o caso de Adailton. No embalo de outros encantos e vendo a pressão sobre alguns companheiros, preferiu encarar a situação adversa fora. Aí deixou o clube.
Na SeleçãoO ídolo do Ceará, Tiquinho, que ontem foi sepultado, atuou nas Seleções Brasileiras de Novos e Pré-Olímpica, convocado por Zizinho. O pesquisador Airton Fontenele enviou-me dados da passagem do jogador pela Canarinho. Trascrevo-os nos tópico seguintes.
ConvocaçõesTiquinho, bem jovem (19/20 anos), fez duas partidas pelo Brasil no Pan-Americano do México (1975), com vitórias sobre a Costa Rica, 3 a 1, um gol dele, Tiquinho, e 2 a 0 sobre El Salvador. O Brasil dividiu o título com os mexicanos.
Pré-Olímpico
Tiquinho fez também duas partidas pelo Brasil no Pré-Olímpico de 1976 (empate com o Uruguai, 1 a 1, e vitória sobre a Argentina, 2 a 0). Passagem invicta de Tiquinho. O Brasil classificou-se para a Olimpíada de Montreal (1976), mas Tiquinho ficou fora e Zizinho, que havia conquistado a vaga (além do Pan/1975), foi substituído de última hora por Cláudio Coutinho numa dessas injustiças do futebol (Ziza nos conta em livro).
Sucesso no Paraná
Êxito na participação cearenses no 9º Encontro Nacional de Ultraleves (11 a 14 de junho) em Foz do Iguaçu. O Ceará teve a maior delegação (nove aviões). O piloto cearense, Demerval Diniz, foi o primeiro a cobrir com tranquilidade todo o trajeto, sem cometer um erro (decolagens e pousos perfeitos). Nesses encontros, quando há erros de pilotagem, o poeta Ari Josino os transforma em prosa. E assim homenageou alguns dos que erraram: ´Na Fazenda Caburé/Onde repousam os marrecos/Os comandantes pousados/De repente ouviram um eco!/ Era o danado outra vez/Pois a bequilha assim fez:/Leco-leco-leco-leco...// Teve um que pra pousar/Quase que pediu um cabo/Ao chegar ao seu destino/Teve um azar do diabo/O que aconteceu de fato/Ele pousou como um pato/Terminou rachando o rabo.´
"Temos jogadores de nível mais alto em relação ao ano passado, mais maduros."Mano Menezes, lembrando a Copa do Brasil de 2008
Técnico do Corinthians