Fim do campeonato
Terça-feira passada, o técnico Lira demonstrou forte decepção com o atual certame cearense. O caderno Jogada teve como manchete: ´Lira Pede que Estadual Acabe´. Ele enumerou os motivos. E, em certo momento, disparou: ´Sinceramente falando, eu acho que este campeonato é um certame para ser esquecido. Não tem campo, não tem árbitro, não tem bola, não tem nada´. Meditei sobre as declarações do treinador. De certa forma, ele tem alguma razão quando faz seu protesto. E as palavras dele poderiam ser analisadas pelos nossos dirigentes. Lira é impulsivo. Tudo bem. Mas os itens citados por ele merecem ser apreciados com atenção. Às vezes, é preciso que uma verberação aconteça para fazer sumir a dormência. Há, sim, necessidade de melhorar muitos aspectos aqui. Se Fortaleza for mesmo confirmada como subsede da Copa 2014, nascerá a esperança de solução para muitos problemas. Promessas existem.
InterpretaçãoQuando Lira pede que o Campeonato Cearense acabe logo, ele não prega a extinção do mesmo. Torcer para um certame terminar logo é diferente de querer sua extinção. Isso, claro, Lira não quer. É bom não confundir uma coisa com a outra porque são bem diferentes.
ResistênciaHá quem pregue e deseje realmente a extinção dos campeonatos estaduais. Aliás, já houve um movimento forte nesse sentido. E não se surpreendam se, em breve, novas incursões forem feitas pelos defensores da idéia da extinção. Ainda bem que as resistências persistem.
DesempregoVocês já imaginaram o número de pessoas desempregas, caso houvesse a extinção dos campeonatos estaduais. O Campeonato Brasileiro não cobre o ano todo. É apenas a partir de maio. Portanto, a movimentação econômica e financeira, de janeiro a maio, tem mesmo de ficar com os certames estaduais, tal como acontece agora.
FortalecimentoReconheço que os ´estaduais´ têm suas carências. É verdade. Mas o correto é buscar a otimização dessas disputas mediante profissionalização gerencial, fato que gradualmente vai sendo estabelecido. O próprio progresso do futebol imporá novos métodos.
CeleiroA ampliação da presença de municípios do interior será essencial porque transforma o certame num celeiro permanente de jovens que ficariam à margem, caso a disputa estadual fosse extinta. Em vista de uma maior inclusão, vejam como cresceu o futebol do interior paulista.
DimensõesAlegam que em outros países há apenas certames nacionais. Ora, amigos, há profunda diferença entre países pequenos como Itália, França, Alemanha, Espanha, Portugal, dentre outros, e um país como o Brasil, de dimensão continental. Portanto, cada um com sua característica. Alem disso, é preciso respeitar a tradição.
ModeloAponto o Campeonato Cearense de Futsal como modelo a ser seguido. Antes, restrito a algumas comunas, hoje do tamanho do estado. Motivo: buscou a profissionalização, inclusive junto á mídia. E está aí sendo copiado por outros estados.
ConsultaO jornalista Sílvio Carlos, que alavancou o futsal, remetendo-o à projeção empolgante ora alcançada, poderia mostrar os caminhos e as parcerias que transformaram o perfil dessa modalidade no Estado do Ceará. Guardadas as devidas proporções, taí a sugestão.
EstímuloUm campeonato rápido, como os certames estaduais, representa ótima alternativa, máxime em municípios onde outros eventos não têm tanto apelo. Um reordenamento seria fundamental, visando a estimular mais ainda as regiões que estão fora da primeira divisão cearense.
RetificaçãoNo Recordando de ontem Airton Fontenele citou que em 1954 Didi não viera a Fortaleza com o Botafogo porque estava na Suíça, disputando a Copa do Mundo pelo Brasil. O próprio Airton cuidou de corrigir. Na época Didi estava na Suíça, mas na verdade ainda pertencia ao Fluminense. Só foi para o Botafogo em 1956.
"Só entro em campo com maquiagem completa".
Maria Eliza Barbosa
Paulista, auxiliar de arbitragem