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Vitória no detalhe

Clássico que fez jus ao nome. Bom de ser visto. Mais uma vez, como no jogo anterior, houve alternância de domínio e oportunidades. O Fortaleza surpreendeu com início mais forte. Teve chances com Coutinho e duas vezes com Eusébio. Reação alvinegra em belo chute de Sérgio Alves. Geraldo passou a parecer e também desperdiçou ótima oportunidade. Bambam igualmente deixou passar a sua. Marcação muito forte dos dois lados. E assim ficou o primeiro tempo. Na fase final, Leão voltou com Nerylon e Nicácio. Melhorou e botou pressão. Teve duas grandes chances com Nicácio. Ceará quis mais velocidade ao fazer entrar Edu Sales. Equilibrou. Entrada de Eanes no lugar de Sérgio Alves permitiu jogadas mais rápidas. Numa dessas, Boiadeiro executou cruzamento que Geraldo aproveitou bem: Ceará 1 a 0. Como estava perto do fim, Zé Teodoro resolveu segurar com Heleno. Segurou. Vitória alvinegra no detalhe.

O melhor

Geraldo fez partida impecável. Trabalhou bem a ligação. Criou oportunidades. Foi o autor do gol. Em vários momentos ajudou na marcação, inclusive já nos minutos finais. Ele vem crescendo a cada jogo, tornando-se referência na meia-cancha do Ceará.

Persistente

Ao colocar Guto e Eusébio, Casemiro quis dificultar as subidas de Boiadeiro. E, de certo modo, dificultou. Mas não conseguiu impedir que o lance do gol acontecesse exatamente com a subida do Boiadeiro. Este recebeu de Edu Sales e cruzou. Daí o gol. Boiadeiro foi persistente.

Responsabilidade

A torcida tricolor há muito vem pegando no pé do Elvis. Não há jogador que consiga atuar bem, se marcado pela própria torcida. Nerylon entrou, mas revelou-se afobado. Com mais calma, certamente renderia o que sabe. Marlon, ao errar três passes, mostrou-se insatisfeito com seu próprio rendimento. Eles sentiram a responsabilidade.

Produção

Discordo dos que dizem que o Fortaleza jogou mal. Houve equilíbrio na maior parte do jogo. Ganhou o Ceará como poderia ter havido vitória do Fortaleza. Diferença simples: Nicácio teve a chance: desperdiçou-a. Geraldo teve a chance: fez o gol.

Decisão

Agora começa outra história. Decisão de turno tem suas peculiaridades. Na fase classificatória, Ceará e Ferrão tiveram índice de aproveitamento iguais: 66.67%, ou seja, 18 pontos cada. O Ceará foi o primeiro pelo saldo de gols (6 x 3). Previsão de total equilíbrio.

Finalista

Ferroviário ganhou a vaga para a final, mas experimentou dificuldades diante do valente Maranguape. O Ferrão mereceu pelo mérito de colocar na hora certa o homem certo: Léo Jaime. Ele fez a diferença e ganhou a partida com dois gols de elevada categoria.

O contrário

Maranguape não pôde contar com o homem certo na hora certa: Danilo Pitbull. Exatamente no instante de definir, a contusão de Danilo impediu que o Gavião contasse com sua arma mais forte: a dupla Carlos Alberto e Danilo. Mas valeu a bela campanha. Tem tudo para fazer bonito no turno final.

Estratégia

O Ferroviário ganhou porque na fase final a proposta de Lira foi ousada, para frente, com Vidinha e Léo. Antes de empatar o jogo, os corais já tinham mandado bola na trave do Maranguape, numa cabeçada de Thiago. Aí tomou conta do jogo.

Rigor

Infeliz a recomendação que manda punir com ´amarelo´ quem comemora gol fora de campo, junto à torcida. Ora, se é possível compensar com acréscimos no final o tempo de espera da comemoração, o cartão torna-se perfeitamente evitável. Mas a recomendação da Fifa pede rigor.

Bom senso II

O árbitro deve ter bom senso. Tardelli já demonstrara isso. Não aplicou sequer um ´amarelo´. Segurou o quanto pôde. Sei que Léo já comemorara fora de campo seu primeiro gol e Sampaio contemporizara. Léo poderia ter evitado a segunda vez. Mas tirar Léo do primeiro jogo da decisão valeu como expulsão. Rigor demais.

"Empolgação é só agora. Amanhã tudo voltará ao normal. Respeitamos o Ferroviário".
Zé Teodoro, após o clássico
Técnico do Ceará