ReconhecimentoO Ceará lutou muito para ver homologado pela FCF o título de penta cearense (1915/16/17/18/19). Exerceu o direito de pleitear na Justiça Desportiva o que considerava ser uma legítima conquista. Ninguém pode criticar o alvinegro por ter agido assim. Qualquer outro clube em situação semelhante faria o mesmo. Lembro o caso do Vasco da Gama, campeão Sul-Americano em 1948. Até 1996, a Conmebol não reconhecia o Campeonato Sul-Americano de Campeões como uma competição sul-americana válida. O Vasco insistiu nos argumentos e finalmente teve seu título reconhecido pela própria Conmebol, que depois entendeu tal competição como embrião da atual Libertadores da América. Outros clubes brasileiros - o Botafogo/RJ foi um deles - também buscaram nos registros do passado elementos para o reconhecimento de títulos esquecidos. O Ceará percorreu esse caminho. E agora festeja o êxito alcançado.
RegistroEntendo que o penta alvinegro, agora confirmado, não representa ofensa aos concorrentes. Não estava em disputa pretensão alvinegra contra nenhum adversário. Estava em exame o reconhecimento ou não de conquista registrada em jornal da época.
DiferençaO reconhecimento do penta difere de disputa judicial entre equipes que lutam pelo mesmo título. Até hoje nenhuma equipe reivindicou sequer um dos títulos de 1915 a 1919 ganhos pelo Ceará. Portanto, todos admitem como certa a conquista dos cinco títulos pelo alvinegro.
ProblemaA polêmica gira em torno da condição da Liga Metropolitana que comandava o futebol na época, isto é, se amadora ou oficial; se legítima antecessora da ADC ou se desta desvinculada por diferença de propósito e conteúdo. Em dúvida, pois, não a conquista alvinegra, mas o tipo de gerenciamento.
InteresseO clube que não concordar com a homologação feita pela FCF, relativa ao penta, poderá ingressar na justiça com o objetivo de anulá-la. O caminho inicial será o STJD e, posteriormente, em caso de insucesso, a Justiça Comum. Nos dois casos, um longo caminho a seguir. É hora de examinar os fatores favoráveis e desfavoráveis.
ReaçãoNeste caso do penta, observei as mais diferentes reações entre torcedores do Ceará e do Fortaleza. Alguns nem ligaram para o caso. Outros, fizeram disso uma bandeira. Uns deixaram para lá; outros não se conformaram com a decisão. Reações naturais.
Desdobramento
Há expectativa sobre os desdobramentos que certamente virão com relação à homologação feita pela FCF. O Fortaleza, através de Jorge Mota, buscará os instrumentos legais para uma revisão. O motivo, mais que a não aceitação da homologação, é não querer que o Leão fique com número inferior de títulos estaduais.
Rivalidade
Ninguém pode criticar o Fortaleza por assumir tal postura. Faz parte da rivalidade histórica. Não tenho dúvida de que o Ceará reagiria da mesma forma, caso a situação fosse inversa. Há ainda a necessidade de dar satisfação à torcida.
História
Se em 1915 houvesse pesquisador como Airton Fontenele ou como o saudoso Alfredo Sampaio, o esclarecimento a respeito do penta teria sido mais fácil. Tudo estaria anotado nos mínimos detalhes. Daí a acolhida que aqui dou aos pesquisadores.
AproveitamentoEm 2008, a Canarinho, comandada por Dunga, teve aproveitamento de 64%. Ficou em segundo lugar nas classificatórias da Copa 2010, ultrapassado pelo Paraguai em seis pontos (23 a 17). Dunga usou 38 jogadores, sendo Robinho o único a jogar as onze partidas.
EstréiasDez jogadores estrearam pela Seleção Brasileira principal em 2008: Léo Moura, Richarlyson, Rafinha, Hernanes, Thiago Neves, Alexandre Pato, Henrique, Juan (lateral do Fla), Thiago Silva e Alex (do Internacional). O lateral Kléber, do Santos, foi o único jogador expulso. (Dados do pesquisador Airton Fontenele).
"É uma honra absoluta ter alguém como ele vestindo nossa camisa".
Simon Clifford, sobre a contratação de Cafu pelo time inglês
Presidente do Garforth Town