Novo perfil
O vice-presidente da FCF, Mauro Carmélio, mostra-se otimista quanto Campeonato Cearense de 2009, que, segundo ele, tem tudo para empolgar. Numa entrevista exclusiva ao Debate Bola (TV Diário), ele explicou que a interiorização em maior escala fortaleceu e diversificou a competição. Na década de 50, o chamado Campeonato Cearense era na verdade uma disputa apenas entre times da capital: Ceará, Fortaleza, Ferroviário, Calouros do Ar, Usina Ceará, América, Gentilândia e Nacional. No final da década de 60 começou a inclusão de times do interior. Foram chegando Quixadá e Guarany de Sobral. Na década de 70, foram integrados os de Juazeiro: Icasa e Guarani. Já agora predomina um novo perfil, pois são sete os clubes do interior: Icasa, Boa Viagem, Horizonte, Guarany, Itapipoca, Maranguape e Quixadá. Resta ao interior quebrar o tabu de nunca ter conquistado em campo um título estadual.
Repetição
Fechada a temporada brasileira de futebol profissional 2008, é hora de avaliar o desempenho dos cearenses. Mais uma vez, permanência na Série B. Mais uma vez o frustrado sonho de subir para a primeira divisão. Mais uma vez os mesmos equívocos.
Lacunas
Outra vez tropeçamos na mesma pedra das improvisações, fator decorrente dos desmontes das equipes após o certame estadual. E mais ainda: saída de atletas que são destaque em pleno correr da competição nacional. Ficaram as lacunas. E, com elas, o fim do sonho.
Torcida pequena
A estrutura de Santo André e Barueri, dois times do interior de São Paulo, não é melhor que a dos cearenses. Mas os paulistas subiram para a Série A, mesmo sem contar com torcidas numerosas. As torcidas de lá são tão pequenas que os estádios até parecem campo neutro.
Sem proveitoNas condições descritas, sem o apoio de grande massa mesmo quando jogando em casa, Santo André e Barueri poderiam ter ficado em situação desfavorável. Entretanto, Ceará e Fortaleza não souberam tirar proveito disso. E perderam todas em São Paulo.
MéritoO Santo André, com o estádio de lá quase sem torcida, ganhou do Ceará por 3 a 2 e ganhou do Fortaleza por 3 a 0. O Barueri, também em casa, diante de um público minguado, ganhou do Ceará por 4 a 3 e ganhou do Fortaleza por 1 a 0. Os times paulistas souberam se impor sem necessariamente ter apoio de grande torcida.
O contrárioAqui, Ceará e Fortaleza, com torcidas lotando o Castelão, perderam jogos incríveis. Não souberam tirar partido da presença do público como fator capaz de desestabilizar o adversário. E assim viram sumir as chances de crescimento e ascensão à Série A.
QuatroNa opinião de Heriberto da Cunha, faltou ao Fortaleza manter o grupo que foi campeão cearense sob seu comando. Ele entende que aquele time, com mais quatro contratações, teria alcançado as condições para subir. Mas a desmontagem do grupo quase o levou ao rebaixamento.
Transição
O Ceará mais pareceu um time em eterna transição, haja vista o número de jogadores que por lá passou. Alguns sequer chegaram a jogar. E, quando o time deu sinais de que estava encontrando formação compacta, perdeu suas duas peças principais. Complicou-se ali.
CopaAgora, tudo vai começar de novo. Um Campeonato Cearense que promete ser equilibrado. O processo de interiorização ficou mais fortalecido pelo retorno do Guarany de Sobral. Em meio ao certame cearense, virá a Copa do Brasil. Desafios que estão aí, já batendo à porta.
FormaçãoProcesso de montagem dos times em janeiro. Queira Deus desta vez não aconteça o que houve no presente ano, ou seja, montagem e desmontagem, numa mudança tão acentuada que não permitiu sequer ao torcedor saber de cor os nomes de todos os jogadores de sua equipe. Em momentos, até os técnicos se atrapalharam.
"Nenhum país tinha os estádios prontos a sete anos da Copa, nem mesmo a Alemanha".
Ricardo Teixeira, sobre a cobrança de providências para a Copa 2014
Presidente da CBF