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Jogo de cintura

Treinador inteligente tem jogo de cintura. Numa linguagem simples, responde as indagações numa boa. Mas há técnicos que preferem vestir a capa de turrão. Muricy Ramalho, técnico do São Paulo, andou botando as unhas de fora. Macio antes do jogo diante do Flumimense, quando imaginava que ganharia o título antecipadamente, tornou-se grosseiro no dia seguinte quando apertado pela perda da oportunidade. Givanildo Oliveira é do tipo fechado. E bota fechado nisso. Cobrei muito dele um sorrido. Um dia, o médico Dias Júnior apresentou-me a Givanildo. Ele olhou para mim e sorriu. Era o que eu tinha cobrado. Foi um papo agradável. Tem treinador que não suporta gente de imprensa. Então não deveria ser treinador, pois sabe que sempre será assediado pelos repórteres. Técnico que não gosta de dar entrevista deveria ingressar no Carmelo da Imaculada Conceição, onde vivem 20 freiras contemplativas enclausuradas.

Convidado

Bom de entrevista é o Arnaldo Lira. Sabe ser simpático, mas duro quando a pergunta é provocativa. Não foge da raia. Jamais fiz um convite ao Lira para ele dizer não. Só não vem quando há um motivo justo. Ele é meu convidado para Debate Bola, domingo, na TV Diário.

Chutes

Nesta época de bola parada, por mais paradoxal que pareça, os chutes aumentam. Tenho escutado tanta coisa que, se fosse colocar tudo aqui, o leitor terminaria envenenado pelas fofocas. E quando o assunto é salário, Deus meu. Tome chute para todo lado.

Badalação

Salário de jogador de futebol, técnico, jornalista e radialista é uma coisa aqui e outra diferente bem acolá. Algo assim que se assemelha aos milhões que celebridades de televisão dizem que ganham. Pode colocar 50% menos nos valores anunciados pela badalações.

Sem erro

O futebol cearense tem suas limitações na hora de contratar. Qual o time daqui que pode hoje em dia pagar 70 mil reais a um treinador? Respondo sem medo de errar: nenhum. Basta ver a dificuldade dos chamados grandes na hora das negociações.

Receita

O poder aquisitivo de um clube é fácil de ser dimensionado. Rendas dos jogos (hoje em dia a menor parte), patrocinadores privados e cotas de transmissões. Não raro, uma bacia entre diretores e conselheiros mais ricos. Esse procedimento quase em desuso, mas ainda de alguma valia para socorros emergenciais. Tudo no real e na real. Nada em euro.

De volta

O bom zagueiro Erivelton, já de volta ao Ceará. Ele é muito melhor do que a maioria dos zagueiros que o Ceará trouxe este ano. Quero crer que, se houver entrosamento entre Erivelton e Fabrício, o Ceará estará muito bem servido.

Eis a questão

De Cláudio Henrique de Azevedo (chadalagoinha@yahoo.com.br): ´Os treinadores da terra não treinam os times grandes porque os jogadores não terão estímulos para serem contratados por algum clube do Brasil, pois esses treinadores jamais sairão daqui, mesmo sendo campeões´.

Era

De Amilton (joseamiltonprr@hotmail.com): ´Você esqueceu de citar Moésio Gomes que foi campeão cearense várias vezes por Fortaleza e ainda de lambuja pelo Ceará´. Não esqueci Amilton. O Moésio foi bem anterior à onda de preferência por técnicos de fora, fato mais recente.

Saudade

Aos 86 anos de idade morreu Zéroberto (José Roberto Mota Gomes), que em 1942 jogou futebol pelo América. Também se destacou no tênis, esporte no qual atuou durante 60 anos, desde 1940 a 2000. Sua foto, no time do América, publicarei brevemente. Pêsames à família.

Talento

De Pedro Martins Freire: ´Se não fosse Mateus, o Leão não teria saído do buraco e o Nei Paraíba não teria festanças. Cito o jogo contra o São Caetano, no qual ele sofreu pênalti. A bem da justiça, a equipe deve fazer referências a Mateus, que vi poucas vezes em campo, mas me impressionou pela garra e determinação.´

"O problema para não alcançar a Libertadores foi o grande número de modificações no elenco".
Tite, após ganhar a Copa Sul-Americana
Técnico do Internacional