Outros fatoresEm jogos decisivos, como o do Fortaleza sábado próximo, a análise não pode ficar restrita às condições táticas ou técnicas. É impróprio qualquer rigor na apreciação sobre se Heriberto da Cunha estará certo ou não ao manter a mesma equipe que ganhou do Bragantino. Tal como na partida passada, muito mais que o modelo vale o coração. A maioria dos jogos decisivos é tecnicamente ruim. Motivo: outros fatores como a superação física, a força interior e os aspectos transcendentais terminam prevalecendo. Por isso mesmo, compreendo que pouca importância fará a repetição ou não do mesmo time. Mais que isso, valerá a disposição total do grupo no objetivo de conseguir a vitória. Citei e repito: no ônibus, com destino ao estádio, o treinador experiente já sabe se a turma será capaz de encarar o desafio. Se positiva a conclusão do técnico, certamente a boa resposta em campo acontecerá normalmente.
Ônibus
O episódio do ônibus, acontecido há quatro anos, eu ouvi de um experiente jogador. Ele disse que o semblante dos companheiros reflete as condições psicológicas do time. No ônibus, de acordo com as reações, o técnico sente se o time está preparado para a batalha final.
PreparadoHoje o Fortaleza está preparado, sim. Aliás, a significativa vitória sobre o Bragantino é prova inequívoca dessa afirmação. O semblante dos atletas também irradia confiança. A própria história do clube igualmente tem tudo a ver com reviravoltas monumentais.
Verdade
É preciso, porém, um sinal de alerta sobre os riscos que o adversário, estimulado pelas ´malas´, representa. Se as dificuldades surgirem além do padrão esperado, tanto o time quanto a torcida tricolor terão de cultuar a serenidade como instrumento básico para alcançar a vitória. A hora da verdade exige muito equilíbrio.
Gesto
Uma liderança em campo é fundamental. Gosto de lembrar o atitude do meia Didi na final da Copa de 1958. Quando a Suécia fez 1 a 0, ele, calmamente, pegou a bola e saiu andando, bem devagar, até o centro do gramado, para reiniciar a partida. O Brasil começou a ganhar o jogo ali.
RecadoDidi transmitiu ao grupo a tranqüilidade. Mostrou que nada poderia abalar a superioridade brasileira, mesmo estando na casa do adversário, com estádio superlotado e o placar adverso. A Canarinho começou a jogar com a naturalidade de sempre e ganhou o título.
TransiçãoO Ceará entra na fase de transição. Cumprirá a tabela sábado diante do Marília e, logo depois, passará às férias regulamentares. Quero acreditar ter sido este o ano em que mais jogadores passaram por Porangabuçu. Impossível lembrar o nome de todos. Alguns sequer chegaram a estrear.
TranqüilidadeNum ponto o Ceará vem tendo tranqüilidade há alguns anos: a renovação de contrato do goleiro Adilson. Aliás, se todo time começa por um bom goleiro, o Vozão continuará muito bem servido no setor. Adilson experimenta ótima fase.
ReuniãoO encontro de logo mais dos conselheiros e amigos do Fortaleza reveste-se da mais elevada importância. Será às 20 horas no refrigerado do Sirigaddo Aldeota (Country). Na pauta, além da sucessão do presidente Lúcio Bonfim, haverá a aquisição de bônus por parte dos presentes.
SucessoTorcida do Fortaleza receptiva à idéia do bônus. Solidariedade total. Todos estão comprando ingresso acoplado com a contribuição de R$ 5,00. O clube instalou sistema de entrega em domicílio apenas para pedidos a partir da 20 bônus (R$100,00). Telefone 3261.3519.
IncoerênciaOra, amigos, o árbitro Carlos Eugênio Simon foi vetado para jogos da Série A, após seu polêmico trabalho no jogo Cruzeiro 3 x 2 Flamengo. Até aí, tudo bem. Agora vejam a incoerência: Simon foi incluído no sorteio da Série B. O que não serve para a Série A não deveria também servir para Série B. Que absurdo!
"Vejo o profissionalismo com definições muito claras. Você sempre tem que dar o melhor".
Mano Menezes
Técnico do Corinthians