Matéria-590036

Seqüência

A vitória do Fortaleza sobre o São Caetano (1 a 0) foi apenas o início de uma nova etapa de desafios, onde ganhar virou obrigação. Alguns analistas dirão que um empate hoje diante do Barueri ainda dará ao tricolor opções nas duas rodadas seguintes. É verdade. Mas, no atual aperto da zona de rebaixamento, não é aconselhável deixar para amanhã o que é possível fazer hoje. O Fortaleza experimenta delicado momento. Mas em todas as frentes vem buscando soluções. Quero acreditar que a ostensiva empolgação revelada na vitoria sobre o São Caetano traduziu alegria coletiva, contagiante, verdadeira. Foi comemoração intensa como uma conquista. E foi mesmo uma conquista. Ali os tricolores passaram novamente a acreditar nas suas forças. E todas aquelas manifestações só continuarão tendo valor se, numa seqüência, vierem outros triunfos. Sem isso, estancarão na inutilidade do ato.

Último

É sofrimento demais deixar a definição de vaga para o último jogo. Não raro, o pânico toma conta de todos na medida em que o tempo avança. Lembro ter visto isso quando, há alguns anos, o Ceará definiu sua situação na última rodada da ´B´ diante da Tuna. Foi terrível.

Missão

Lembro a opinião de Heriberto da Cunha, quando de entrevista concedida à TV Diário. Ele disse que ao Fortaleza não interessa o lugar que os adversários ocupam na classificação geral. Interessa, sim, vencê-los. Aliás, essa proposta deveria ter norteado o clube desde o início.

Proprietário

Vejo a situação de Osvaldo, destaque do Fortaleza nesta reta final da competição. Um empresário tem direitos sobre o atleta. Quando aboliram o passe, todos comemoraram a decisão como sendo a libertação dos atletas então presos aos clubes. Ledo engano. Mudaram apenas a propriedade.

Escravo

No Brasil, foi mudada apenas a nomenclatura. O jogador continua tão ou mais aprisionado do que antes. E, se não tiver boa orientação, termina sendo escravo das vontades alheias. Há vários exemplos disso no futebol da gente.

Puxado

É no returno de qualquer competição que os veteranos sentem mais. Basta, nesse período, dar uma olhada no departamento médico das equipes.

Na marra

Não faz muito, vi a declaração do cearense Iarley, magoado com o Internacional/RS, clube pelo qual ele foi campeão do mundo. Iarley foi transferido para o Goiás sem sequer ter sido consultado se queria ou não ir para o novo clube. Onde ficou a vontade do jogador? Resultado: Iarley teve de aceitar a decisão, embora com ela não concordasse.

Caso

Havia no Ferroviário um jogador chamado Guedinho. Embora franzino, tinha muita habilidade. Bom jogador. Quase teve sua carreira encerrada porque, sem atentar para detalhes passados por seus procuradores, acabou assinando contratos com times diferentes.

Não sei como resolveram a questão. Não sei onde anda Guedinho.

Questão

Há algum tempo, confusão aconteceu com Vavá. O rapaz passou oito meses sem jogar. Disputa de empresários, proprietários ou procuradores, sei lá quanta gente, terminou prejudicando a carreira do rapaz. Demorou a reencontrar seu futebol, quando enfim os ´patrões´ resolveram não mais complicar.

Reação

Times com maior número de veteranos não costumam manter o mesmo padrão no retuno. Geralmente não conseguem repetir os esforços dos jogos de ida, razão por que tendem a descer de posição na classificação geral. Os times mais jovens reagem bem nesta parte.