Sete domingos
Não me acostumo com a Série B nacional sem jogos aos domingos. Tem razão o Sílvio Carlos quando afirma: ´Domingo é dia de missa, praia e futebol´. Na Série B, a CBF resolveu empurrar goela abaixo jogos nas terças, sextas e sábados, eliminando os domingos. Lamento. O cronista, embora sob protesto, tem de engolir a situação. Sei que minha manifestação, até porque isolada, não mudará o calendário. Mas, certamente, servirá de alento aos que também pensam como eu. Outra ´gracinha´ é a programação de jogos com início às 21h45min, num país onde os assaltos acontecem à luz do dia. Aos maiorais pouco importa que o torcedor, já perto da meia-noite, fique exposto aos riscos. Lembrei agora do saudoso Agepê, cantor e compositor que morreu em 1995. Dele a música ´Sete Domingos´, que diz: ´Na semana eu criei sete domingos pra te namorar´. Se assim fosse, pediria um desses para a Série B.
Estréia
Michel Gaúcho, que deve estrear pelo Fortaleza, estava em crescente produção quando saiu do Ceará. Aliás, até nem entendi sua saída do alvinegro. Agora, no tricolor, terá a oportunidade de mostrar todo o seu potencial. E a crônica poderá avaliar melhor o atleta.
CircunstânciasVolto a bater na mesma tecla. Às vezes, um jogador não dá certo num clube, mas pode produzir bem num outro. Tudo depende de uma série de fatores. Ora, a afinidade de pensamento com o treinador; ora o entrosamento com os companheiros. Varia muito.
ConfusoUma saída que ainda hoje também não compreendi bem foi a de Rômulo do Fortaleza. Tudo foi muito rápido e sem explicações convincentes. O futebol tem nebulosidade que não permite a visão perfeita do fato tal como aconteceu. Até pela surpresa da saída dele, tudo ficou muito confuso.
Problemas
Sem sorte está o Esquerdinha no Ceará. Na hora em que Fábio Vidal fica sem condições de atuar, o Esquerdinha também está à margem, já por problema de contusão. Imaginei que 2008 seria o ano dele. Além de ala, Esquerdinha também atua de meia-esquerda. Agora, pelo situação do atleta, nem uma coisa, nem outra.
ImprovisaçãoLula Pereira, diante dos problemas, terá mesmo de improvisar Alex Braz na ala esquerda. Nesse caso, nem será possível cobrar muito do atleta, visto que este fica no sacrifício, atuando fora da sua posição. Quando o jogador é versátil, não sente tanto. Não é o caso de Alex.
ArtilheiroHá uma carência de legítimo artilheiro no futebol brasileiro. Quando aparece um, logo desperta a cobiça dos grandes clubes. Portanto, mais cedo ou mais tarde, Luiz Carlos deixaria o Ceará. Nas prateleiras do futebol, artilheiro é ´mercadoria´ cara, difícil. Todo mundo quer.
AssédioDigo mais: se Vavá ampliar a sua marca (atualmente está com oito gols), certamente passará também a ser alvo de assédios mais contundentes. Com oito gols só há ele e o Pedrão, do Barueri. A mobilidade que permite a passagem da Série B para a Série A, independente do número de jogos, poderia ser revista.
Foi emboraO problema é a abertura da legislação. Vejam o caso do Flamengo que perdeu Marcinho quando mais dele precisava. Veio o Al Jazeera, dos Emirados Árabes Unidos, e levou o jogador. O Flamengo ficou na pior. Não está certo isso.
Transcorrer
O Fortaleza enfrentou situação semelhante quando perdeu Márcio Azevedo. Exatamente quando mais dele precisou o Leão, veio o Atlético Paranaense e levou o jogador. Sou contra a facilidade com que a legislação permite a troca de time em pleno transcorrer de um certame.
VisãoO técnico Jorge Veras participará do Debate Bola, amanhã, às 22:00 horas na TV Diário, Canal 22. Falará a respeito do seu projeto no Fortaleza, bem como da visão que tem sobre os concorrentes na Série B. Veras está diante de seu maior desafio como treinador. E fará tudo para corresponder às expectativas.
"Ficarei no Ceará até surgir uma proposta boa para mim e para o clube".
Luiz Carlos, domingo passado no Debate Bola (TV Diário)
Atacante