Paredão
Pouco antes de fechar a coluna de ontem, eu sabia que Lula tinha posição definida: manter o goleiro Marcelo Bonan como titular do Ceará. Registrei a opinião do treinador e concordei com ele, apesar da bela atuação de Adilson. Afinal, Bonan saíra não por deficiência técnica, mas por punição com vermelho. Fiz porém uma ressalva: Adilson, ídolo do clube com vasta folha de serviços prestados, não poderia submeter-se mais ao revezamento com Gustavo. Seria injusto e prejudicial para ambos. Minha surpresa foi grande quando soube que Lula mudara de opinião e resolvera colocar Adilson como titular. A nova decisão do treinador viera ao encontro do anseio da torcida que gritara em coro o nome ´Paredão´. Lula escutou o coro vindo das arquibancadas. Portanto, a torcida tem com o técnico responsabilidade dividia quanto à escalação. Se algo de errado acontecer, só Marcelo Bonan estará isento.
Paciência
Compreensível a reação de Marcelo Bonan, que chiou contra a decisão do treinador Lula. Mas ele deve aprender a lição dada pelo próprio Adilson. Ídolo do clube, Adilson aceitou até um injusto revezamento, quando já estava no ponto para voltar. Agora voltou.
ClimaA disputa pela vaga de titular no gol alvinegro tem de ficar restrita ao campo profissional, não destruindo o clima de camaradagem que deve haver no âmbito interno do clube. Marcelo Bonan, Adilson e Gustavo devem administrar as diferenças. Será bom para os três.
ManifestaçãoA voz dá torcida pesa, mas nem sempre pode ser levada ao pé da letra. Vaias e aplausos mudam de acordo com as circunstâncias. Jamais esqueci a maior vaia dada contra um jogador no Maracanã. Julinho, em poucos minutos, transformou a vaia em aplauso.
Decepção
De brilho intenso no certame estadual, o Horizonte há decepcionado na Série C do Brasileiro. Derrota para o Picos, no Piauí, foi compreensível, mas perder para o Sampaio Correa, de virada, dentro do Clenilsão foi uma decepção.
Linha duraVerdade que após o certame cearense o Horizonte perdeu muitos valores, dentre eles Izaquiel, Léo Jaime e Raul. Mas nada justifica o pífio início de um time que foi quase imbatível quando no Estádio Clenilsão. Linha dura, Argeu! Não é esse o time que espero do melhor técnico do ´estadual´ 2008.
PresidenteO que acontece nos bastidores dos clubes e do futebol nem sempre é revelado na sua essência. Mas o público tem sua maneira de examinar e tirar conclusões, ainda que sem provas concretas.
DesentendimentoPretextos há de sobra: a péssima campanha na Série B, o isolamento de diretores, o desencontro de opiniões com o patrocinador, fluxo de caixa limitado, enfim, uma série de obstáculos que acabaram com a harmonia no alto comando.
IndagaçõesA favor de Desidério, o bicampeonato cearense 2007/2008. Contra, a presença do Fortaleza na zona de rebaixamento da Série B. Saberia Marcelo administrar apenas um clube enxuto?
ImpressãoQuando no Ceará, Heriberto da Cunha denunciou a existência de um verme que trabalhava contra o próprio time. No Fortaleza, Heriberto não falou sobre desarmonia, mas, de repente, pediu para sair. Antes, Palomares foi mandado embora. Agora Desidério renunciou.
BastidoresA impressão de harmonia cedeu espaço a interrogações. O que estaria acontecendo nos bastidores onde poucos têm acesso? Lúcio Bomfim substituiu Desidério na presidência tricolor. Chegou pedindo união de todos. Oportuna solicitação. Só mesmo com a união de todos, será possível retornar ao caminho das vitórias.