Disposição e indisposição
´Treino é treino, jogo é jogo´. Velha frase do Didi, o homem da folha seca. Lula preocupado com o que viu num treino. Bobagem. Talvez por aí até descubra alguns suplentes. Às vezes, o suplente é invisível aos olhos do treinador. De repente, num estalo, passa a ser visível. É comum no futebol. Hora de analisar o Ceará sem Dezinho, Rones, André e Ciel. O Vozão contratou mais de três dezenas de atletas. Não quero crer que num bloco assim falte opções. No jogo passado, no Paraná, observei progresso no time. Por isso não sei a razão por que o grupo nada rendeu num simples treino. Terá sido preguiça? Não acredito. Terá sido falta de compromisso? Também não acredito. Quando muito admito esquisito enfado inconsciente e coletivo, aquele que pode acontecer em qualquer atividade profissional. Dia em que, de forma inexplicável, todos amanhecem sem disposição. Mas não há de ser nada. ´Treino é treino; jogo é jogo´.
TitularVavá de volta ao ataque alvinegro. Tem nova oportunidade de lutar pela posição que há pouco tempo foi exclusivamente sua. Nesta parte, tem de entender que só dependerá de sua produção a retomada da condição de titular absoluto. Integração e gols, eis a receita.
RespeitoO América/RN não faz boa campanha. Mas é válida a advertência dos técnicos mais experientes. Eles entendem que após a quinta rodada há natural tendência de as equipes, mediante ajustes, renderem melhor e exigirem mais dos adversários. Caso do América.
EsquemaO técnico do América, Carlos Moura, treinou a equipe ora no modelo 4-4-2, ora no esquema 3-5-2. Nesta parte, importante a participação do volante Emerson. Mas Carlos só define hoje, antes do jogo. No ataque, entra Marquinhos Marabá, que marcou 12 gols em 12 jogos pelo Campeonato Paraibano. Cuidado com ele!
Fechado
Observo manifestações contrárias ao modelo tático fechado que Heriberto da Cunha tem mantido no tricolor. No jogo passado, diante do Juventude, apenas um chute a gol no segundo tempo, exatamente o do gol de Rômulo.
Fechado II
Quanto às críticas, nem tanto ao mar nem tanto à terra. Entendo que há necessidade de, fora de casa, o time jogar mais fechado mesmo. Questão é, neste modelo mais fechado, criar as alternativas para os contra-ataques. Talvez exatamente Heriberto tenha de corrigir esse ponto. Houve alguma luz com Mazinho e/ou Raul.
HistóriaPelo Sport de Recife passaram cearenses famosos que foram campeões pernambucanos: Gambetá (tri 1941/42/43), Pedro Matos (bi, 1955/56), Pedro Basílio (1975), Amilton Rocha (1977), Pacoti (campeão de 1958 e artilheiro do certame com 36 gols).
Origem
Internacionalmente famosos que tiveram origem no Sport: Ademir Menezes, artilheiro da Copa de 1950; Vavá, bi mundial 1958/62; atacante Almir (o Pernambuquinho) e Juninho, campeão pelo Sport em 1994 e várias vezes campeão francês pelo Lyon. (Arquivo de Airton Fontenele)
Severa medidaLuís Torquato tomou decisão drástica: demitiu 15 jogadores, dentre ele, Lequinha. Surpreendeu-me a inclusão de Lequinha, bom jogador. Que terá havido? Por outro lado, Torquato faz elogios ao ótimo comportamento de Sérgio Alves e Clodoaldo.
ArbitragemProveitosa a viagem do presidente da Ceaf, Afrânio Lima, ao Rio. Ele conversou com Sérgio Correia, da Comissão Nacional de Arbitragem. Reivindicou a escalação dos árbitros cearenses. E já foi atendido. Marcos Sampaio apita Bahia x Paraná, sábado, em Feira de Santana.
Dúvida
Também importante a inclusão de Wladyerisson Oliveira e Almeida Filho no chamado quadro ´Aspirante Fifa´. Tudo bem. A minha curiosidade é a seguinte: se o coronel Afrânio Lima não tivesse ido ao Rio de Janeiro conversar a respeito do assunto, os nossos árbitros ficariam na geladeira durante todo o certame brasileiro?
"América x Ceará é um clássico tão antigo quanto a existência dos dois".Everaldo Lopes
Colunista da Tribuna do Norte de Natal