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Bi, com muito mérito

Na hora da verdade, Leão outra vez. O Fortaleza chegou ao bicampeonato mediante planejamento aplicado. No tempo hábil, fez as necessárias correções de rumo. Perdeu quando podia perder; ganhou quando precisou ganhar. A vitória sobre o Icasa (4 a 2) resultou do natural desdobramento do êxito alcançado quinta-feira em Juazeiro. Ontem o Verdão até surpreendeu, por duas vezes comandando o placar. Entretanto, não teve força para rebater a superioridade tricolor. De Tiago Almeida a Rômulo, de Marcelo Desidério ao mais humilde funcionário, a integração de responsabilidades coletivas e particulares que determinaram o bi. O Leão chega ao 37 º título de sua história. Em alguns momentos deste certame, mais uma vez provou existir a mística daquelas camisas. É uma força transcendental, superior, que faz o time vitorioso ainda quando em situações complicadas, adversas. Bi, com muito mérito.

O melhor

Não escolho um, mas o grupo leonino todo. Permitam-me, porém, duas menções especiais: Paulo Isidoro e Osvaldo. O primeiro, pelo passe para o gol de Tailson e pelo seu 14º gol (artilheiro ao lado de Esquerdinha); o segundo, pela prevalência de seu talento.

Bravura

Desta vez o Icasa não foi o time apático do primeiro jogo. Encarou, quis, jogou. Valente Isac. Lutou muito na frente. Mas o Verdão pagou caro o preço de ter perdido o interesse pelo segundo turno. Na reta final, faltou-lhe o embalo. E a crise com o técnico Play reduziu as chances.

Mescla

Importante para a conquista a mistura de gente mais experiente como Erandir, Simão, Lúcio, Paulo Isidoro e Rômulo ao lado de gente nova como Rogério, Leandro, Vítor, Guto e Osvaldo. Atrás, Juninho e Preto, os únicos tricampeões, pois ganharam o título de 2006 pelo Ceará.

Providências

Quando o Fortaleza perdeu o primeiro turno, lembro que o dirigente Edilson José compareceu ao Debate Bola (TV Diário). E disse que providências drásticas seriam tomadas. E foram. Creio que foi exatamente ali que se concretizou a arrancada rumo ao título.

O técnico

Feliz a idéia de contratar Heriberto do Cunha, que conhecia todo o grupo. No Pici, ele estabeleceu seu critério de trabalho. Impôs a liderança que tem. E poucas vezes errou na escalação ou substituições. Muito deste título deve-se à autoridade de Heriberto porque competente, respeitado e amigo dos jogadores.

O Grupo

Claro que, num esporte coletivo como o futebol, as glórias do título ficam divididas como já frisei. Mas, por justiça, temos de lembrar o goleiro Tiago Cardoso nos dois jogos diante do Horizonte. Garantiu a permanência tricolor pegando vários pênaltis.

Em alta

Márcio Azevedo a todos impressionou pela eficiência. Corre o tempo todo. defende, apóia, cria situações perigosas ao adversário nas incursões intermináveis. /// E que belo campeonato fez Rômulo. Eficiente na forma de trabalhar a bola para servir aos companheiros ou ele mesmo fazendo gol. Ótimo.

Gerenciamento

Um time que chega a nove decisões consecutivas, sendo derrotado em apenas duas, merece ter seu modelo de gestão copiado. De 2000 até agora, o Leão foi finalista sempre. Prova do acerto de seu comando. Gerenciamento moderno e eficiente o adotado no Pici

Fusão de imagens

Dude é um raro exemplo de jogador que cria vínculo permanente como patrimônio do clube. Partícipe dessa história porque presente em todos os campeonatos conquistados pelo Leão nestes nove anos. Espécie de fusão de imagens de dois seres num mesmo ideal de vida.

Estádio

Coroando o primeiro semestre de êxito do Fortaleza, além de mais um título estadual, houve a inauguração do Estádio Alcides Santos, velho sonho dos torcedores. Como diz o médico cardiologista, Emanoel Castelo Branco Mourão, apaixonado tricolor, ´a conquista não é de um só, mas produto da colaboração de todos´.

"O time foi aguerrido. Estou muito emocionado com a conquista."

Tailson.
Autor do primeiro gol do Fortaleza