Tabu
No Estado do Ceará nenhum time do interior conseguiu até hoje ganhar em campo um título de campeão estadual. O Icasa ganhou um título, em 1992, mas através de decisão administrativa da FCF, que reconheceu quatro campeões. Os outros três foram Ceará, Fortaleza e Tiradentes. Portanto, há um tabu que se arrasta ano após ano. Já em outros estados nordestinos a situação é diferente, pois vários times interioranos ganharam em campo títulos estaduais: no Rio Grande do Norte, o Potiguar; no Maranhão, o Imperatriz; no Piauí, já foram campeões Picos, Parnaíba, 4 de Julho; em Alagoas, Asa de Arapiraca e Coruripe; em Sergipe, América de Propriá; na Paraíba, Atlético de Cajazeiras e Sousa. Claro que não tenho na memória todas as equipes interioranas que ganharam títulos estaduais nesses estados. Apenas fiz uma referência pelo que me acudiu a lembrança mais imediata. Aqui, o Icasa tentará mais uma vez.
Especial
Único com vaga garantida na decisão do título estadual, o Icasa segue seus preparativos em Juazeiro. Play Freitas ajusta o time em amistosos. Espécie de temporada especial para as duas partidas finais. O temor é saber que o adversário chegará no embalo.
Ritmo
Há um consenso segundo o qual o time que ganha o segundo turno, já pelo embalo, entra com melhor ritmo na decisão do título. A estatística aponta isso, mas há exceções. E exatamente em cima dessas exceções é que trabalha o técnico do Icasa, Play Freitas.
Rumo
Ficou provado que o Verdão do Cariri perdeu muito na meia-cancha, desde que Zé Augusto saiu da equipe. Zé cuidava da ligação em velocidade e, não raro, fazia belos gols com tiros fortes de fora da área. O time sentiu a ausência de Zé Augusto. Play trabalha um homem para executar a função do Zé. Resta saber se este terá a mesma competência.
Zelo
Heriberto da Cunha luta contra o ´já ganhou´. Ele tem razão. Esse é um traiçoeiro sentimento que se instala na mente dos atletas, sem que eles percebam. Alguns jogadores do Horizonte, com quem conversei, admitiram ter ocorrido isso com o time do Argeu no primeiro turno.
Talento
Lúcio, ainda que não alcance a condição ideal, é jogador imprescindível ao Fortaleza nesta reta final do certame. A vitória (3 a 1) sobre o Horizonte, sem ele, não significa que de Lúcio o Fortaleza não mais necessita. Vai precisar dele, sim.
Vocação
Se o Horizonte precisa da vitória, sua natural vocação ofensiva terá de ser mais intensa ainda. Por isso, não creio em alterações na forma e no conteúdo do time de Argeu. Apenas terá de ficar mais atento na defesa, pois sofreu seis gols nos dois últimos jogos.
Marcação
Heriberto ainda se diz em dúvida quanto à escalação tricolor. Se no ataque, tudo bem. Quanto à marcação, pelo que ficou posto no domingo passado, a formação será a do segundo tempo, que deteve o Horizonte e permitiu a virada tricolor.
Prudência
Mantenho a prudência de sempre quando examino as novas contratações feitas pelo Ceará. Posso falar sobre Dedé. Este há muito deveria estar no alvinegro, pois desde 2007 vinha demostrando talento no Ferroviário. Mas dou crédito de confiança ao técnico Lula quanto aos demais atletas. Afinal, a cobrança será em cima dele.
Boni
Hoje, às 15 horas, na Assembléia Legislativa, homenagem em comemoração aos 50 anos da Rádio Dragão do Mar. Dentre os homenageados o querido Bonifácio de Almeida, com quem trabalhei. Bonifácio, dono de belo voz, foi narrador, repórter e comentarista. Dos bons.
Corrigenda
Os atentos leitores Elson Luís e Rinaldo Malveira me corrigem com razão. Em 2004, o Fortaleza foi considerado campeão, mas não houve a partida final do certame. Foi o ano em que Zezinho assinalou o gol que deu ao Ceará o segundo turno. Depois disso, o título foi decidido no tapetão, ficando com o Fortaleza.
"Nossa vida é de cigano e as coisas acontecem da noite para o dia."
Joel Santana, que deixa o time após o campeonato carioca
Técnico do Flamengo