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Abalo psicológico

Até que ponto a derrota para o Fortaleza tirou do Horizonte a confiança para agora contornar a desvantagem? O abalo psicológico ficou visível nas entrevistas após o jogo. Observei significativa diferença: o Horizonte tem elevado índice de erros nas finalizações enquanto o Fortaleza possui qualidade exatamente oposta, ou seja, aproveita de forma competente as poucas oportunidades surgidas. Além disso, o Leão tem também melhor controle emocional quando as condições não lhe são favoráveis. Foi assim na decisão da vaga no primeiro turno, quando Horizonte jogou pelo empate no segundo jogo. E foi assim domingo passado, quando perdia por 1 a 0 e sofria bombardeio do time de Argeu. O Fortaleza pôs as coisas nos devidos lugares, acertou a marcação, definiu com calma os rumos da partida e saiu de campo com a vitória. Terá Horizonte força mental para tirar a diferença? Está complicado.

Opinião

O goleiro Jefferson, que esteve comigo no Debate Bola (TV Diário), entende que o Horizonte pode dar a volta por cima, apesar de reconhecer a vantagem do Fortaleza. Segundo ele, o time não tremeu. ´Há dia em que a bola não entra e nada dá certo´, disse.

Definição

Paulo Isidoro, que também participou do Debate Bola, revelou mais uma vez a razão de sua ótima condição física: ´Sempre me cuidei a vida toda´. Isidoro é um belo exemplo de quem sabe decidir situações. É bom. Por isso mesmo Heriberto sempre o quer nos seus times.

Ausência

Antes do jogo, o fato mais comentado era a ausência de Lúcio e as conseqüências disso decorrente para o Fortaleza. Depois do jogo, com a vitória tricolor, de virada, sobre o Horizonte, pouca gente lembrou a ausência desse ótimo atleta.

Presença

Embora o Leão tenha conquistado a vitória, acho que a ausência de Lúcio foi sentida, mormente no primeiro tempo. Lúcio é mais um jogador de definição nas grandes decisões. Muitas vezes, ainda que não faça uma bela partida, tem lampejos que fazem a diferença, quer ele mesmo marcando gols, quer criando situações para os gols dos companheiros. A presença de Lúcio é imprescindível.

Arbitragem

Depois de analisar o trabalho de Carlos Eugênio Simon, que esqueceu os cartões em Porto Alegre, mais me convenço de que o padrão dos árbitros daqui merece referências elogiosas. Não vi nada demais nesse pessoal de fora.

Presença

Inadmissível a ausência da torcida do Fortaleza nos jogos do Leão. Não quero acreditar que continuará assim no próximo domingo, quando o tricolor, por um empate, garantirá a vaga na decisão do campeonato diante do Icasa. Se conseguir, será a nona final consecutiva do Leão.

Decisões

O Fortaleza foi finalista em 2000 (campeão), 2001 (bi), 2002 (vice), 2003 (campeão), 2004 (bi), 2005 (tri), 2006 (vice), 2007 (campeão). Em oito anos como finalista, o Fortaleza só perdeu dois títulos: em 2002 para o Ceará e em 2006 também para o Ceará.

Conquistas

Nas oito decisões, o Fortaleza ganhou o título de 2000 e 2001, derrotando o Ceará. Em 2003, derrotou o Ferroviário. Em 2004, derrotou o Ceará. Em 2005, derrotou o Icasa. Em 2007, derrotou o Icasa. Se passar pelo Horizonte, terá novamente o Icasa pelo caminho.

Reforços

Ceará anunciou contratações para Série B. Na verdade, só Dedé, do Ferroviário, é conhecido. Os demais são atacante Harley, ex-Bahia; meia William César, de MG; e três do Atlético Tubarão/SC, lateral Rodrigo, volante Robson e atacante Ricardo. Vamos acreditar nos reforços.

Sentimento

O querido Pacoti, ídolo do Ferroviário e do futebol cearense nas décadas 50/60, ligou-me de Quixadá. Estava triste com a morte de sua tia, dona Neném, que viveu 101 anos. Isso mesmo: cento e um anos de idade. Dona Neném teve importância na educação de Pacoti, quando menino em Quixadá. Meus pêsames à família.

"Se quisermos o título, teremos de corrigir o relaxamento que houve no segundo tempo".
Júnior Cearense, após a derrota para o Fortaleza
Meia do Horizonte