Matéria-530089

Orador

´Não pense no que os Estados Unidos da América podem fazer por você, mas no que você pode fazer pelos Estados Unidos´. Famosa frase do ex-presidente John Kennedy, dita na sua posse (20.01.1961), perante câmeras de tv do mundo todo. Na época, técnico de futebol nem sonhava em dar entrevista coletiva. Não lembro sequer de uma do Vicente Feola, campeão mundial pelo Brasil em 1958 na Suécia. Manso e humilde de coração, como no texto bíblico, Feola pouco falava. Entrevista coletiva de treinador ganhou força, parece, com Cláudio Coutinho, que encantava porque poliglota. Luxemburgo fez do campo e das entrevistas passarela para sua coleção de paletós. Lula Pereira deu coletiva na sua posse como técnico do Ceará. Falou bonito. Só faltou dizer: Não pense no que Ceará pode fazer por você, mas no que você pode fazer pelo Ceará. Preferiu: ´A dívida que o Ceará tem comigo não representa nada pelo que o Ceará fez por mim.´

Tempo recorde

Lula sabe se sair bem na hora dos apertos. Inteligente. Aprendeu a arte de falar. Como se fosse um político, convence pelo poder de persuasão. Agora, passada a fase inicial da posse, terá de transformar em ações concretas tudo o que foi dito no discurso. Em tempo recorde.

Estudo

Marcação forte. Posse de bola. Há muito não ouvia tanto essas expressões. Heriberto da Cunha aprimora esta parte. Argeu dos Santos também chama atenção para a marcação de jogadores como Lúcio e Isidoro, duas referências. Já se vê o que aprontam para domingo.

Favorito

Tenho escutado com muita atenção o que os meus companheiros de profissão dizem a respeito da decisão do turno. Ninguém tem o atrevimento de apontar o favorito. Eles estão certos. Como apontar favorito onde há equilíbrio nos resultados dos dois turnos e, igualmente, nos dos jogos semifinais da primeira fase?

Vantagens

No Fortaleza, a vantagem está na tradição tricolor, provada e comprovada nas grandes decisões. E, mais uma vez para lembrar o saudoso Blanchard Girão, ´na mística daquelas camisas´. Além disso joga em casa, no Castelão. Quer queiram, quer não, o Horizonte sai de seu habitat, o Clenilsão.

Trabalho continuado

A vantagem do Horizonte está no refinado toque de bola e no conjunto, consolidado por dois anos consecutivos de trabalho de Argeu dos Santos com o mesmo grupo. O técnico do Fortaleza, Heriberto da Cunha, deixou transparecer que isso é o que mais o preocupa.

Diferença

Há igualdade no número de pontos. No cômputo geral: duas vitórias para o Fortaleza, duas vitórias para o Horizonte. E um empate numa prorrogação. Portanto, seis pontos para cada. A diferença está no saldo de gols que, no confronto direto, favorece ao Leão. O Fortaleza fez oito; o Horizonte marcou seis. No mais, equilíbrio.

Descuido

Júnior Cearense reconheceu que o Horizonte entrou relaxado no segundo jogo das semifinais do primeiro turno. Afirmou que, embora de forma inconsciente, todos pensavam que a vitória no jogo de volta seria alcançada naturalmente, sem maiores esforços. Quando despertaram...

Pênaltis

Outro erro reconhecido por Júnior Cearense foi o desleixo quanto ao treinamento para uma decisão por pênaltis. Mais uma vez no subconsciente predominava a idéia de que não haveria sequer prorrogação.

Semelhança

Posso estar enganado, mas entendo que, o que houve com o Horizonte nas semifinais, acabou acontecendo também com o Fortaleza na decisão com o Icasa. No subconsciente dos tricolores, o time poderia liquidar a sentença quando bem entendesse. Quando o Leão despertou...

Lições

Até nisso Fortaleza e Horizonte se assemelham. Agora, nesta nova oportunidade, quero crer que tirarão o melhor proveito das lições aprendidas. Isso poderá levar a mais equilíbrio, visto que cada equipe não mais imaginará como certa uma vitória. Antes a buscará, lutará por ela. Ganhar por antecipação não existe.

"Costumo voltar atrás, sim; não tenho compromisso com o erro."
Juscelino Kubitscheck
Ex-presidente do Brasil