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Espaços na mídia

Recebi mensagens de torcedores do Icasa, todos reclamando contra o esquecimento dado pela mídia ao Verdão nestas fases derradeiras do segundo turno. ´Vocês mostraram tudo de Fortaleza, Ferroviário, Ceará e Horizonte, enquanto o representante do Cariri, único finalista certo do campeonato 2008, foi ficando à margem´, dizem eles. Procede o protesto. Mas há explicação para tal recuo: quando eliminado do segundo turno, o Icasa ficou sem jogos oficiais. Como só voltará a intervir em maio, recolheu-se a um treinamento interno sem maiores repercussões. Daí a cobertura, antes mais ampla, ter diminuído. Entendi o protesto. Independente da situação, o Icasa teria mesmo de permanecer como um dos focos principais, haja vista a sua classificação antecipada para a grande final. Tudo bem. Registrada a manifestação dos torcedores do Verdão, não tardará ao Icasa ter de volta seus merecidos espaços na mídia.

Pausa

Pensando bem, para o Icasa foi até bom dar um tempo. O time havia passado por turbulências internas e externas. E a mudança de foco permitiu alívio nas especulações sobre o que houvera de certo e errado no relacionamento do grupo. A situação agora é de paz.

Comando

Argeu dos Santos esteve no Debate Bola (TV Diário). Explicou como tem conduzido o time do Horizonte. Uma espécie de família unida, mas na hora de dar carão, carão; na hora de amaciar, amaciar. No intervalo do primeiro jogo com o Ceará (1 a 1), Argeu teve de dar um pito geral. Exigiu atitude. O Horizonte reagiu e empatou. No segundo jogo, um baile.

Consciente

É visível que alguns jogadores do Fortaleza não conseguem manter o mesmo ritmo do início ao fim. Casos de Lúcio, Paulo Isidoro e Rômulo. Mas isso não quer dizer que, em determinados lampejos, mesmo no segundo tempo, eles não tenham condições de definir. Têm condições, sim. Vi um pique do Paulo Isidoro, já na fase final, onde, em dribles curtos, desfilou entre os zagueiros corais e quase marca um golaço.

Semelhança

O mesmo é possível de dizer de Rõmulo. Ele se pouca por alguns minutos, recompõe energias e, de repente, dá piques em alta velocidade, quando todos pensam que ele não mais teria gás. Aí é que entra a importância do jogador tarimbada que não desperdiça energias em lances desnecessários. Isso também define jogo.

Exemplo

Cito um caso específico no Horizonte. Stênio, possivelmente o mais veterano de todos, estava inteiro no segundo tempo diante do Ceará. Os zagueiros alvinegros, todos bem mais jovens, iam ao desespero, pois não conseguiam acompanhar Stênio. Segredo do veterano: ficava, quase parado, recarregando as baterias. Quando disparava, ia embora...

Equilíbrio

O Horizonte não terá por certo, diante do Fortaleza, a mesma folga encontrada quando enfrentou o Ceará. Explicação simples: a goleada sofrida pelo alvinegro despertou o Leão. Heriberto anotou toda a movimentação de Raul, Piva, Júnior Cearense, Izaquiel e Eusébio. Acredita ter como neutralizá-la.

Pontuação

Volto a repetir: se por pontos corridos, o Horizonte há muito já teria dado a volta olímpica. No cômputo geral, o time de Argeu tem 43 pontos, embora com dois jogos a menos que o Fortaleza, que tem 42 pontos. No confronto direto com o Leão, ganhou duas, perdeu duas e empatou numa prorrogação. O Fortaleza tem a seu favor a força da tradição e a mística daquelas camisas.

Modelo

Heriberto da Cunha também esteve no Debate Bola. Elegante, gentil, elogiou o trabalho de Argeu dos Santos no Horizonte. Reconheceu que a força do adversário está no conjunto. Heriberto examinou a produção do Horizonte na vitória sobre o Ceará e já compõe o modelo mais adequado ao Fortaleza nesta decisão.

Recordando

Comecei a freqüentar o PV em 1957. Eu tinha 10 anos de idade. Um mundo de sonhos embalava o menino que via em ação jogadores com quem, anos depois, faria amizade. Cito alguns: Pedrinho Simões, goleiro que tinha sido campeão pelo Gentilândia, um ano antes, 1956. William Pontes, também campeão pelo Gentilândia, que depois brilharia no Fortaleza, Ceará e Seleção Cearense. Ivan Roriz, Zé Mário, Moésio Gomes, Mozart, Pacoti, Alexandre Nepomuceno. Já na década de 60, Leilá, Iá, Haroldo Castelo Branco, Evandro (Diabo Louro). O técnico Janos Tatray. Onde anda Tatray?

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Setorista do Ferroviário