Oito decisões
Há manifestação oscilante entre torcedores corais com quem conversei. Para uns, só uma surpresa tirará a vaga do Fortaleza. César Aboim, João Alberto, João Castelo Branco Gouveia, Assunção de Maria Gouveia Dantas, Augusto Borges, Sebastião Belmino, dentre outros, são torcedores corais. Estão entre a crença e a descrença, esperança e desesperança. O Ferroviário, por sua tradição, apronta resultados inimagináveis, contra e a favor. Com o Ferrão tudo pode. Já o Fortaleza tem a imagem de time de chegada. Dificilmente falha. Basta ver que, nos últimos oito anos, o Fortaleza conquistou seis títulos estaduais. E mais: esteve presente nas oito decisões. A última vez que o Ferroviário decidiu um título estadual foi em 2003, justamente diante do Fortaleza. E perdeu. Mas esses fatos são coisas do passado. Hoje, os dois estão em nova tentativa de chegar à decisão do turno, pensando na final do campeonato. A conferir.
MudançaRogério cede seu posto a Erandir. Compreendo a opção do técnico Heriberto. Mas vai um incentivo a Rogério, dono de belo futebol. Nada de ficar cabisbaixo. Novas oportunidade virão. Às vezes uma reflexão diante de circunstância assim vale muito para o atleta.
VantagemO técnico do Fortaleza, Heriberto da Cunha, tem a seu favor a possibilidade de administrar a vantagem do empate, aplicando o modelo tático mais adequado para atrair o Ferroviário, posto que aos corais só a vitória interessa. Isso deixa a equipe mais confiante e segura, embora vantagem assim não seja tudo, como a própria história do futebol costuma mostrar.
AnáliseO técnico Dimas Filgueiras, ainda se mostra muito reticente. Nada de manifestação definitiva com relação do time que entrará diante do Horizonte. Ora, se sem ter dúvida, Dimas já é adepto dos mistérios, calculem tendo algumas dúvidas reais. Aí é que a escalação só sairá momentos antes do jogo.
MaisA dupla Vavá/Luís Carlos pode produzir mais do que mostrou no primeiro jogo diante do Horizonte. Luís Carlos provou, em jornadas anteriores, condicionamento que incomodou muito os adversários, fato não observado no sábado que passou.
Segunda chanceHorizonte tem a segundo chance de chegar à decisão de um turno. Na primeira, diante do Fortaleza, saiu em vantagem com vitória. Mas o time parece ter sido tocado pela presunção de que tudo estava resolvido. Deixou escapar a vantagem do empate. Terminou eliminado.
ExperientesAgora, Horizonte chega sem vantagem. E pega um Ceará confiante, embora este não tenha conseguido ganhar do Horizonte uma vez sequer. A maturidade de Jefferson, Júnior, Raul e Stênio poderá ser fundamental.
PêsamesComo amante da aviação e dela integrante, expresso minha tristeza pela morte dos pilotos Fernando Chagas Abreu e Augusto César Nóbrega, vítimas do acidente com o avião Seneca. É o lado triste dessa paixão que fascina. Resta a saudade.
DesvantagemO técnico do Ferroviário, Fernando Polozzi, como sua equipe necessariamente precisa vencer para provocar uma prorrogação, fica na desvantagem de assumir maiores riscos. Terá de se expor num sistema mais ofensivo, mas sem deixar de lado a prudência, claro. Difícil é, no calor na disputa, ajustar bem as duas coisas.