Maturidade e juventude
Pelo visto, o técnico Fernando Polozzi não vai mexer muito na estrutura coral para enfrentar o Fortaleza. Nem deve. O Ferrão é o que aí está, vindo de uma bela campanha no segundo turno. Questão de usar ou não Teles como titular é opção do treinador. Dependendo do andamento da partida, ele saberá se a postura tática escolhida precisará de ajustes. Na minha avaliação, vejo no time coral mais necessidade de confiança, personalidade, força mental, do que de alterações profundas. Quanto ao Fortaleza, seu forte é a experiência de jogadores como Lúcio, Paulo Isidoro, Rômulo, Simão e Erandir, máxime nas grandes decisões. Jogadores maduros sabem conter mais as emoções. E, por isso mesmo, gozam de melhor equilíbrio na hora da definição. Basicamente, a diferença entre os tricolores é simples: juventude coral de um lado; maturidade leonina do outro. Até agora, o time mais experiente tem se dado melhor.
DiferençaNas grandes decisões, fundamental ao time é saber a hora de matar o jogo. Isso é que faz a diferença entre os preparados para as conquistas e os que apenas chegam perto. Ao Ferroviário cabe quebrar a imagem de time que termina na praia. Desafio psicológico, pois.
NivelamentoComete grave erro quem já considera o Ferroviário eliminado. Uma coisa é estar em desvantagem; outra, bem diferente, é não mais ter chances. O Ferrão tem chances e Polozzi acredita nisso. Basta vitória simples. A partir daí tudo estará novamente nivelado.
Sem soberbaCerto está o técnico Heriberto da Cunha que não deixou disseminar no Pici a idéia do traiçoeiro ´já ganhou´. Heriberto, pelo contrário, cuida de demonstrar que até agora o Leão não ganhou nada. A soberba tem levado muitos times a derrocadas. E Heriberto, ao combater a soberba, quer exatamente evitar surpresas.
Sem estresseTenho acompanhado o amplo debate sobre o que deve fazer Dimas Filgueiras quanto à substituição de Michel. Confesso não encontrar motivo para exagerada discussão. Michel vinha cumprindo muito bem seu papel, é eficiente jogador, mas sua ausência não pode ser tida como implosão alvinegra.
Simplificação
Quero acreditar que Dimas Filgueiras simplificará tudo o máximo possível. Talvez a polêmica esteja prosperando mais pela importância do jogo do que pela importância da substituição. Na minha opinião, o melhor encaminhamento seria Flavinho para o lugar de Michel.
Alternativas
Não vejo motivo para preocupações por parte do técnico Argeu dos Santos, a não ser com relação a Piva. Este, sim, representa significativa diferença, quer na criação de jogadas, quer nas conclusões. Nas demais posições, o técnico tem alternativas capazes de manter o padrão.
ReaçãoA diferença entre os árbitros de fora e os de casa está na reação dos jogadores. Quando o árbitro é de fora, eles mantêm certa distância. Quando de casa, encaram.
Problema
De Cristino (samuel_lcristino@yahoo.com.br): ´É inadmissível um lateral como Teles ficar fora do clássico tricolor.´ /// De Vítor Matos (vitin_matos@hotmail.com): ´Sou o filho mais novo do seu amigo Tiago Matos. Aprendi desde pequeno, com ele, a ouvir diariamente seus comentários na rádio. Antes, a caminho do colégio; hoje, indo para a faculdade´. Valeu, Victor! Agradeço tanta atenção.
PreparativosLonge dos holofotes, o Icasa vai se preparando para a decisão. Comissão técnica do Verdão ligada nas semifinais, pois daí sairá o outro finalista de 2008. Há algum tempo, na TV Diário, Zacarias Silva disse que não gostaria de enfrentar o Horizonte na decisão do campeonato.
Explicação
Entende Zacarias Silva que a obrigação de ganhar o título será maior se o adversário na final for o Horizonte. Nessa caso, a torcida não admitirá derrota. Já diante de um grande da capital, a perda do título será lamentada, mas encarada como uma situação normal. Pensando bem, a colocação procede.
"Pessoas de bem podem e devem se relacionar, embora estejam em times opostos".Marcelo Paiva, concordando com Heriberto e Luís Carlos
Colaborador