Matéria-526569

Regularidade x Solavancos

Concentração total nas semifinais que começam hoje. Ceará e Horizonte assinalam a abertura da fase mata-mata simples, ou seja, no caso de igualdade de pontos após os dois jogos, não valerá a diferença de gols. O Horizonte é o time mais regular do campeonato. Não sofreu crise nem oscilações. E mantém o grupo basicamente como começou o ano, sob o comando do mesmo técnico, Argeu dos Santos. Seu potencial está exatamente nisso. No Ceará ocorreu o contrário: o time sentiu os solavancos de crises graves, internas e externas. Caiu técnico. Presidente renunciou. Jogadores fizeram greve. Houve de tudo. Mas, de repente, em última instância e por mais paradoxal que pareça, a equipe cresceu na reta final. Venceu cinco partidas consecutivas, recuperou a auto-estima, ganhou a confiança da torcida e, já agora, sob o comando do perpétuo Dimas Filgueiras, fez o pacto pelo título. Tudo é possível, sim.

Simples

Baião de dois. Simples. Nada de inventar. Time treinado por Dimas Filgueiras, já por tradição, tem marcação forte. Michel, Chicão e Tiago Almeida no combate. Cleisson é a lucidez, a criação. O homem que, de repente, deixa Vavá ou Luís Carlos na cara do gol.

À disposição

Não pode haver maneira mais simples de jogar do que essa que o Dimas prefere. Mas ele tem seus trunfos na hora de mudar. Lembram-se quando acionou Juranilson e até foi criticado? O Jura e Daniel ficam ali para utilização especial em caso de necessidade.

Pacto

A melhor mudança do Ceará foi no astral. Substituiu a má vontade pelo desejo de jogar. Os jogadores assumiram um compromisso pessoal com o técnico Dimas. O potencial do grupo vem do pacto, que superou problemas de relacionamento e até relevou questões financeiras contornáveis.

Estréia

Acompanho o Horizonte desde a estréia. Dá trabalho. É o chamado time enjoado, ou seja, diante dele nenhum adversário pode se acomodar. O Horizonte vai minando com Izaquiel, Piva, Júnior Cearense, Paulinho, Eusébio, Léo Jaime, Raul, Stênio. É incrível porque tinhoso, não desiste.

Lição

Na semifinal do primeiro turno, diante do Fortaleza, foi buscar o empate no minuto final da prorrogação, tendo o goleiro Jefferson na área tricolor como se atacante fosse. É esse o espírito de bravura. Jefferson já disse que a lição da eliminação nos pênaltis foi aprendida. Jogão, hoje, às 18 horas.

Retomada

Fortaleza de volta ao certame local amanhã. Clássico tricolor. Até que ponto a ressaca pela eliminação na Copa do Brasil influenciará negativamente o Leão diante do Ferroviário? No meu modo de entender, não influenciará em nada. Passou.

Adversário

Águas passadas não movem moinhos. O adversário do Leão não é chateação por ter saído da Copa senão um Ferroviário que tem o Fortaleza atravessado na garganta, já pelos insucessos corais este ano nos jogos com o Leão.

Modelo

Quanto aos corais, tema necessidade de jogar não da forma apagada como o fez no jogo passado (0 a 0 com o time misto do Icasa), mas sim como na goleada aplicada no Quixadá. Não da forma embotada como o fez na derrota para Fortaleza, mas na forma aguda como quer Polozzi, com coragem e personalidade. Sim, Marco e Teles estão em paz.

Copa do Brasil

Não poderia ter sido mais melancólica a participação cearense na Copa do Brasil deste ano. O Icasa começou bem, eliminando o Bahia, mas depois quedou de forma humilhante, dentro do Romeirão, diante do Criciúma. Gerou frustração. Esperança agora é o título estadual.

Curta campanha

A torcida do Fortaleza também sentiu a efêmera passagem na Copa do Brasil. O problema não foi perder para o Corinthians em São Paulo, fato natural e lógico. Problema foi não saber fazer o resultado em casa, no Castelão, embora tenha feito o primeiro gol. A eliminação começou ali. Amanhã já será outro certame.

"A campanha que busca promover a paz nos estádios está bem longe de triunfar"
João Ricardo, após recentes violências provocadas pelo ´créu´
Psicólogo e colunista da Gazeta Esportiva.Net