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Gigante Castelo

Conheci Castelinho Camurça no Liceu do Ceará em 1959. Fomos companheiros de turma. Já ali, notei seu espírito de liderança, fato confirmado ao longo dos anos. Agora, na crise alvinegra, mais se vê o quanto Castelinho tem de persuasão para aproximar alas divergentes em Porangabuçu. Ouviu lamentações gerais. Quebrou arestas. Fez advertência. Mostrou que está em jogo a sobrevivência do Ceará. Daí a convocação de todos os ex-presidentes (são 17) e de cardeais que, embora não tendo ocupado a presidência, exerceram papéis fundamentais na história do clube. Verdade é que a crise alvinegra vai além do que a princípio se poderia imaginar. Castelinho Camurça terá mais um dia para articulações. O sucesso de sua missão dependerá da participação dos alvinegros históricos. Não obstante a luta deste gigante Castelinho, afundarão todos, caso não haja união das diversas correntes.

Futuro

Diante do tamanho da crise alvinegra, Castelinho não deixa dúvida: ´Se não forem resolvidas as questões financeiras, poderá ficar comprometido o próprio futuro do Ceará. Agora se saberá quem de verdade ama ou não o clube´. A torcida também terá de entender isso.

Eficiência

A produção do volante Dedé tem tudo a ver com a boa fase coral. Na meia-cancha, Dedé cumpre papel fundamental, fato observado desde o ano passado. Já disse e agora repito: na avaliação do ex-treinador coral, Arnaldo Lira, Dedé tem potencial para desenvolver mais ainda seu já eficiente futebol. O treinador Fernando Polozzi pode tirar o melhor proveito disso. Ótimo para o time da Barra.

Nota máxima

Ferrão nota dez. São dez pontos em quatro jogos. No dia de São José, enfrentará o lanterna Uniclinic, que, contanto turno e returno, só tem um minguado ponto. Diferença abismal entre os dois. O Ferrão no topo; Uniclinic, no chão. O Ferroviário na liderança; Uniclinic no abismo do rebaixamento.

Cuidado

A superioridade coral pode dar a certeza de mais três pontos diante do Uniclinic? O futebol está repleto de zebras monumentais. Pois o Ferrão que se previna contra as surpresas que esse esporte apresenta. O Ferroviário é um time bem postado, com definida filosofia de jogo, sob a segura orientação de Fernando Polozzi. O Uniclinic é imagem da desarrumação. Ainda assim, nada de ´já ganhou´.

Favorito

No Fortaleza o ambiente é de euforia pela vitória sobre o Ceará. Isso é natural. Rogerinho, com seu golaço, ganhou espaço nos programas esportivos nacionais. Há todo um quadro favorável ao Leão no jogo de hoje diante do Itapipoca.

Clássico

Conhecendo, como conheço, os critérios adotados por Heriberto da Cunha, sei bem que ele advertirá o grupo sobre o risco do otimismo exagerado. Heriberto sabe que o Itapipoca não faz boa campanha neste turno, mas jamais admite subestimá-lo. Correta posição. No primeiro turno, no PV, o Leão ganhou por 4 a 1.

Elenco

Apesar da campanha pífia (apenas dois pontos), o Itapipoca tem no elenco bons jogadores como Eufrásio, Neto, Renato Frota, Gildásio e Kiko. Merece ser encarado com os devidos cuidados.

Dificuldade

Em meio a tanta turbulência, resta saber como o time do Ceará se comportará hoje diante do Guarani de Juazeiro. Os atletas alvinegros sentem o reflexo da instabilidade. Só uma vitória aliviará tensões.

Decisão

Se até agora o Icasa aceitou Clodoaldo, por que não segurá-lo mais um mês, já que o certame caminha para o fim? Clodô é frio e poderá fazer a diferença numa decisão. Pensando nisso, o Verdão resolveu apenas multá-lo. O Icasa agiu certo, pois decidirá o título 2008. E o Baixinho poderá ser fundamental nessa hora.

Recordando

O ex-jogador do Fortaleza, Aloísio I, que morreu domingo, nasceu em Sobral no dia 02 de abril de 1929. Seu nome completo: Aloísio Souza Porto. Começou no Guarany de Sobral. Veio para o Fortaleza, onde atuou de 1949 a 1957, sagrando-se bicampeão cearense pelo tricolor (1953/54). Foi também campeão do Norte pela Seleção Cearense em 1954, derrotando o Pará, na final, dentro de Belém, pelo placar de 2 a 0. Era casado com Maria Iracema. Deixou quatro filhos: Elizabeth, Isabel Cristina, Paulo Sérgio e Aloísio Júnior. (Colaboração de Airton Fontenele).

"É necessário respeitar essa gente, que há por trás de você, e não só o seu ego".
Flavio Briatore, criticando Lewis Hamilton, piloto da McLaren F-1
chefe-de-equipe da Renault