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Mérito tricolor

O Fortaleza foi melhor e mereceu vencer. No primeiro tempo, a iniciativa tricolor resultou numa pressão onde o goleiro Rodrigues, logo aos dois minutos, foi obrigado a fazer notável defesa, em fulminante cabeçada de Juninho. Aos 14 minutos Lúcio colocou no placar a vantagem que demonstrava em campo: 1 a 0 Leão. O Ceará reagiu e até chegou a equilibrar. Pressionou com Vavá e Luís Carlos. Daí o pênalti cometido por Simão, que o próprio Luís converteu. Na fase final, a supremacia tricolor foi sendo imposta gradualmente. Rômulo perdeu grande chance. Na seguinte, porém, desempatou. As alterações processadas por Heriberto da Cunha responderam melhor, mormente com Rogerinho. As mudanças feitas por Dimas, que colocou Marquinhos, Tiago Gaúcho e Daniel, pouco acrescentaram. O terceiro gol do Fortaleza foi natural conseqüência da superioridade do Leão. Vitória tricolor, com todos os méritos.

Opção

Rogério aperfeiçoou os chutes de fora da área, máxime nas cobranças de falta. Quando não faz o gol, cria a oportunidade para os atacantes, pois os goleiros geralmente rebatem a bola. Ontem, Rodrigues largou duas vezes. Lúcio aproveitou uma delas e fez belo gol.

Reflexo

O Ceará em campo é o retrato das turbulências que ocorreram fora de campo. Tem limitações claras. Cleisson só consegue manter bom ritmo durante um tempo. Falta um homem de criação. Vavá reclama que as bolas na não chegam. Resta a brava luta de Luís Carlos.

Estréias

Muito discreta a participação de Zacarias e de Marquinhos. O primeiro entrou de início e o segundo substituiu Michel na fase final. Eles demonstraram vontade de efetiva participação, mas ficou visível a carência de conjunto. Agora o Ceará terá de correr contra o tempo.

Golaço

Rogerinho, espetacular. Jogada genial, com uma conclusão mais genial ainda. Toque sutil, de mestre. Frases que ouvi após o golaço: ´Se eu fosse o árbitro, pedia a bola, cumprimentava Rogerinho e ali mesmo terminava a partida´. Outra: ´O torcedor devia sair do estádio, pagar outro ingresso e entrar de novo. Seria o pagamento pelo golaço.

Subida

Na rodada, destaque para a subida do Boa Viagem que ganhou do Itapipoca (3 a 1) e ingressou no G-4 (sete pontos). /// Icasa segue sem vencer no returno. Pelo visto, priorizou a Copa do Brasil. /// Horizonte mantém ótima campanha. /// Uniclinic é a maior decepção.

Liderança

Que bela transformação para melhor experimenta o Ferroviário. Apesar de não ter jogado bem em Juazeiro, no empate com o Guarani (1 a 1), o time manteve a invencibilidade e a liderança do returno. Com virtudes o Ferrão vai colhendo os frutos do trabalho desenvolvido pelo técnico Fernando Polozzi.

Justiça

Considerei o Ferroviário prudente demais na partida de sábado. Entendo a postura tática de apostar nos contra-ataques, objetivo quase alcançado quando Guto fez 1 a 0. Mas o Ferrão poderia ter sido mais agudo. Nesta parte, o Guarani foi melhor. Seria injusto o Leão do Mercado perder.

Diferença

No primeiro turno, o Ferroviário foi o sexto colocado. Fez 13 pontos em nove jogos. No returno, já fez 10 pontos em quatro jogos. Ganhou quatro pontos fora de casa e faturou um clássico (meteu 1 a 0 no Ceará).

Goleiro-linha

No jogo Fortaleza x Horizonte pela semifinal do primeiro turno, já na prorrogação, o gol do empate do Horizonte teve a participação do goleiro Jefferson, que abandonou a sua trave, foi para o ataque e depois de um drible que aplicou, a bola sobrou para Izaquiel fazer o gol.

Moda

No gol de empate do Guarani, aos 40 minutos do segundo tempo, o goleiro Deivid, do Guará, também abandonou a sua trave e foi para o ataque. Estava na área do Ferrão como se atacante do rubro-negro fosse. A sua presença confundiu a defesa coral, fato que ensejou o gol Evair (1 a 1). A moda goleiro-linha está pegando.

"No momento em que buscávamos o equilíbrio, faltou atenção e saiu o segundo gol".
Chicão, analisando a vitória tricolor, Volante do Ceará