Sucessivas turbulênciasNão há empresa que prospere quando seu alto comando mergulha em divergências. Não há empresa que prospere quando a vaidade gera disputas internas de compartimentos essenciais. No futebol também é assim. O Ceará Sporting Club há muito padece inquietações não devidamente explicadas. Nebulosidade impede análise fria a respeito da questão. O ex-técnico Heriberto da Cunha disse várias vezes que lá existia um verme. Depois, na entrevista em que se despediu do alvinegro, Heriberto voltou a afirmar que há pessoas no Ceará, trabalhando contra o próprio Ceará. Houve recentemente a divergência que deixou desgostoso o dirigente Evandro Leitão. Já agora, ainda bem, Edmilson Moreira reviu sua decisão e voltou à direção de futebol do clube. Tantas variações assim, turbulências sucessivas em curto espaço de tempo, só fazem retardar a retomada. Pelo menos é essa a idéia predominante.
Sem descansoO Icasa não tem tempo para repouso. Volta de Feira e já enfrenta o Quixadá, domingo, 16h30min, no Romeirão, com transmissão ao vivo pela TV Diário. Kleber continua protestando contra a maratona de viagens: Fortaleza/ Juazeiro/ Horizonte, Feira de Santana/Juazeiro.
Tem talentoO golaço de Simão na vitória sobre o Icasa, domingo passado, mais confirmou sua importância no esquema do Fortaleza. Um dos motivos da queda do ex-treinador Silas foi muitas vezes ter deixado de fora Simão. Até hoje fiquei sem entender a razão por que Silas não soube ou não quis aproveitar melhor a força desse talento. Talvez, com Simão, Silas nem tivesse caído.
PotencialHeriberto, que não é bobo, sabe como explorar o potencial de Simão. Mas não custa nada apertar o atleta, visando a evitar os cartões. Simão tem intimidade, principalmente com os amarelinhos. Já basta o excesso de Erandir que pegou duro gancho e ainda poderá ter mais problemas.
GrupoNão diria que há um grande destaque no Ferroviário, ou seja, um jogador extraordinário, bem acima de todos os demais. Vejo, sim, um conjunto em ascensão. Predomina a harmonia, o trabalho coletivo. De qualquer forma, faço uma referência especial ao volante Dedé. Hoje, ele domina o setor onde, antes de sua chegada à Barra, outro jovem de valor, Glaydstone, reinava absoluto. Dedé é discreto e tem ótima consciência profissional.
Tempestades
De tantos avanços e recuos nas tomadas de posição no Ceará, o cronista fica até temeroso de dar informação, posto correr o risco de ser o fato mudado no minuto seguinte. Não se pergunta mais sobre quem fica, mas por quanto tempo fica. O técnico Flávio Lopes deixou Porangabuçu. Dimas Filgueiras assumiu outra vez. Já é tempo de um fim nas tempestades.
PacificadorO papel exercido pelo presidente do conselho deliberativo do Ceará, Castelinho Camurça, tem sido o de lutar pela pacificação. Sempre quebrando arestas, ele pugna pela união das força alvinegras. Mas já é hora de os dirigentes alvinegros entenderem que Castelinho não pode passar a vida toda como ´bombeiro´ do clube. Ele também precisa ser ajudado. Tudo tem limite.
PradoNeste fim de semana, o município de Canindé ganha moderno Prado para corrida de animais da raça Quarto de Milha. O criador Rafael Leal, dono do Haras Primavera, inaugura a pista de competições eqüinas. Nos páreos de sábado e domingo, a participação de grandes campeões da região.
Sete golsMais uma vez, Vavá experimenta um jejum de gols. Esbarrou na marca de sete. Quero crer que tal situação tem tudo a ver com estas turbulências que não dão aos atletas alvinegros a tranqüilidade necessária para trabalhar. Vavá viu Paulo Isidoro, meia do Fortaleza, abrir três gols de diferença. Paulo já tem 10 gols marcados.
RecordandoO ex lateral-direito, Marcelo Rocha, começou no Gentilândia em 1959. Presidia o clube Leônidas Tavares. Leudo era o treinador. Em 1965, Marcelo Rocha transferiu-se para o Tiradentes. Jogou até 1968, quando subiu com o Tigre para a divisão especial. Assumiu o cargo de supervisor do Tiradentes, sagrando-se campeão cearense de 1992, junto com Ceará, Fortaleza e Icasa. Este ano afastou-se definitivamente. O colaborador, José Maria Silva, sugere que a FCF faça, domingo, no clássico, uma homenagem ao Marcelo Rocha pelos 49 anos seguidos que ele dedicou ao futebol. Concordo.
"O atacante tem que ir na bola primeiro e pensar na arbitragem depois".
José Inácio Werneck, sobre como deve agir o atleta em lance duvidoso
Jornalista