Matéria-511117

Noite de heróis

Fortaleza na decisão. Entrou para abafar. Conseguiu. Assumiu o controle com Rogerinho e Paulo Isidoro, que voltaram a dar show. De Isidoro, no primeiro tempo, o gol que abriu o caminho da vitória. De Isidoro, no segundo tempo, o gol que consolidou a vitória do Leão. Antes, Horizonte desperdiçara o momento de garantir com um empate a vaga na final: Paulinho perdeu pênalti. Definição remetida para o tempo extra. Na prorrogação, de Paulo Isidoro o gol que criou a ilusão de que tudo estava definido. O herói Paulo Isidoro fez a parte que lhe cabia. Aí outro herói entrou em cena: o goleiro Jefferson. Nos instantes finais, Jefferson abandonou a meta e virou centroavante. Recebeu e dominou a bola na área tricolor e criou o lance que resultou no golaço de Izaquiel. Empate arrancado na bravura das grandes batalhas. No tempo corrido, tudo igual entre Horizonte e Fortaleza. Surgiria nos pênaltis o último herói.

Os nomes

Tiago Cardoso, herói de jornada inesquecível. Pegou quatro pênaltis: um no tempo normal e três na definição dos tiros livres da marca penal. Paulo Isidoro, herói pelos três gols. Jefferson, herói pela bravura. Rogerinho, herói pela espetacular exibição.

Campanha

O Horizonte de Argeu dos Santos merece o reconhecimento pela bela campanha. Mas pecou nos momentos capitais. Não soube empatar quando teve a chance do pênalti no tempo normal. E, nos tiros livres, revelou-se despreparado para essa função. Vida que segue.

Permanência

Achei correta a decisão da diretoria do Ceará, que manteve Heriberto da Cunha no cargo de treinador. Pelo segundo tempo do jogo em Juazeiro, ficou provado que o alvinegro há experimentado progresso. E só não conseguiu ir à decisão do turno em razão de falhas individuais.

Desatenção

No gol que o Ceará tomou, houve falha de Bruno Lourenço e Leandro Camilo, que foram na mesma bola e acabaram se atrapalhando, fato que beneficiou Wanderlei. E, quando faltavam dois minutos para terminar a prorrogação, Reinaldo perdeu o grande momento do empate que levaria a decisão para os pênaltis.

Culpas

O treinador não poderia pagar pelos erros citados, pois não foram erros de conjunto ou de plano estratégico. Foram erros individuais. Heriberto teve suas culpas no correr do certame, como todos também tiveram. Mas seria injusto puni-lo pelo que houve em Juazeiro.

Na capital

Em três artigos, o Regulamento do Campeonato Cearense 2008 especifica que nas fases decisivas, quer de turno, quer do próprio certame, entre um time do interior e um da capital, o jogo final será sempre na capital.

Artigos

O Art. 16, V; o Art. 17, V; e o Art. 18, I. Todos têm a mesma redação: havendo confronto entre uma equipe da capital e outra do interior, o primeiro jogo será realizado no interior. Portanto, decisão no interior somente quando a disputa for entre dois times do interior.

Agudo

O Verdão terá a volta de Esquerdinha, ótimo reforço. Mas é preciso contar com um Isac inteiraço. Por mais paradoxal que pareça, foi na ausência de Isac que mais se viu a importância de sua presença. O Icasa precisa ajustar as finalizações. No jogo passado, perdeu três chances claras no primeiro tempo. Em decisão é proibido errar.

Técnico

Quando zagueiro, Polozzi, novo técnico coral, participou de quatro amistosos não oficiais pela Seleção Brasileira, sem perder: um contra a Inter de Milão e três diante de selecionados regionais (duas vitórias e dois empates). Fez parte da delegação Canarinho na Copa de 1978 (Argentina).

Ex-jogadores

Temos no Campeonato Cearense dois técnicos ex-integrantes da Seleção Brasileira principal: Silas no Fortaleza e José Fernando Polozzi no Ferroviário. Na Canarinho de 1978, na Copa da Argentina, Polozzi foi reserva do grande Amaral. Na Ponte Preta, compôs famosa dupla de zaga com Oscar. (Dados de Airton Fontenele).

"O que tinha de ser feito, foi feito. Agora é entregar nas mãos de Deus".

Heriberto da Cunha, após a eliminação no primeiro turno
Técnico do Ceará