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Beleza dos dribles

Passada as emoções da Série B, quando os times cearenses pelo menos ainda mantinham esperanças matemáticas, agora corrijo o ´desvio de bússola´. E passo a focalizar coisas que me chamaram atenção este ano. Gostei do ´drible da foca´, inventado pelo atacante Kerlon, do Cruzeiro. Genial porque inovador. Quando se pensava que o repertório estava esgotado, lá apareceu o Kerlon com seus seguidos toques de cabeça, passando pelos atônitos adversários. A todos surpreendeu. O drible, seja de que jeito for, deve ser cultuado, jamais encarado como desrespeito aos adversários. Sou do tempo do Mané Garrincha que levava à loucura seus marcadores. Haveria desrespeito nisso? Não, não. Talento, sim. Talento de sobra. Só mesmo os truculentos entendem como desrespeito o ato genial de quem faz malabarismo e verdadeiras mágicas com a bola. Kerlon, espetacular. O resto é revolta de perna-de-pau.

Pancada

Reli opiniões de Coelho (lateral-direito do Atlético/MG), Luiz Alberto (zagueiro do Fluminense) e Kleber (lateral-esquerdo do Santos), todos contrários ao drible da foca. Acham um desrespeito e dizem que pararão a jogada no tranco. Que fariam com o Mané?

Fumaça, Já!

Ten.-Av. Anderson Amaro, cearense de Umirim, que, para orgulho de todos nós, pilota o avião Tucano nº 2 da Esquadrilha da Fumaça, da FAB. São apenas 11 vagas para todo o Brasil. Ele preencheu todos os requisitos e foi integrado este ano. Hoje, às 16 horas, apresentação exclusiva da ´Fumaça´ em Umirim. Louvável o trabalho de Irani Amaro na preparação e divulgação do evento. Imperdível show aéreo.

Fica

Eugênio Rabelo a todos tranqüiliza. Ele diz que ficará com seu irmão, João, à frente dos destino do Ceará. Mesmo que Idemar Citó venha a ser guindado à presidência do clube, a família Rabelo continuará, pois apóia Idemar. Agora, se houver outra chapa concorrente, com outro nome que não o de Idemar, aí a família Rabelo com certeza se afastará do clube.

Emoção

Certame por pontos corridos é justo, pois sempre o melhor ganha o título. Mas a cúpula de times importantes faz pressão para voltar ao modelo classificatório, que traz mais emoção, embora nem sempre o melhor conquiste o título. Detalhe: o mais importante certame do planeta, Copa do Mundo, não é por pontos corridos.

Novo técnico

Taí o Silas no comando técnico do Fortaleza. Ele está com 42 anos de idade. Nasceu no dia 27 de agosto de 1965. Como jogador, atuou 38 vezes pela seleção principal do Brasil, de 1986 a 1992. Marcou somente um gol. Esteve em duas Copas (1986 - 2 jogos, Brasil 5º) e 1990 (3 jogos, Brasil 9º). Duas Copas América (1987, 5º) e 1989 (campeão). Eliminatórias (1989 - 4 jogos).

Análise

Segundo os dados acima, levantados por Airton Fontenele, a experiência de Silas na seleção foi boa, apesar de ter conquistado apenas um título de campeão da Copa América. Como treinador, é basicamente um noviço. Se souber transmitir tudo o que aprendeu nos campos de futebol, tem tudo para dar certo aqui ou em outro lugar. Boa sorte.

Vocação

A propósito, quem tem mesmo jeito de treinador é o César. Desde sua experiência ao lado de Jorge Veras no comando técnico do Leão, César já demonstrou incontestável espírito de liderança. Tipo do jogador que, quando encostar as chuteiras, já ingressará automaticamente na função de técnico. É inata sua inclinação.

Desabafo

Refleti sobre as declarações de Dude, divulgadas no ´Jogada´. Há razões nos seus argumentos. Ele fez parte do time que subiu o Fortaleza em 2002 e 2004. Já este ano, mesmo nos momentos em que o Leão esteve mal e ameaçado de rebaixamento, não lhe deram a oportunidade que merecia senão em entradas efêmeras.

Recordando

Hoje, cuidei de lembrar os nomes de alguns treinadores que atuaram no futebol cearense nas décadas 50/60. Astrogildo Néri, Durval Cunha, Janos Tatray, Dengoso, Zé Brasil, Becão, Nazardo, Ivonísio Mosca de Carvalho, Gilvan Dias, Alexandre Nepomuceno, Zé do Rio, dentre outros. Vi o Alexandre fazer bela campanha à frente do Calouros do Ar durante um Nordestão. Teve campanha respeitável. Gilvan Dias foi campeão estadual pelo América em 1966 e vice-campeão da Taça Brasil pelo Fortaleza em 1968. Ivonísio também foi supervisor do Ceará. Nunca mais soube notícias do Zé do Rio.

'O que o Brasil tem de melhor são os jogadores habilidosos'.

Kerlon, inventor do drible da foca
Atacante do Cruzeiro