A Copa é nossaMaracanã, 1950. Maracanã, 2014. Após 64 anos, a Copa do Mundo terá novamente o Brasil como cenário. Na primeira, a tragédia em casa pela perda do título para o Uruguai; na segunda, a expectativa de uma grande conquista. Desafio internacional dentro e fora de campo. As exigências da FIFA são enormes, mas realizáveis. A entidade exerce fiscalização intensa, mormente no que se refere ao cronograma. Prazos e custos devem estar dentro do previsto. Daqui até lá, há tempo suficiente para que, sem atropelos, as metas sejam alcançadas. O Brasil terá a oportunidade de mostrar-se mais e revelar aos povos de todos os continentes o que aqui há de bom. No exterior a imagem do Brasil não é muito diferente da que foi traçada pelo jornal inglês Financial Times ao citar a falta de infra-estrutura, a corrupção, a violência e o caos aéreo que tanto incomodam. A Copa do Mundo de 2014 poderá ser um marco para mudar essa imagem.
ConfiançaO senador Tasso Jereissati está convicto de que Fortaleza será uma das sedes da Copa do Mundo. Nas suas conversas com Ricardo Teixeira, Tasso sempre ouviu referências positivas ao Ceará. Foi na gestão de Tasso que Teixeira trouxe a Canarinho para jogar aqui duas vezes.
SedeO senador Tasso, já pela amizade antiga que tem com Teixeira, sempre mostrou ao presidente da CBF as condições favoráveis a Fortaleza, quanto ao critérios de escolha. E também sempre ouviu de Ricardo o reconhecimento de que a Capital dos cearenses merece ser contemplada.
Postura claraAgora, com o Brasil confirmado como sede da Copa 2014, resta a confirmação da cidade de Fortaleza entre as escolhidas. Segundo Tasso Jereissati, a postura de Ricardo Teixeira, de apoio aos cearenses, é clara e definitiva: a Cidade de Nossa Senhora da Assunção também será uma das sedes da Copa, sim.
HospitalidadeGostei da palavra do presidente Lula quando se referiu ao acolhimento afetuoso do provo brasileiro. Este, não tenho dúvida, saberá tratar muito bem os visitantes. O cearense, então, já por índole tão cativante, dará verdadeira aula de hospitalidade.
Quatro CopasFui a quatro Copas: 1990 (Itália), 1994 (Estados Unidos), 1998 (França) e 2006 (Alemanha). De certa forma conheço bem o modelo que a FIFA adota. Muita semelhança entre os equipamentos que vi nos países citados: rigor nos itens estádio, segurança, comunicação, transporte e hospedagem. Coisa de primeiro mundo.
MapaNa Itália, em 1990, havia preocupação com a segurança dos visitantes. Logo que cheguei a Roma, recebi um mapa da cidade, onde constavam as áreas que as autoridades italianas consideravam perigosas. Áreas que deveriam ser evitadas. Os recepcionistas diziam que ali havia muitos tunisinos.
DiscriminaçãoNa época (faz 17 anos), notei certa discriminação contra os imigrantes do Norte da África. Hoje, creio, já não deve ser mais assim. Lembro que, em Milão, Carlos Fred quase teve sua carteira levada por um grupo de ciganos. Advertido, livrou-se da abordagem.
ParisNa Copa da França, em 1998, também havia recomendação no sentido de se evitar o metrô depois de 22 horas. Eu e o Victor Hannover vimos um senhor, já idoso, ser derrubado por dois homens que lhe tomaram a carteira em pleno metrô. Na Paris, iluminada e bela.
Segurança
Nos Estados Unidos, em 1994, um show de segurança em tudo. Em Dallas, onde mais fiquei, e em São Francisco na Califórnia, tudo perfeito. Já não posso dizer o mesmo de Maimi, onde havia advertências. Desta feita, nas entrelinhas, um certa discriminação contra os latinos.
Nota 10Fiquei impressionado com a Alemanha na Copa de 2006. A mais perfeita organização que vi, superando em tudo o que vi nas Copas da Itália, Estados Unidos e França. Nota dez com louvor a todas as cidades que visitei: Berlim, Munique, Dortmund, Frankfurt, Hannover e Colônia. Espero que no Brasil também seja assim.
´Foi uma alegria enorme ver o nome do Brasil naquela papeleta do Blatter´.
Luiz Inácio Lula da Silva
No discurso em Zurique